Domingo de Ramos e Paixão do Senhor
(Cor vermelha, Creio, Prefácio
próprio – II semana do Saltério)
Oração
do dia
Deus eterno de
todo-poderoso, para dar aos homens um exemplo de humildade, quisestes que o
nosso salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o
ensinamento da sua paixão e ressuscitar com ele em sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
I Leitura
Leitura do livro do profeta Isaías (50,4-7):
O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo; (o Senhor Deus abriu-me o ouvido) e eu não relutei, não me esquivei.
Aos que me feriam,
apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não
desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros.
Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado.
Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado.
Palavra do Senhor.
Salmo
responsorial (21/22)
Meus
Deus, me Deus, por que me abandonastes?
Riem de mim todos aqueles que me vêem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
“Ao Senhor se confiou, ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
e eu posso contar todos os meus ossos.
Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro!
Anunciarei o vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,
e respeitai-o, toda a raça de Israel!
Riem de mim todos aqueles que me vêem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
“Ao Senhor se confiou, ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
e eu posso contar todos os meus ossos.
Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro!
Anunciarei o vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,
e respeitai-o, toda a raça de Israel!
II Leitura
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses (2,6-11):
Jesus Cristo, sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Por
isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos
os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na
terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai,
que Jesus Cristo é Senhor.
Palavra do Senhor.
Evangelho
N = Narrador
L = Leitor
P = Presidente
G = Grupo
L = Leitor
P = Presidente
G = Grupo
N (Narrador): Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus (27,11-54):
- Naquele tempo, Jesus
compareceu diante do governador, que o interrogou:
L (Leitor): És o rei dos judeus?
L (Leitor): És o rei dos judeus?
P (Presidente): Sim.
N: Respondeu-lhe Jesus.
Ele, porém, nada
respondia às acusações dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos.
Perguntou-lhe Pilatos:
L: Não ouves todos os
testemunhos que levantam contra ti?
N: 14 Mas, para grande admiração do governador, não quis responder a nenhuma acusação.
N: 14 Mas, para grande admiração do governador, não quis responder a nenhuma acusação.
Era costume que o
governador soltasse um preso a pedido do povo em cada festa de Páscoa.
Ora, havia naquela
ocasião um prisioneiro famoso, chamado Barrabás.
Pilatos dirigiu-se ao povo reunido:
Pilatos dirigiu-se ao povo reunido:
L: Qual quereis que eu
vos solte: Barrabás ou Jesus, que se chama Cristo?
N: (Ele sabia que tinham entregue Jesus por inveja.)
Enquanto estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer:
L: Nada faças a esse justo. Fui hoje atormentada por um sonho que lhe diz respeito.
N: (Ele sabia que tinham entregue Jesus por inveja.)
Enquanto estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer:
L: Nada faças a esse justo. Fui hoje atormentada por um sonho que lhe diz respeito.
N: Mas os príncipes
dos sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo que pedisse a libertação de
Barrabás e fizesse morrer Jesus.
O governador tomou então
a palavra:
L: Qual dos dois quereis
que eu vos solte?
N: Responderam:
G (Grupo): Barrabás!
N: Pilatos
perguntou:
L: Que farei então de
Jesus, que é chamado o Cristo?
N: Todos responderam:
G: Seja crucificado!
N: O governador
tornou a perguntar:
L: Mas que mal fez ele?
N: E gritavam ainda mais
forte:
G: Seja crucificado!
N: Pilatos viu que
nada adiantava, mas que, ao contrário, o tumulto crescia. Fez com que lhe
trouxessem água, lavou as mãos diante do povo e disse:
L: Sou inocente do
sangue deste homem. Isto é lá convosco!
N: E todo o povo
respondeu:
G: Caia sobre nós o seu
sangue e sobre nossos filhos!
N: Libertou então
Barrabás, mandou açoitar Jesus e lho entregou para ser crucificado.
Os soldados do
governador conduziram Jesus para o pretório e rodearam-no com todo o pelotão. Arrancaram-lhe
as vestes e colocaram-lhe um manto escarlate. Depois, trançaram uma
coroa de espinhos, meteram-lha na cabeça e puseram-lhe na mão uma vara.
Dobrando os joelhos diante dele, diziam com escárnio:
G: Salve, rei dos
judeus!
N: Cuspiam-lhe no
rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça.
Depois de escarnecerem dele, tiraram-lhe o manto e entregaram-lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar.
