“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Liturgia da Palavra: 30 de Novembro de 2014 – Domingo.


I Domingo do Advento 
(Cor roxa, Creio, Prefácio do advento I – I semana do Saltério)

 Oração do dia

Ó Deus todo-poderoso, concedei a vossos fiéis o ardente desejo de possuir o reino celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos à sua direita na comunidade dos justos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do Profeta Isaías (63,16-17;64,2-7):

Senhor, porque sois nosso pai. Abraão, de fato, nos ignora, e Israel não nos conhece; sois vós, Senhor, o nosso pai, nosso Redentor desde os tempos passados. Por que, Senhor, desviar-nos para longe de vossos caminhos, por que tornar nossos corações insensíveis ao vosso temor? Voltai, por amor de vossos servos e das tribos de vossa herança! 
Oh! Se rasgásseis os céus, se descêsseis para fazer desabar diante de vós as montanhas, como o fogo faz fundir a cera, como a chama faz evaporar a água, assim faríeis conhecer a vossos adversários quem sois, e as nações tremeriam diante de vós,  vendo-vos executar prodígios inesperados dos quais nunca se tinha ouvido falar. 
Nenhum ouvido ouviu, olho algum viu outro deus salvar assim aqueles que contam com ele. Vós vindes à frente daqueles que procedem bem, e se recordam de vossas vias. Eis que vos irritastes, e nós éramos culpados; isso perdura há muito tempo: como seríamos salvos?
Todos nós nos tornamos como homens impuros, nossas boas ações são como roupa manchada; como folhas todos nós murchamos, levados por nossos pecados como folhas pelo vento.  Não há ninguém para invocar vosso nome, para recuperar-se e a vós se afeiçoar, porque nos escondeis a vossa Face, e nos deixais ir a nossos pecados. 

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (79/80)

Iluminai a vossa face sobre nós,
Convertei-nos, para que sejamos salvos! 


Ó pastor de Israel, prestai ouvidos.
Vós que sobre os querubins vos assentais,
Aparecei cheio de glória e esplendor!
Despertai vosso poder, ó nosso Deus,
E vinde logo nos trazer a salvação!

Voltai-vos para nós, Deus do universo!
Olhai dos altos céus e observai.
Visitai a vossa vinha e protegei-a!
Foi a vossa mão direita que a plantou;
Protegei-a, e ao rebento que firmastes!

Pousai a mão por sobre o vosso protegido,
O filho do homem que escolhestes para vós!
E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!
Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!

II   Leitura

Leitura da primeira Carta de são Paulo aos Coríntios (1,3-9):

Irmãos, a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo! Não cesso de agradecer a Deus por vós, pela graça divina que vos foi dada em Jesus Cristo.  Nele fostes ricamente contemplados com todos os dons, com os da palavra e os da ciência, tão solidamente foi confirmado em vós o testemunho de Cristo.
Assim, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, não vos falta dom algum. Ele há de vos confirmar até o fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. 

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (13,33-37): 

Disse Jesus a seus discípulos: “Ficai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo.  Será como um homem que, partindo em viagem, deixa a sua casa e delega sua autoridade aos seus servos, indicando o trabalho de cada um, e manda ao porteiro que vigie.
Vigiai, pois, visto que não sabeis quando o senhor da casa voltará, se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã,  para que, vindo de repente, não vos encontre dormindo. 
O que vos digo, digo a todos: vigiai!” 

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

Permanecer sempre vigilantes e preparados

Este é o primeiro domingos do Advento! Inicia-se o tempo em que, junto à comunidade cristã, desejamos renovar a nossa disposição para celebrarmos a alegria da vinda do Senhor e a força que essa esperança alimenta o seu povo. Nele, em Jesus Cristo, somos chamados à comunhão plena, de vida e santidade, conforme o anúncio dos profetas. Para isso, que o Espírito do Pai nos ajude a permanecermos sempre vigilantes e preparados, pois a visita de Deus a seu povo é a promessa que se cumpre em seu amado Filho Jesus. [In: Dom Total]

