SANTÍSSIMA TRINDADE
(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio Próprio, IV Semana do Saltério)
Oração do dia
Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da
Verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso inefável mistério. Fazei
que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos
a Unidade onipotente.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
I Leitura
Leitura
do livro dos Provérbios (8,22-31):
O Senhor me criou, como primícia de suas obras, desde o princípio, antes do começo da terra. Desde a eternidade fui formada, antes de suas obras dos tempos antigos. Ainda não havia abismo quando fui concebida, e ainda as fontes das águas não tinham brotado. Antes que assentados fossem os montes, antes dos outeiros, fui dada à luz; antes que fossem feitos a terra e os campos e os primeiros elementos da poeira do mundo. Quando ele preparava os céus, ali estava eu; quando traçou o horizonte na superfície do abismo, quando firmou as nuvens no alto, quando dominou as fontes do abismo, quando impôs regras ao mar, para que suas águas não transpusessem os limites, quando assentou os fundamentos da terra, junto a ele estava eu como artífice, brincando todo o tempo diante dele, brincando sobre o globo de sua terra, achando as minhas delícias junto aos filhos dos homens.
Palavra do Senhor.
Salmo
Responsorial (8)
Ó
Senhor nosso Deus, como é grande
vosso
nome por todo o universo!
Contemplando estes céus
que plasmastes
e formastes com dedos de
artista;
vendo a lua e estrelas
brilhantes,
perguntamos: “Senhor,
que é o homem,
para dele assim vos
lembrardes
e o tratardes com tanto
carinho?”
Pouco abaixo de Deus o
fizestes,
coroado-o de glória e
esplendor;
vós lhe destes poder
sobre tudo,
vossas obras aos pés lhe
pusestes.
As ovelhas, os bois, os
rebanhos,
todo o gado e as feras
da mata;
passarinhos e peixes dos
mares,
todo ser que se move nas
águas.
II Leitura
Leitura
da carta de são Paulo aos Romanos (5,1-5):
Justificados, pois, pela fé temos a paz com Deus,
por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Por ele é que tivemos acesso a essa
graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a
glória de Deus. Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois
sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a
fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o
amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi
dado.
Palavra do Senhor.
Evangelho
Proclamação
do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (16,12-15):
Disse Jesus a seus discípulos: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará”.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
A TRINDADE SANTA
Uma das novidades fundamentais do ensinamento de Jesus, sem precedente na teologia judaica, foi a revelação da Trindade santíssima. A linguagem do Mestre foi toda permeada de referências à dimensão trinitária de Deus. Se a privarmos deste elemento, deixaria de ser linguagem cristã sobre Deus. Sem renunciar aos elementos constitutivos da teologia judaica, Jesus deu um passo adiante, dando ao monoteísmo uma nova visão para a mentalidade tradicional.
O texto evangélico é uma pequena mostra da teologia cristã. Falando do Espírito de verdade, Jesus faz referência à sua ação junto aos discípulos, no sentido de recordar-lhes "toda a verdade", ou seja, tudo quanto haviam aprendido do Mestre. Entretanto, as palavras dos discípulos deveriam corresponder ao que haviam recebido. De quem? Do Pai, mas também de Jesus, que tinha ainda muitas coisas para lhes ensinar, mas que eles não estavam em condições de receber. A ação do Espírito da verdade redundaria em glorificação do Filho Jesus, pois o faria mais conhecido e amado pelos discípulos. Portanto, entre o Filho e o Espírito da verdade existe perfeita comunhão.
Por outro lado, entre Jesus e o Pai reina, igualmente, plena unidade. O que é do Pai pertence a ele também, e a tal ponto que as coisas recebidas do Pai, pelo Espírito da verdade, podem ser atribuídas também a Jesus.
Pai, Filho, Espírito Santo são o modelo de comunhão
para a comunidade.
(Comentário, In: Dom Total)
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