Siglas:
SC – SACROSANCTUM
CONCILIUM, Constituição sobre a Sagrada Liturgia, 1963.
AVLB – ANIMAÇÃO DA VIDA
LITÚRGICA NO BRASIL, dos. 43 da CNBB
CDAP – Celebrações
dominicais na ausência do presbítero.
MEDELLÍN – Documento da II
Conferência Episcopal Latino-America, realizada em Medellín/Colombia, em 1968.
PUEBLA – Documento da III
Conferência Episcopal Latino-America, realizada em Puebla/México, em 1979.
A Celebração da
Palavra é Memória de Cristo
Na
celebração da Palavra faz-se a memória do Mistério Pascal de Jesus Cristo, isto
é, lembrança e presença, ao mesmo tempo,
de seu nascimento, vida, prática, morte e ressurreição.
A
celebração é a continuidade do “fazei isto em minha memória”. “Isto” é tudo
que faz parte da missão evangelizadora e
da ação litúrgica de Jesus. É, hoje, a presença de Jesus em ação
na assembléia reunida. Não ação litúrgica,
Jesus está presente, faz acontecer a participação em sua caminhada,
realizando o desígnio do Pai e nos engajando no seu projeto de conquistar e
oferecer a vida em abundância
para todos (Cf. Jo 10, 10). Insere-nos, pela ação do Espírito Santo, na vitória
sobre a morte, o pecado e as trevas.
É
uma ação do Cristo no hoje da história.
É oferta da salvação para os reunidos. “Hoje,
eu tomo o céu e a terra como testemunhas contra você; eu lhe propus a vida ou a
morte, a bênção ou a maldição. Escolha,
portanto, a vida, para que você e seus
descendentes possam viver, amando a Javé
seu Deus, obedecendo-lhe e apegando-se a
Ele, porque Ele é a sua vida e o
prolongamento de seus dias. Desse modo, você poderá habitar sobre a terra que
Javé jurou dar a seus antepassados: Abraão, Isaac e Jacó” (Dt 30, 19-21).
Na assembleia
litúrgica, o povo reunido na fé, acolhe esta Palavra: “Hoje se
cumprem as palavras que vocês acabaram de ouvir...”(Lc 4, 21).
Na assembléia está presente o Espírito Santo, convidando a todos para uma
convivência com o Senhor: “Se ouvirdes
hoje, a voz do Senhor, não fecheis o coração” (Sl 95, 8).
Isaías,
imbuído do Espírito e da eficácia da Palavra de Deus, nos afirma: “ Pois como a chuva e a neve descem do céu, e para lá não voltam sem ter regado a
terra, fecundando-a e fazendo-a germinar, (...) assim será com a Palvra que sai
de minha boca: não voltará para mim vazia, sem ter realizado o que eu queria e
cumprido a sua missão” (Is 55, 10-11).
Na Celebração da
Palavra Jesus mostra o caminho
Jesus
Cristo, Verbo Encarnado, feito história, morto e ressuscitado, é o Cordeiro
digno de desatar os selos do livro (cf
Ap 6 e 8). Presente na assembléia litúrgica e
em “estado de hora”, isto é, na experiência de passagem deste mundo para
o Pai (cf Jo 13, 1), é o critério único de
interpretação e julgamento da história. Abre as nossas mentes,
sensibiliza nosso coração para captarmos o sentido e a dimensão dos acontecimentos.
Entre
luzes e sombras, conflitos e esperanças, vitórias e fracassos, a assembléia se reúne para ouvir a
Palavra. Cristo, Bom Pastor, Senhor
da história, apresenta-se como o Caminho,
a Verdade e a Vida. (cf Jo 14, 6)
Celebrar
a Palavra é fazer na História uma experiência de caminhada com Jesus que, em seu peregrinar terrestre, sempre se colocou na procura da ovelha perdida e abandonada, e viveu entre
os pobres, necessitados, marginalizados
e empobrecidos. Em cada liturgia somos
questionados sobre nossa opção: de que
lado estamos e com quem caminhamos. Na celebração, Jesus, o caminhante entre
os empobrecidos, nos convida a segui-lo.