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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Liturgia da Palavra: 23 de Novembro de 2014 – Domingo


Nosso Senhor Jesus Cristo, 
Rei do Universo 


(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio próprio – Ofício da solenidade)



Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura da profecia de Ezequiel (34,11-12.15-17): 

Pois eis o que diz o Senhor Javé: vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas.  Como o pastor se inquieta por causa de seu rebanho, quando se acha no meio de suas ovelhas tresmalhadas, assim me inquietarei por causa do meu; eu o reconduzirei de todos os lugares por onde tinha sido disperso num dia de nuvens e de trevas. 
Sou eu que apascentarei minhas ovelhas, sou eu que as farei repousar - oráculo do Senhor Javé.  A ovelha perdida eu a procurarei; a desgarrada, eu a reconduzirei; a ferida, eu a curarei; a doente, eu a restabelecerei, e velarei sobre a que estiver gorda e vigorosa. Apascentá-las-ei todas com justiça.  Quanto a vós, minhas ovelhas, eis o que diz o Senhor Javé: vou julgar entre ovelha e ovelha, vou julgar os carneiros e os bodes. 

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (22/23)

O Senhor é o pastor que me conduz;
Não me falta coisa alguma. 


Pelos prados e campinas verdejantes
Ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha
e restaura as minhas forças.

Preparais à minha frente uma mesa,
bem à vista do inimigo,
E com óleo vós ungis minha cabeça;
o meu cálice transborda.

Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida;
E, na casa do Senhor, habitarei
pelos tempos infinitos.

II   Leitura

Leitura da primeira careta de são Paulo aos Coríntios (15,20-26.28): 

Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos.  Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão.  Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda. 
Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação.  Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés.  O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés.  E, quando tudo lhe estiver sujeito, então também o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos. 

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (25,31-46): 

Disse Jesus a seus discípulos: “Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.  Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.  Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 
Então o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;  nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’. 
Perguntar-lhe-ão os justos: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?  Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?’
Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’. 
Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: ‘Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.  Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;  era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes’. 
Também estes lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?’ 
E ele responderá: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer’. 
E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna”. 

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

Temos neste texto do evangelho de Mateus uma das páginas mais expressivas no sentido de indicar que a comunhão com os excluídos e oprimidos é a própria comunhão com Jesus e com Deus. Na solidariedade com os excluídos, os famintos, os sedentos, os sem teto, os nus, os doentes e os presos, encontramos com o próprio Jesus, realizando-se, assim, a sua "vinda na glória".

A promoção da vida é a comunhão com Jesus em sua vida divina e eterna, em qualquer tempo e em qualquer povo. Desde a sua criação, os homens e as mulheres foram predestinados a participar da vida eterna, através da prática do amor e do serviço.

Nas comunidades, o verdadeiro "pastor" (primeira leitura) é aquele que se dedica ao serviço em atender as necessidades de todos, estando atento a cada um. Quem se dedica ao cultivo da vida está vencendo a morte e promovendo a ressurreição (segunda leitura). [In: Dom Total]

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CRISTO REI DO UNIVERSO
História da Solenidade de Cristo Rei

Por Padre Paulo Ricardo de Azevedo Jr.

Viva Cristo Rei!

Sabe-se que a Igreja encerra seu Ano Litúrgico com a Solenidade Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. No entanto, poucos se dão conta de que se trata de uma festa relativamente recente, pois só foi instituída em 1925, portanto há menos de cem anos.

Mas o que levou o papa Pio XI a dedicar a primeiríssima encíclica de seu pontificado à criação de uma festa de Cristo Rei?  (cf. carta encíclica Quas primas, 11/12/1925).

No início do século XX, o mundo, que ainda estava se recuperando da Primeira Guerra Mundial, fora varrido por uma onda de secularismo e de ódio à Igreja, como nunca visto na história do Ocidente. O fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o comunismo na Rússia, a revolução maçônica no México, anti-clericalismos e governos ditatoriais grassavam por toda parte.

