“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Liturgia da Palavra: 01 de fevereiro de 2015 – Domingo.


IV Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – IV semana do Saltério)



Oração do dia

Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração e amar todas as pessoas com verdadeira caridade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do Deuteronômio (18,15-20):

Moisés falou ao povo, dizendo:  “O Senhor, teu Deus, te suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que devereis ouvir. Foi o que tu mesmo pediste ao Senhor, teu Deus, em Horeb, quando lhe disseste no dia da assembléia: ‘Oh! Não ouça eu mais a voz do Senhor, meu Deus, nem torne a ver mais esse fogo ardente, para que eu não morra!’ 
E o Senhor disse-me: ‘está muito bem o que disseram;  eu lhes suscitarei um profeta como tu dentre seus irmãos: pôr-lhe-ei minhas palavras na boca, e ele lhes fará conhecer as minhas ordens.  Mas ao que recusar ouvir o que ele disser de minha parte, pedir-lhe-ei contas disso. O profeta que tiver a audácia de proferir em meu nome uma palavra que eu lhe não mandei dizer, ou que se atrever a falar em nome de outros deuses, será morto”. 

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (94/95)

Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!

Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o rochedo que nos salva!
Ao seu encontro caminhemos com louvores
e, com cantos de alegria, o celebremos!

Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,
as ovelhas que conduz com sua mão.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:
“Não fecheis os corações como em Meriba,
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram,
apesar de terem visto as minhas obras”.

II   Leitura

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios (7,32-35): 

Irmãos, eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado é solícito pelas coisas do Senhor e procura agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar à sua mulher, e, assim, está dividido. Do mesmo modo, a mulher não casada e a jovem solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram ser santas de corpo e espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar ao seu marido. Digo isso para o vosso próprio bem e não para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (1,21-28):

Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar.  Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.  
Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou:  "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!  
Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!" O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu. Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: "Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!"  A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia. 

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

VENCENDO O MAL

O Reino anunciado por Jesus provocou as forças do mal, que reagiram de imediato. Sua pregação desmascarava a malignidade de tudo quanto redundava em escravidão para o ser humano e o impedia de se realizar e ser feliz. Jesus se sabia destinado a libertar os oprimidos e escravizados pelo poder do mal.

Evidentemente, o processo de libertação não era fácil. Por um lado, os opressores não queriam abrir mão de suas intenções e métodos. Por outro lado, os oprimidos acabavam por se acostumar à sua situação, já não fazendo mais caso dela. 

A libertação começava quando o escravo do mal se insurgia contra sua situação, com a ajuda de Jesus. Tratava-se de uma terrível luta interior! Às vezes, se pensava que a presença de Jesus só servisse para perturbar. Ele, porém, não se deixava intimidar. Sua presença purificava o ser humano dos espíritos imundos que o flagelavam e contaminavam. Livres de toda escravidão, os que tinham sido beneficiados por Jesus tornavam-se sinal do poder efetivo do Reino. 

Toda a vida de Jesus foi perpassada de luta contra as forças do mal. Com sua palavra, ele as desarticulava, fazendo o Reino dar seus frutos na história humana. Jesus não cruzava os braços ao se deparar com quem era vítima do mal e do pecado. Sua presença fazia o dinamismo libertador do Reino entrar em ação.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE. [In: Dom Total]


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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Liturgia da Palavra: 25 de Janeiro de 2015 - Domingo.


III Domingo do tempo comum
(Cor verde, Glória, Creio – III semana do Saltério)

Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura da profecia de Jonas (3,1-5.10):

A palavra do Senhor foi dirigida pela segunda vez a Jonas nestes termos: “Vai a Nínive, a grande cidade, e faze-lhe conhecer a mensagem que te ordenei”.
Jonas pôs-se a caminho e foi a Nínive, segundo a ordem do Senhor. Nínive era, diante de Deus, uma grande cidade: eram precisos três dias para percorrê-la.  Jonas foi pela cidade durante todo um dia, pregando: “Daqui a quarenta dias Nínive será destruída”.
Os ninivitas creram (nessa mensagem) de Deus, e proclamaram um jejum, vestindo-se de sacos desde o maior até o menor. Diante de uma tal atitude, vendo como renunciavam aos seus maus caminhos, Deus arrependeu-se do mal que resolvera fazer-lhes, e não o executou.

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (24/25)

Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,
Vossa verdade me oriente e me conduza.


Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
Porque sois o Deus da minha salvação.

Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura
e a vossa compaixão, que são eternas!
De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia
e sois bondade sem limites, ó Senhor!

O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça
e aos pobres ele ensina o seu caminho.

