“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Liturgia da Palavra: 4 de dezembro de 2016 – Domingo.


II SEMANA DO ADVENTO
(Cor roxa, Creio, Prefácio do Advento I; II semana do Saltério)



Oração do dia

Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Isaías (11,1-10):

Naqueles dias, um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor. (Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor.)
Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer; mas julgará os fracos com eqüidade, fará justiça aos pobres da terra, ferirá o homem impetuoso com uma sentença de sua boca, e com o sopro dos seus lábios fará morrer o ímpio. A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos. Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar.
Naquele tempo, o rebento de Jessé, posto como estandarte para os povos, será procurado pelas nações e gloriosa será a sua morada.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (71/72)

Nos seus dirás, a justiça florirá.

Daí ao rei vossos poderes, Senhor Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.

Nos seus dias a justiça florirá e grande paz,
até que a lua perca o seu brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio,
e desde o rio até os confins de toda a terra!

Libertará o indigente que suplica
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
Terá pena do indigente e do infeliz,
e a vida dos humildes salvará.

Seja bendito o seu nome para sempre.
E que dure como o sol sua memória!
Todos os povos serão nele abençoados,
todas as gentes cantarão o seu louvor!

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Romanos (15,4-9):

Ora, tudo quanto outrora foi escrito, foi escrito para a nossa instrução, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que dão as Escrituras, tenhamos esperança. O Deus da perseverança e da consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Jesus Cristo, para que, com um só coração e uma só voz, glorifiqueis a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso, acolhei-vos uns aos outros, como Cristo nos acolheu para a glória de Deus. Pois asseguro que Cristo exerceu seu ministério entre os incircuncisos para manifestar a veracidade de Deus pela realização das promessas feitas aos patriarcas. Quanto aos pagãos, eles só glorificam a Deus em razão de sua misericórdia, como está escrito: "Por isso, eu vos louvarei entre as nações e cantarei louvores ao vosso nome"

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (3,1-12):

Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia. Dizia ele: "Fazei penitência porque está próximo o Reino dos céus". Este é aquele de quem falou o profeta Isaías, quando disse: "Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!". João usava uma vestimenta de pêlos de camelo e um cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
Pessoas de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus pecados e eram batizados por ele nas águas do Jordão. Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? Dai, pois, frutos de verdadeira penitência.
Não digais dentro de vós: ‘Nós temos a Abraão por pai!’ Pois eu vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas pedras filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palhas, porém, queimá-las-á num fogo inextinguível".

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

CONVITE À CONVERSÃO

O apelo premente lançado por João Batista aos que se apresentavam para serem batizados exigia ser acolhido no mais íntimo do coração, onde a conversão deveria dar seus primeiros frutos. A preparação para acolher o Messias requeria dos crentes reformular seu modo de pensar e agir (metánoia), cujo sinal seria a predisposição a abandonar o caminho do mal e do pecado para trilhar o caminho do amor e da justiça.

A figura austera do Batista e sua linguagem inflamada não davam margem para dúvida. Urgia converter-se sem demora, pois a manifestação do Reino corresponderia a uma espécie de juízo divino sobre a história humana. Num linguajar metafórico, anunciava que as árvores que não produzissem frutos bons seriam cortadas e jogadas no fogo. Quem não fosse capaz de produzir "frutos dignos de conversão" seria objeto da ira divina.

Os escribas e saduceus que faziam parte do auditório, conhecidos por sua espiritualidade superficial, foram alvos das invectivas do Batista. Seu modo de proceder, falsamente piedoso, era desaconselhável. Deus não se deixa impressionar com exterioridades, pois perscruta os corações, onde espera encontrar sinais de conversão.

A presença iminente do Messias exige uma pronta decisão. E a prudência pede que seja tomada sem demora. O Reino não se faz esperar. Quem recusa a se converter, será deixado de fora. O Messias Jesus, porém, quer acolher a todos.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,

 Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total



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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Liturgia da Palavra: 27 de novembro de 2016 – Domingo.


I Semana do Advento
(Cor roxa, Creio, Prefácio do Advento I; I Semana do Saltério)



Oração do dia

Ó Deus todo-poderoso, concedei a vossos fiéis o ardente desejo de possuir o reino celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos à sua direita na comunidade dos justos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Isaías (2,1-5):

Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e Jerusalém. No fim dos tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor estará colocado à frente das montanhas, e dominará as colinas. Para aí acorrerão todas as gentes, e os povos virão em multidão: "Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó: ele nos ensinará seus caminhos, e nós trilharemos as suas veredas".
Porque de Sião deve sair a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor. Ele será o juiz das nações, o governador de muitos povos. De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra. Casa de Jacó, vinde, caminhemos à luz do Senhor.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (121/122)

Que alegria quando me disseram:
“Vamos à casa do Senhor!”

