Nosso Senhor Jesus Cristo,
Rei do Universo
(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio próprio –
Ofício da solenidade)
Deus eterno e
todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho,
rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e
servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente.
Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
I Leitura
Leitura da profecia de Ezequiel (34,11-12.15-17):
Pois eis o que diz o Senhor Javé: vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas. Como o pastor se inquieta por causa de seu rebanho, quando se acha no meio de suas ovelhas tresmalhadas, assim me inquietarei por causa do meu; eu o reconduzirei de todos os lugares por onde tinha sido disperso num dia de nuvens e de trevas.
Sou eu que apascentarei
minhas ovelhas, sou eu que as farei repousar - oráculo do Senhor Javé. A
ovelha perdida eu a procurarei; a desgarrada, eu a reconduzirei; a ferida, eu a
curarei; a doente, eu a restabelecerei, e velarei sobre a que estiver gorda e
vigorosa. Apascentá-las-ei todas com justiça. Quanto a vós, minhas
ovelhas, eis o que diz o Senhor Javé: vou julgar entre ovelha e ovelha, vou
julgar os carneiros e os bodes.
Palavra do Senhor.
Salmo
responsorial (22/23)
O
Senhor é o pastor que me conduz;
Não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes
Ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha
e restaura as minhas forças.
Preparais à minha frente uma mesa,
bem à vista do inimigo,
E com óleo vós ungis minha cabeça;
o meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida;
E, na casa do Senhor, habitarei
pelos tempos infinitos.
Não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes
Ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha
e restaura as minhas forças.
Preparais à minha frente uma mesa,
bem à vista do inimigo,
E com óleo vós ungis minha cabeça;
o meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida;
E, na casa do Senhor, habitarei
pelos tempos infinitos.
II Leitura
Leitura da primeira careta de são Paulo aos
Coríntios (15,20-26.28):
Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão. Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda.
Depois, virá o fim,
quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo
principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário que
ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés. O
último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos
seus pés. E, quando tudo lhe estiver sujeito, então também o próprio
Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a fim de que
Deus seja tudo em todos.
Palavra do Senhor.
Evangelho
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo
Mateus (25,31-46):
Disse Jesus a seus discípulos: “Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que
estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está
preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer;
tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e
me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’.
Perguntar-lhe-ão os
justos: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede
e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu
e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te
fomos visitar?’
Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’.
Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’.
Voltar-se-á em seguida
para os da sua esquerda e lhes dirá: ‘Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o
fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. Porque tive fome
e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era
peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não
me visitastes’.
Também estes lhe
perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino,
nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?’
E ele responderá: ‘Em
verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes
pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer’.
E estes irão para o
castigo eterno, e os justos, para a vida eterna”.
Palavra da Salvação.
Comentário
ao Evangelho
Temos neste texto do
evangelho de Mateus uma das páginas mais expressivas no sentido de indicar que
a comunhão com os excluídos e oprimidos é a própria comunhão com Jesus e com
Deus. Na solidariedade com os excluídos, os famintos, os sedentos, os sem teto,
os nus, os doentes e os presos, encontramos com o próprio Jesus, realizando-se,
assim, a sua "vinda na glória".
A promoção da vida é a
comunhão com Jesus em sua vida divina e eterna, em qualquer tempo e em qualquer
povo. Desde a sua criação, os homens e as mulheres foram predestinados a
participar da vida eterna, através da prática do amor e do serviço.
Nas comunidades, o
verdadeiro "pastor" (primeira leitura) é aquele que se dedica ao
serviço em atender as necessidades de todos, estando atento a cada um. Quem se
dedica ao cultivo da vida está vencendo a morte e promovendo a ressurreição
(segunda leitura). [In: Dom Total]
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CRISTO
REI DO UNIVERSO
História
da Solenidade de Cristo Rei
Por Padre Paulo Ricardo de Azevedo Jr.
Viva Cristo Rei!
Sabe-se que a Igreja encerra seu Ano Litúrgico com a
Solenidade Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. No entanto, poucos se
dão conta de que se trata de uma festa relativamente recente, pois só foi
instituída em 1925, portanto há menos de cem anos.