II   Leitura

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios (7,29-31):

Mas eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. O que importa é que os que têm mulher vivam como se a não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; os que usam deste mundo, como se dele não usassem. Porque a figura deste mundo passa.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (1,14-20):

Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho."
Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.  Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens." Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.
Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo.  Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

OS SEGUIDORES DE JESUS

Dois traços marcaram o ministério de Jesus desde os seus primórdios. Ele não foi um pregador solitário, apegado à tarefa recebida do Pai, sem partilhá-la com ninguém. Pelo contrário, quis contar com colaboradores que o ajudassem a levar a cabo sua missão. Os escolhidos foram pessoas simples, pescadores do lago da Galiléia, cujas vidas se transformaram totalmente, a partir do encontro com o Senhor. Eles foram convidados a deixar tudo e seguir o Mestre, que lhes deu como missão saírem pelo mundo, atraindo as pessoas para Deus. Um horizonte novo despontou para eles. O desafio lançado por Jesus foi acolhido com generosidade. Nada os impediu de romper com o mundo e seguir o Mestre.

Outro traço do ministério de Jesus: ao chamar os discípulos e confiar-lhes uma missão, o Senhor deu a entender que sua obra deveria ser levada adiante e expandir-se, a partir da sementinha lançada por ele. 

Jesus anunciou a chegada do Reino e realizou sinais indicadores de sua presença. Durante sua vida terrena, não se poupou para fazer o Reino acontecer. Agora, cabia aos discípulos levar adiante o anúncio da Boa-Nova, para que o apelo do Reino atingisse a todos, sem distinção. Jesus colocou diante deles um mar diferente, a humanidade inteira, onde a função de pescadores haveria de continuar. Era hora de pescar muitas pessoas para Deus.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.)  [
In: Dom Total]

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Liturgia da Palavra: 18 de Janeiro de 2015 – Domingo.

II Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – II semana do Saltério)


Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do primeiro livro de Samuel(3,3-10.19): 

A lâmpada de Deus ainda não se apagara. Samuel repousava no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus. 
O Senhor chamou Samuel, o qual respondeu: “Eis-me aqui”. Samuel correu para junto de Heli e disse: “Eis-me aqui: chamaste-me”. “Não te chamei, meu filho, torna a deitar-te”. Ele foi e deitou-se. 
O Senhor chamou de novo Samuel. Este levantou-se e veio dizer a Heli: “Eis-me aqui, tu me chamaste”. “Eu não te chamei, meu filho, torna a deitar-te”. Samuel ainda não conhecia o Senhor; a palavra do Senhor não lhe tinha sido ainda manifestada. 
Pela terceira vez o Senhor chamou Samuel, que se levantou e foi ter com Heli: “Eis-me aqui, tu me chamaste”. Compreendeu então Heli que era o Senhor quem chamava o menino. “Vai e torna a deitar-te”, disse-lhe ele, “e se ouvires que te chamam de novo, responde: ‘Falai, Senhor; vosso servo escuta!’” Voltou Samuel e deitou-se.  Veio o Senhor pôs-se junto dele e chamou-o como das outras vezes: “Samuel! Samuel! Falai”, respondeu o menino; “vosso servo escuta!” 
Samuel crescia, e o Senhor estava com ele. Ele não negligenciava nenhuma de suas palavras. 

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (39/40)

Eu disse: “Eis que venho, Senhor!”
Com prazer faço a vossa vontade.


Esperando, esperei no Senhor
e, inclinando-se, ouviu meu clamor.
Canto novo ele pôs em meus lábios,
um poema em louvor ao Senhor.

Sacrifício e oblação não quisestes,
mas abristes, Senhor, meus ouvidos;
não pedistes ofertas nem vítimas,
holocaustos por nossos pecados.

E então eu vos disse: “Eis que venho!”
Sobre mim está escrito no livro:
“Com prazer faço a vossa vontade,
guardo em meu coração vossa lei!”

Boas novas de vossa justiça
anunciei numa grande assembléia;
vós sabeis: não fechei os meus lábios!

II   Leitura

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios (6,13-15.17-20):

Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos: Deus destruirá tanto aqueles como este. O corpo, porém, não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o corpo: Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum! Pelo contrário, quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito.  Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo. 

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (1,35-42): 

No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos. E, avistando Jesus que ia passando, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”. Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus.  Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: “Que procurais?” Disseram-lhe: “Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?”  Vinde e vede, respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima.  André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido.  Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: “Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)”.  Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: “Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer dizer pedra)”. 

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

VINDE E VEDE!

O modo como se dava o discipulado de Jesus era muito distinto daquele dos rabinos. Na tradição rabínica, o discípulo escolhia seu mestre e por este era instruído na arte de interpretar as Escrituras. Esta atividade de caráter intelectual desenvolvia-se numa escola onde o mestre distinguia-se pela excelência do saber e o discípulo, pelo desejo de conhecer.

