III DOMINGO DA PÁSCOA
(Cor branca, Gória, Creio – III semana do Saltério)
Oração
do dia
Ó Deus, que o vosso povo
sempre exulte pela sua renovação espiritual, para que, tendo recuperado agora
com alegria a condição de filhos de Deus, espere com plena confiança o dia da
ressurreição.
Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
I Leitura
Leitura dos Atos dos Apóstolos (2,14.22-23):
Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse: “Homens da Judéia e vós todos que habitais em Jerusalém: seja-vos isto conhecido e prestai atenção às minhas palavras.
Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis, depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios.
Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que ela o retivesse em seu poder. Pois dele diz Davi: ‘Eu via sempre o Senhor perto de mim, pois ele está à minha direita, para que eu não seja abalado. Alegrou-se por isso o meu coração e a minha língua exultou. Sim, também a minha carne repousará na esperança, pois não deixarás a minha alma na região dos mortos, nem permitirás que o teu santo conheça a corrupção. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria com a visão de tua face’.
Irmãos, seja permitido
dizer-vos com franqueza: do patriarca Davi dizemos que morreu e foi sepultado,
e o seu sepulcro está entre nós até o dia de hoje. Mas ele era
profeta e sabia que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes seria
colocado no seu trono.
É, portanto, a
ressurreição de Cristo que ele previu e anunciou por estas palavras: ‘Ele não
foi abandonado na região dos mortos, e sua carne não conheceu a corrupção’.
A este Jesus, Deus o
ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas. Exaltado pela
direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido, derramou-o
como vós vedes e ouvis".
Palavra do Senhor.
Salmo
responsorial (15/16)
Vós me
ensinais vosso caminho para a vida;
junto de vós felicidade sem limites!
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
junto de vós felicidade sem limites!
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
Digo ao Senhor: “Somente
vós sois meu Senhor:
nenhum bem eu posso achar fora de vós!”
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,
meu destino está seguro em vossas mãos!
Eu bendigo o Senhor, que aconselha
e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.
Eis por que meu coração está em festa,
nenhum bem eu posso achar fora de vós!”
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,
meu destino está seguro em vossas mãos!
Eu bendigo o Senhor, que aconselha
e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.
Eis por que meu coração está em festa,
minha alma rejubila de
alegria
e até meu corpo no repouso está tranqüilo;
pois não haveis de me deixar entregue à morte
nem vosso amigo conhecer a corrupção.
Vós me ensinais vosso caminho para a vida;
e até meu corpo no repouso está tranqüilo;
pois não haveis de me deixar entregue à morte
nem vosso amigo conhecer a corrupção.
Vós me ensinais vosso caminho para a vida;
junto a vós, felicidade
sem limites,
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
II Leitura
Leitura da primeira carta de são Pedro (1,17-21):
Carríssimos, se invocais como Pai aquele que, sem distinção de pessoas, julga cada um segundo as suas obras, vivei com temor durante o tempo da vossa peregrinação.
Porque vós sabeis que
não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da
vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo
precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum,
aquele que foi predestinado antes da criação do mundo e que nos
últimos tempos foi manifestado por amor de vós.
Por ele tendes fé em
Deus, que o ressuscitou dos mortos e glorificou, a fim de que vossa fé e vossa
esperança se fixem em Deus.
Palavra do Senhor.
Evangelho
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo
segundo Lucas (24,13-35):
Mas os olhos
estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. Perguntou-lhes,
então: "De que estais falando pelo caminho, e por que estais
tristes?" Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: "És tu
acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes
dias?" Perguntou-lhes ele: "Que foi?" Disseram: "A
respeito de Jesus de Nazaré. Era um profeta poderoso em obras e palavras,
diante de Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os
nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós
esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo
isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam.
É verdade que algumas
mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do
sol; e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram
uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. Alguns dos
nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a
ele mesmo não viram".
Jesus lhes disse: "Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?" E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras.
Jesus lhes disse: "Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?" E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras.
Aproximaram-se da aldeia
para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles
forçaram-no a parar: "Fica conosco, já é tarde e já declina o dia".
Entrou então com eles. Aconteceu que, estando sentado conjuntamente
à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então se lhes
abriram os olhos e o reconheceram. Mas ele desapareceu.
Diziam então um para o
outro: "Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho
e nos explicava as Escrituras?" Levantaram-se na mesma hora e
voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam.
Todos diziam: "O
Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão". Eles, por sua
parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham
reconhecido ao partir o pão.
Palavra da Salvação.
Comentário
ao Evangelho
A FRUSTRAÇÃO SUPERADA
A crucifixão de Jesus foi um duro golpe para a comunidade cristã. Com ela, vieram abaixo os projetos de libertação, carinhosamente acalentados pelos discípulos.
As palavras e as ações
do Mestre pareciam dignas de fé. Seu modo de ser tinha algo de especial, bem
diferente do que até então se tinha visto. Sua morte na cruz, no entanto,
deixou, nos discípulos, o sabor da frustração e da desilusão!
Foi preciso que o Ressuscitado os chamasse à realidade. Eles não estavam dispensados da missão. Por conseguinte, não havia motivo para se dispersarem e voltarem para sua cidade de origem, uma vez que tinham, diante de si, um mundo a ser evangelizado. Era insensato cultivar sentimentos de morte, quando a vida já havia despontado e se fazia presente no Ressuscitado. Por que fixar-se no aspecto negativo da vida, já que a realidade vai muito além?
Os discípulos de Emaús retratam os cristãos desiludidos de todos os tempos, uma vez que não acreditam na possibilidade de se criar um mundo fraterno. São os pessimistas, centrados em si mesmos, incapazes de projetar-se para além dos próprios horizontes. Ou seja, são cristãos nos quais a ressurreição ainda não produziu frutos.
Só a descoberta do Ressuscitado permite ao cristão superar os reveses da vida. Aí então, ele se dará conta de que, apesar da cruz, vale a pena somar esforços para construir o Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE. Fonte do Comentário: Dom Total )
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