Autoria:
François X. N. Van Thuan¹
4.
Devido a essa atitude de purificação, de retorno a Cristo, a nossa
tristeza transforma-se em alegria. Jesus havia prometido e agora a realiza: “A
vossa tristeza se transformará em alegria [...]. Mas eu vos verei de novo e vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa
alegria” (Jo 16, 20.22). Ele é realmente
o amigo fiel. Os discípulos viram-no
novamente e experimentaram a alegria de
uma presença que ninguem jamais lhes tirará.
Ninguém mais nos pode dar
uma alegria como essa, que ultrapassa
toda possibilidade e conhecimento humano. Quando alguém adoece, é normal que se
cuide dele até quando estiver com vida.
Mas quem é que vai cuidar de um cadáver? Seria uma loucura! E, ao contrário,
Jesus morreu, foi sepultado e ressuscitou! É daqui que brota a nossa alegria,
uma alegria imensa, sempre nova, perene, porque
é divina. “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e sempre nova, tarde te
amei!” (Agostinho, 1999, X, 27, p. 285).
Na história recente da
Igreja não faltam situações em que se vive “esperando contra toda esperança”:
no sofrimento de sentir-se abandonada pelo Pai, no sofrimento que é fruto da
divisão entre os cristãos, no sofrimento do martírio e da condição de
minoria. Justamente a essa Igreja é dirigida a promessa do Apocalipse:
“Nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As
coisas antigas se foram” (Ap 21, 4.1). Haverá “um Céu novo e uma nova terra”.
(...)
(Do livro Testemunhas da Esperança, de François X.
N. Van Thuan, São Paulo 2002, Ed. Cidade Nova, p.226.)
Continua...
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¹ François Xavier Nguyen Van Thuan (nasc. Em 1923,
em Hue, no Vietnã). Ordenado padre em 1953, formou-se em Direito Canônico, em
Roma, em 1959. Foi bispo de Nhu Trang, de 1967 a 1975. Durante regime
comunista, no seu país, estava preso de
1975 a 1988. Libertado da prisão foi
chamado a Roma pelo Papa João Paulo II, e atuaou no Pontifício Conselho Justiça
e Paz, como vice, e depois, como
presidente.
No ano 2000, foi convidado para pregar retiro na presença do papa João Paulo
II.
As meditações apresentadas acima, fizeram parte das
palestras e meditações proferidas durante esse retiro.
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