O método adotado por Jesus consistia na transmissão de um modo de ser, mais do que uma ciência. Os discípulos não estavam confinados numa escola, mas se colocavam no seguimento do Mestre e aprendiam, ouvindo suas palavras e presenciando o que ele fazia em favor do povo. Este aprendizado existencial ia transformando a vida do discípulo, num processo paulatino de assimilação de tudo que o Mestre realizava.

O discipulado, neste caso, consistia num duplo movimento. "Vinde" indicava que o discipulado se dava pela iniciativa de Jesus que convocava para o seu seguimento. Era ele quem chamava. Cabia ao discípulo aceitar o convite. "Vede" supunha concentrar a atenção na pessoa de Jesus para captar os valores que regiam sua ação e deixar-se moldar por eles.

Os primeiros discípulos aceitaram o convite de Jesus, ficaram fascinados por ele, e saíram para partilhar com os irmãos a experiência deste encontro transformador. Quem quiser se fazer discípulo do Senhor deverá trilhar o mesmo caminho.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês) [In: Dom Total]




segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Liturgia da Palavra: 11 de Janeiro de 2015 – Domingo.


Batismo do Senhor
(Cor branca, Glória, Credo, Prefácio próprio – Ofício da Festa)

Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que, sendo Cristo batizado no Jordão e pairando sobre ele o Espírito Santo, o declarastes solenemente vosso Filho, concedei aos vossos filhos adotivos, renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso amor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Isaías (42,1-4.6-7):

“Eis meu Servo que eu amparo, meu eleito ao qual dou toda a minha afeição, faço repousar sobre ele meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião.  Ele não grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas.  Não quebrará o caniço rachado, não extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a franqueza a verdadeira religião; não desanimará, nem desfalecerá,  até que tenha estabelecido a verdadeira religião sobre a terra, e até que as ilhas desejem seus ensinamentos. 
Eu, o Senhor, chamei-te realmente, eu te segurei pela mão, eu te formei e designei para ser a aliança com os povos, a luz das nações;  para abrir os olhos aos cegos, para tirar do cárcere os prisioneiros e da prisão aqueles que vivem nas trevas”. 

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (28/29)

Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

Filhos de Deus, tributai ao Senhor,
tributai-lhe a glória e o poder!
Dai-lhe a glória devida ao seu nome;
adorai-o com santo ornamento!

Eis a voz do Senhor sobre as águas,
sua voz sobre as águas intensas!
Eis a voz do Senhor com poder!
Eis a voz do Senhor majestosa.

Sua voz no trovão reboando!
No seu templo os fiéis bradam: “Glória!”
É o Senhor que domina os dilúvios,
o Senhor reinará para sempre!

II   Leitura

Leitura dos Atos dos Apóstolos (10,34-38):

Então Pedro tomou a palavra e disse: “Em verdade, reconheço que Deus não faz distinção de pessoas, mas em toda nação lhe é agradável aquele que o temer e fizer o que é justo.  Deus enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a boa nova da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos. 
Vós sabeis como tudo isso aconteceu na Judéia, depois de ter começado na Galiléia, após o batismo que João pregou.  Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com ele”. 

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (1,7-11):
                                                                  
João Batista pôs-se a proclamar: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado. Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo."  Ora, naqueles dias veio Jesus de Nazaré, da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão.  No momento em que Jesus saía da água, João viu os céus abertos e descer o Espírito em forma de pomba sobre ele.  E ouviu-se dos céus uma voz: "Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição." 

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

A SOLIDARIEDADE DE JESUS

O batismo de Jesus, no Jordão, pode parecer, à primeira vista, inútil. Afinal, eram os pecadores os que procuravam o batismo de João, para redimir-se de seus pecados, na perspectiva da iminente chegada do Messias. Por um lado, Jesus não era pecador. Por outro, ele era o Messias, cuja ação havia de revolucionar a história humana. Como justificar, então, seu batismo?

A vinda do Messias Jesus tinha como finalidade oferecer aos pecadores a salvação. Este seria o público privilegiado de sua ação. Quando, no início de seu ministério, dirigiu-se para o lugar onde João estava batizando, Jesus foi colocar-se exatamente onde se encontravam os que viera para salvar.

Em torno de João, reuniam-se pessoas conscientes de seus pecados e desejosas de se verem livres deles. Jesus foi ao encontro delas, pois haveria de livrá-las, definitivamente, do peso de seus pecados, anunciando-lhes o advento do Reino de Deus.

O Messias, porém, escolheu o caminho da solidariedade com os pecadores e se colocou junto deles como salvador, não como juiz. Ao se fazer um com eles, embora não sendo pecador, possibilitou que a graça tivesse lugar na vida daquela gente. Foi assim que, no batismo, o Filho amado de Deus iniciou sua missão.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE. [In: Dom Total]

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