Mas o que levou o papa Pio XI a dedicar a
primeiríssima encíclica de seu pontificado à criação de uma festa de Cristo
Rei? (cf. carta encíclica Quas primas, 11/12/1925).
No início do século XX, o mundo, que ainda estava se
recuperando da Primeira Guerra Mundial, fora varrido por uma onda de
secularismo e de ódio à Igreja, como nunca visto na história do Ocidente. O
fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o comunismo na Rússia, a revolução
maçônica no México, anti-clericalismos e governos ditatoriais grassavam por
toda parte.
É neste contexto que, sem medo de ser literalmente
“politicamente incorreto”, o papa Pio XI institui uma festa litúrgica para
celebrar uma verdade de nossa fé: mesmo em meio a ditaduras e perseguições à
Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo continua a reinar, soberano, sobre toda a
história da humanidade.
Recordar que Jesus é Rei do Universo foi um gesto de
coragem do Santo Padre. Com as revoluções que se seguiram ao fim do primeiro
conflito mundial, em 1917, o título de Cristo Rei tornara-se um tanto
impopular. Se o Papa tivesse exaltado Jesus como profeta, mestre, curador de
enfermos, servo humilde, vá lá! Qualquer outro título teria sido mais
aceitável. Mas Cristo Rei?!…
Mesmo assim, nadando contra a correnteza e se opondo
ao secularismo ateu e anti-clerical, o Vigário de Cristo na terra instituiu
esta solenidade para nos recordar que todas as coisas culminam na plenitude do
Cristo Senhor: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim de todas as
coisas” (Ap 1, 8). É necessário reavivar a fé na restauração e na
reparação universal realizadas em Cristo Jesus, Senhor da vida e da história.
Com esta solenidade o Papa Pio XI esperava algumas
mudanças no cenário mundial:
- Que as nações reconhecessem que a Igreja dever
estar livre do poder do Estado (Quas primas, 32).
- Que os líderes das nações reconhecessem o devido
respeito e obediência a Nosso Senhor Jesus Cristo (Quas primas, 31).
Que os fieis, com a celebração litúrgica e espiritual desta solenidade, retomassem coragem e força e renovassem sua submissão a Nosso Senhor, fazendo com que ele reine em seus corações, suas mentes, suas vontades e seus corpos (Quas primas, 33).
Que os fieis, com a celebração litúrgica e espiritual desta solenidade, retomassem coragem e força e renovassem sua submissão a Nosso Senhor, fazendo com que ele reine em seus corações, suas mentes, suas vontades e seus corpos (Quas primas, 33).
- Encerrar o Ano Litúrgico com a Solenidade de
Cristo Rei é consagrar a Nosso Senhor o mundo inteiro, toda a nossa história e
toda nossa vida. É entregar à sua infinita misericórdia um mundo onde reina o
pecado.
Pilatos pergunta a Jesus se ele é rei. Nosso
Salvador responde que seu Reino não é deste mundo. Ou seja, não é deste mundo
“inventado” pelo homem e pelo pecado: o mundo da injustiça, da escravidão, da
violência, do ódio, da morte e da dor. Ele é rei do Reino de seu Pai e, como
rei-pastor, desde o alto da cruz, guia a sua Igreja em meio às tribulações.
Sabemos que o Reinado de Cristo não se realizará por
um triunfo histórico da Igreja. É isto que nos recorda o Catecismo da Igreja
Católica em seu número 677. Mesmo assim, no final, haverá sem dúvida uma
vitória de Deus sobre o mal. Só que esta vitória acontecerá como acontecem
todas as vitórias de Deus: através da morte e da ressurreição. A Igreja só
entrará na glória do Reino se passar por uma derradeira Páscoa. A Esposa deve
seguir o caminho do Esposo.
É assim que, nesta festa, o manto vermelho de Cristo assinala a realeza de Nosso Senhor, mas também nos recorda o sangue de tantos mártires Cristãos de nossa história recente. Foram fieis católicos que, ouvindo os apelos do Sucessor de Pedro, não tiveram medo de entregar suas próprias vidas e de morrer aos brados de “viva Cristo Rei!”
[In: Carmelitas Mensageiras]
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