Que alegria quando ouvi que me disseram:
“Vamos à casa do Senhor!”
E agora nossos pés já se detêm,
Jerusalém, em tuas portas.

Para lá sobem as tribos de Israel,
as tribos do Senhor.
Para louvar, segundo a lei de Israel,
o nome do Senhor.
A sede da justiça lá está
e o trono de Davi.

Rogai que viva em paz Jerusalém,
e em segurança os que te amam!
Que a paz habite dentro de teus muros,
tranqüilidade em teus palácios!

Por amor a meus irmãos e meus amigos,
peço: “A paz esteja em ti!”
Pelo amor que tenho à casa do Senhor,
eu te desejo todo bem!

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Romanos (13, 11-14.):

Isso é tanto mais importante porque sabeis em que tempo vivemos. Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé.  A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes. Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (24, 37-44):

Disse Jesus: “Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem. Dois homens estarão no campo: um será tomado, o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no mesmo moinho: uma será tomada a outra será deixada.
Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor. Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes”.

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

PRONTOS PARA RECEBER O SENHOR

O tempo litúrgico do Advento convida-nos à preparação para acolher o Senhor que vem. O apelo insistente da Igreja questiona a tendência dos cristãos a serem acomodados, quando não contaminados pela mentalidade mundana, centrada na busca desenfreada do prazer e na consecução de interesses pessoais.

Desconhecendo o dia e a hora em que o Senhor virá, o discípulo deve estar sempre pronto para recebê-lo. A prontidão cristã é feita de pequenos gestos de amor, na simplicidade do quotidiano. Nada de ações mirabolantes nem de tarefas heróicas a serem cumpridas! Exige-se do discípulo apenas amor sincero e gratuito a Deus e ao próximo.

O episódio bíblico acerca da figura de Noé e do dilúvio ilustra a atitude contrária àquela do discípulo do Reino. A desvastação diluviana tomou de surpresa a humanidade. Ninguém, além de Noé e de sua família, deu-se conta do que estava para acontecer. Por isso, comia-se, bebia-se e se celebravam bodas, na mais total ignorância da fúria destruidora da natureza que se abateria sobre a Terra.

O Senhor espera encontrar os discípulos do Reino vigilantes, quando de sua chegada. A menor desatenção pode revelar-se perigosa. Por isso, o egoísmo jamais poderá ter lugar no coração de quem quer ser encontrado pelo Senhor. Só existe uma maneira de preparar-se para este momento: amar.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE).  In: Dom Total



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domingo, 13 de novembro de 2016

Liturgia da Palavra: 20 de novembro de 2016 – Domingo.


Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio próprio; Ofício da solenidade)



Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do segundo livro de Samuel (5,1-3):

Todas as tribos de Israel vieram ter com Davi em Hebron e disseram-lhe: “Vê: não somos nós teus ossos e tua carne? Já antes, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. O Senhor te disse: ‘és tu que apascentarás o meu povo e serás o chefe de Israel’”.
Vieram, pois, todos os anciãos de Israel ter com o rei em Hebron. Davi fez com eles um tratado diante do Senhor e eles sagraram-no rei de Israel.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (121/122)

Quanta alegria e felicidade:
vamos à casa do Senhor!

Que alegria quando ouvi que me disseram:
“Vamos à casa do Senhor!”
E agora nossos pés já se detêm,
Jerusalém, em tuas portas.

Para lá sobem as tribos de Israel,
as tribos do Senhor.
Para louvar, segundo a lei de Israel,
o nome do Senhor.
A sede da justiça lá está
e o trono de Davi.

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses (1,12-20):

Sede contentes e agradecidos ao Pai, que vos fez dignos de participar da herança dos santos na luz. Ele nos arrancou do poder das trevas e nos introduziu no Reino de seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Ele é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação. Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele. Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele. Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o Princípio, o primogênito dentre os mortos e por isso tem o primeiro lugar em todas as coisas. Porque aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (23,35-43):

A multidão conservava-se lá e observava. Os príncipes dos sacerdotes escarneciam de Jesus, dizendo: “Salvou a outros, que se salve a si próprio, se é o Cristo, o escolhido de Deus!” Do mesmo modo zombavam dele os soldados. Aproximavam-se dele, ofereciam-lhe vinagre e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo”.
Por cima de sua cabeça pendia esta inscrição: “Este é o rei dos judeus”. Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: “Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!” Mas o outro o repreendeu: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício? Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum”. E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando tiveres entrado no teu Reino!”
Jesus respondeu-lhe: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso”.

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

ESTE É O REI DOS JUDEUS!

A crucifixão de Jesus constituiu-se em um trauma para os discípulos. Eles esperavam que seu Mestre fosse um Messias-rei glorioso, cheio de poder, capaz de pôr fim à opressão romana. Por isso, diante do Crucificado, viram esvair-se todas as suas esperanças.