A Celebração da
Palavra é inspiração da Nova Sociedade
A
comunidade, convocada e reunida pela força do Espírito santo, revive as
maravilhas realizadas por Deus desde a criação. Integra-se pela escuta, pelos
cânticos e orações, no processo
histórico conduzido pelo Espírito Santo.
Torna-se co-responsável pelos destinos e caminhos da história. Descobre,
no mistério do coração de Deus, o
sentido desta mesma história. Percebe que Deus aí se manifesta realizando os
seus desígnios. Tem consciência de que a
reunião e a celebração são frutos da ação de Deus, convocando para a
construção da nova sociedade que é o
novo céu e a nova terra, a nova Jerusalém descida do céu (cf Ap 21, 1-7).
Na celebração, a força do Espírito faz descobrir a misericórdia do Pai e permite
assumir e viver o jeito de Deus expresso em Jesus Cristo. O desafio mais radical,
presente em cada ação litúrgica é entrar nesse jeito de Deus a ponto de
dizermos como Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Cl 2,20).
A
comunidade reunida escolhe uma ação pela qual vai concretizar e realizar na vida o “jeito de Deus” viver e agir.
Assume este compromisso, feito ação, como resposta à voz convocadora do Senhor.
A
nova sociedade não é algo distante ou
sonhos de pessoas desocupadas, mas é forjada por pessoas possuídas pela justiça
de Deus; marcadas pela ação do Senhor da história; transformadas pela ação do Espírito
Santo. Os construtores do Reino se alimentam e se fortalecem nas celebrações
litúrgicas, principalmente nas realizadas pelas pequenas comunidades dos
empobrecidos. E a Palavra de Deus ocupa, nestas liturgias, o lugar central e é
fonte inspiradora e dinamizadora dos convocados por Deus para continuar sua
ação maravilhosa na História.
A Celebração da
Palavra é comunhão com Jesus Cristo
As
celebrações da Palavra não são aula de catequese nem estudo da Bíblia, mas
verdadeiras ações litúrgicas. Jesus Cristo está presente na reunião da assembléia, salva o seu povo e
reza com ele. Celebra-se aí o Mistério Pascal acontecendo no hoje da história
da comunidade e do povo. Portanto, na celebração da Palavra temos:
· A
reunião da comunidade, convocada pelo Senhor, para ouvir e responder a sua
Palavra, através de cânticos, salmos, silêncio, preces...;
· A
memória do Mistério Pascal de Cristo presente na reunião e nas ações litúrgicas
da assembléia;
· A
participação no Mistério Pascal de Cristo, através de sua contemplação e da
oração de ação de graças e demais ações
litúrgicas;
· A
súplica ao Espírito Santo para que Deus
realize, hoje, nesta assembléia o cumprimento de suas promessas fazendo com que aconteça a libertação do pecado, a
comunhão com o Deus da vida e a
fraternidade solidária;
·
A
glorificação do Pai pelas maravilhas, ações e
intervenções na história, por e em Jesus Cristo, pela ação e força do Espírito Santo;
· A
santificação dos homens e mulheres, pela ação libertadora do poder do
Ressuscitado e pelo cumprimento das promessas e dos projetos de vida nova
revelados pela Palavra.
A
celebração da Palavra, verdadeira ação litúrgica, é momento privilegiado de
encontro com o Senhor, expressão do louvor e da fé, reforço para a caminhada dos seguidores de Jesus Cristo.
Questonamento
- As Celebrações da Palavra em sua
comunidade convidam as pessoas à conversão, a uma mudança, a um compromisso com
a transformação?
- Como a
comunidade se prepara para escutar a Cristo que fala hoje a nós?
- Por quer muitas pessoas não gostam de
participar da Celebração da Palavra?
- Que importância tem o domingo para o
povo em geral? Como vivencia o domingo?
-
Que importância tem o domingo
para os participantes de sua comunidade?
Como vivenciam o domingo?
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Fonte: Caderno I – A Celebração Dominical da Palavra
na Comunidade. Em Coleção: Como animar as
celebrações dominicais da Palavra.Diocese de Chapecó/SC, 2007, p.10-12.
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