Depois de escarnecerem dele, tiraram-lhe o manto e entregaram-lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar.
Saindo, encontraram um
homem de Cirene, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus. Chegaram
ao lugar chamado Gólgota, isto é, lugar do crânio. Deram-lhe de beber
vinho misturado com fel. Ele provou, mas se recusou a beber.
Depois de o haverem
crucificado, dividiram suas vestes entre si, tirando a sorte. Cumpriu-se assim
a profecia do profeta: Repartiram entre si minhas vestes e sobre meu manto
lançaram a sorte.
Sentaram-se e montaram guarda. Por cima de sua cabeça penduraram um escrito trazendo o motivo de sua crucificação: Este é Jesus, o rei dos judeus.
Sentaram-se e montaram guarda. Por cima de sua cabeça penduraram um escrito trazendo o motivo de sua crucificação: Este é Jesus, o rei dos judeus.
Ao mesmo tempo foram
crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda.
Os que passavam o
injuriavam, sacudiam a cabeça e diziam:
G: Tu, que destróis
o templo e o reconstróis em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de
Deus, desce da cruz!
N: Os príncipes dos
sacerdotes, os escribas e os anciãos também zombavam dele:
G: Ele salvou a
outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é rei de Israel, desça agora da cruz
e nós creremos nele! Confiou em Deus, Deus o livre agora, se o ama, porque
ele disse: Eu sou o Filho de Deus!
E os ladrões, crucificados com ele, também o ultrajavam.
E os ladrões, crucificados com ele, também o ultrajavam.
Desde a hora sexta até a
nona, cobriu-se toda a terra de trevas. Próximo da hora nona, Jesus
exclamou em voz forte:
P: Eli, Eli, lammá
sabactáni?
N: O que quer dizer: Meu
Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
A estas palavras, alguns dos que lá estavam diziam:
A estas palavras, alguns dos que lá estavam diziam:
G: Ele chama por Elias.
N: Imediatamente um
deles tomou uma esponja, embebeu-a em vinagre e apresentou-lha na ponta de uma
vara para que bebesse.
Os outros diziam:
G: Deixa! Vejamos se
Elias virá socorrê-lo.
N: Jesus de novo
lançou um grande brado, e entregou a alma.
(Todos se ajoelham num
momento de silêncio).
E eis que o véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo, a terra tremeu, fenderam-se as rochas.
Os sepulcros se abriram
e os corpos de muitos justos ressuscitaram.
Saindo de suas sepulturas, entraram na Cidade Santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas.
Saindo de suas sepulturas, entraram na Cidade Santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas.
O centurião e seus
homens que montavam guarda a Jesus, diante do estremecimento da terra e de tudo
o que se passava, disseram entre si, possuídos de grande temor:
G: Verdadeiramente, este
homem era Filho de Deus!
N: Palavra da Salvação.
Comentário
ao Evangelho
A MORTE DE CRUZ
A morte de cruz correspondeu ao ponto mais baixo e ao ponto mais alto do projeto messiânico de Jesus e de sua relação com os que escolhera para estar com ele. Os discípulos, de qualquer tempo e lugar, ver-se-ão confrontados com ela. Será inútil querer desviar-se dela.
A morte de cruz reduziu Jesus à condição de maldito de Deus. As próprias Escrituras consideravam maldição a morte por enforcamento e, por extensão, por crucificação. Paulo dirá que Jesus se fez maldição para nos libertar.
Poderiam os discípulos esperar algo de um Mestre suspenso na cruz? Onde ficava seu projeto de Reino? Como entender tudo quanto fizera e ensinara, se era maldito de Deus? Por conseguinte, a cruz despontou como sinônimo de fracasso.
O reverso da moeda revela uma realidade bem diversa. A cruz foi a prova definitiva da mais absoluta fidelidade de Jesus ao Pai. Tentado das mais variadas maneiras a trilhar um caminho diferente, manteve-se fiel ao projeto divino, mesmo à custa da própria vida. Quando se tratou de optar entre a fidelidade ao Pai, com todas as suas conseqüências, e as tentações de um messianismo mundano, carregado de glória e de reconhecimento, Jesus não teve dúvidas: optou pela fidelidade. Sua morte estava em perfeita consonância com a sua vida.
A morte de cruz, lida nesta perspectiva, dá um sentido novo à vida de Jesus. O fracasso receberá o nome de fidelidade, e a impotência chamar-se-á liberdade.
(O comentário - Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE Fonte: Dom Total)
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