Contudo, a inscrição afixada no alto da cruz - "Este é o rei dos judeus" - era verdadeira. Efetivamente, Jesus era "rei dos judeus", mas seu reino era bem diferente daquele que os discípulos e os adversários esperavam.

Uns e outros não conseguiam perceber a dinâmica de salvação em que estava envolvida a morte de cruz. Ali, Jesus estava salvando toda a humanidade, por ser o Cristo de Deus, o eleito. A crucifixão resultava de sua fidelidade total ao Pai, Senhor de sua existência.

Isto significava que a vontade divina sempre fora o imperativo na vida do Filho de Deus. O Reino do Pai tornara-se o Reino de Jesus. Reino articulado no querer divino, e não na força das armas, da violência, das conquistas, da opressão. Por conseguinte, os judeus e todos os que quisessem salvar-se, deveriam aderir a este Reino, cujo Rei é Jesus.

Os dois ladrões, também crucificados com o Mestre, revelaram duas atitudes contrastantes diante desse Rei: um o rejeitou como fraco e impotente; o outro o acolheu e o reconheceu como sendo vítima da injustiça. A este Jesus acolheu em seu Reino!

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total



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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Liturgia da Palavra: 13 de novembro de 2016 – Domingo.


XXXIII Domingo do Tempo Comum
(Cor verde, Glória, Creio;  I semana do Saltério)

Oração do dia

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura da profecia de Malaquias (3,19-20):

Porque eis que vem o dia, ardente como uma fornalha. E todos os soberbos, todos os que cometem o mal serão como a palha; este dia que vai vir os queimará - diz o Senhor dos exércitos - e nada ficará: nem raiz, nem ramos. Mas, sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol de justiça que traz a salvação em seus raios. Saireis e saltareis, livres como os bezerros ao saírem do estábulo.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (97/98)

O Senhor virá julgar a terra inteira;
com justiça julgará.

Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas,
ao Senhor, o nosso Rei!

Aplauda o mar com todo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.

Exultem na presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com eqüidade.

II   Leitura

Leitura da segunda carta de são Paulo aos Tessalonicenses (3,7-12):

Irmãos, sabeis perfeitamente o que deveis fazer para nos imitar. Não temos vivido entre vós desregradamente, nem temos comido de graça o pão de ninguém. Mas, com trabalho e fadiga, labutamos noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não porque não tivéssemos direito para isso, mas foi para vos oferecer em nós mesmos um exemplo a imitar. Aliás, quando estávamos convosco, nós vos dizíamos formalmente: “Quem não quiser trabalhar, não tem o direito de comer”. Entretanto, soubemos que entre vós há alguns desordeiros, vadios, que só se preocupam em intrometer-se em assuntos alheios. A esses indivíduos ordenamos e exortamos a que se dediquem tranqüilamente ao trabalho para merecerem ganhar o que comer.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (21,5-19):

Como lhe chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse: “Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”. Então o interrogaram: “Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir?”
Jesus respondeu: “Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais após eles. Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim”.
Disse-lhes também: “Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino. Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu. Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim. Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho. Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa, porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários. Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós. Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação”.

Palavra da Salvação.


 Comentário ao Evangelho

A SALVAÇÃO PELA PERSEVERANÇA

Os discípulos de Jesus foram alertados contra os falsos alarmes de chegada do fim do mundo. O resultado disto era o medo, a insegurança e, de modo especial, o sentir-se bloqueado e desmotivado para fazer o bem. É perda de tempo dar ouvidos a quem se considera entendido nas coisas relativas ao fim do mundo, e quer se fazer de mestre dos outros.

As perseguições e dificuldades devem ser vistas pelos discípulos como ocasião para dar testemunho do Reino, sem a ilusão de que tudo acabará em breve. Por causa do nome de Jesus, eles seriam aprisionados, entregues às sinagogas judaicas, e levados diante de reis e governadores. Entre seus traidores estariam os seus próprios familiares e amigos. Seriam odiados, e muitos haveriam de sofrer morte violenta.

Em todas estas circunstâncias trágicas, os discípulos teriam a possibilidade de experimentar a proteção divina. Do Pai receberiam força para se defenderem diante dos tribunais, rebatendo as falsas acusações e testemunhando o nome de Jesus com denodo. E também, a força necessária para não se intimidarem e nem sucumbirem às investidas dos adversários.

Se forem capazes de perseverar, até o fim, no testemunho de Jesus, serão salvos. Desta forma, ficará patente sua adesão radical ao Reino e sua não compactuação com o mal e o pecado. Quem perseverar, experimentará a misericórdia salvífica do Pai.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total

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