É neste contexto que, sem medo de ser literalmente “politicamente incorreto”, o papa Pio XI institui uma festa litúrgica para celebrar uma verdade de nossa fé: mesmo em meio a ditaduras e perseguições à Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo continua a reinar, soberano, sobre toda a história da humanidade.

Recordar que Jesus é Rei do Universo foi um gesto de coragem do Santo Padre. Com as revoluções que se seguiram ao fim do primeiro conflito mundial, em 1917, o título de Cristo Rei tornara-se um tanto impopular. Se o Papa tivesse exaltado Jesus como profeta, mestre, curador de enfermos, servo humilde, vá lá! Qualquer outro título teria sido mais aceitável. Mas Cristo Rei?!…

Mesmo assim, nadando contra a correnteza e se opondo ao secularismo ateu e anti-clerical, o Vigário de Cristo na terra instituiu esta solenidade para nos recordar que todas as coisas culminam na plenitude do Cristo Senhor: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim de todas as coisas” (Ap 1, 8). É necessário reavivar a fé na restauração e na reparação universal realizadas em Cristo Jesus, Senhor da vida e da história.

Com esta solenidade o Papa Pio XI esperava algumas mudanças no cenário mundial:

- Que as nações reconhecessem que a Igreja dever estar livre do poder do Estado (Quas primas, 32).
- Que os líderes das nações reconhecessem o devido respeito e obediência a Nosso Senhor Jesus Cristo (Quas primas, 31).
Que os fieis, com a celebração litúrgica e espiritual desta solenidade, retomassem coragem e força e renovassem sua submissão a Nosso Senhor, fazendo com que ele reine em seus corações, suas mentes, suas vontades e seus corpos (Quas primas, 33).
- Encerrar o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei é consagrar a Nosso Senhor o mundo inteiro, toda a nossa história e toda nossa vida. É entregar à sua infinita misericórdia um mundo onde reina o pecado.

Pilatos pergunta a Jesus se ele é rei. Nosso Salvador responde que seu Reino não é deste mundo. Ou seja, não é deste mundo “inventado” pelo homem e pelo pecado: o mundo da injustiça, da escravidão, da violência, do ódio, da morte e da dor. Ele é rei do Reino de seu Pai e, como rei-pastor, desde o alto da cruz, guia a sua Igreja em meio às tribulações.

Sabemos que o Reinado de Cristo não se realizará por um triunfo histórico da Igreja. É isto que nos recorda o Catecismo da Igreja Católica em seu número 677. Mesmo assim, no final, haverá sem dúvida uma vitória de Deus sobre o mal. Só que esta vitória acontecerá como acontecem todas as vitórias de Deus: através da morte e da ressurreição. A Igreja só entrará na glória do Reino se passar por uma derradeira Páscoa. A Esposa deve seguir o caminho do Esposo.

É assim que, nesta festa, o manto vermelho de Cristo assinala a realeza de Nosso Senhor, mas também nos recorda o sangue de tantos mártires Cristãos de nossa história recente. Foram fieis católicos que, ouvindo os apelos do Sucessor de Pedro, não tiveram medo de entregar suas próprias vidas e de morrer aos brados de “viva Cristo Rei!”
[In: Carmelitas Mensageiras]



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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Liturgia da Palavra: 16 de Novembro de 2014 – Domingo.


XXXIII Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – I semana do Saltério)


Oração do dia

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro dos Provérbios (31,10-13.19-20.30-31): 

Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor.  Confia nela o coração de seu marido, e jamais lhe faltará coisa alguma. Ela lhe proporciona o bem, nunca o mal, em todos os dias de sua vida.  Ela procura lã e linho e trabalha com mão alegre. Põe a mão na roca, seus dedos manejam o fuso. Estende os braços ao infeliz e abre a mão ao indigente.  A graça é falaz e a beleza é vã; a mulher inteligente é a que se deve louvar. Dai-lhe o fruto de suas mãos e que suas obras a louvem nas portas da cidade. 

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (127/128)

Felizes os que temem o Senhor
e trilham seus caminhos! 


Feliz és tu se temes o Senhor
E trilhas seus caminhos!
Do trabalho de tuas mãos hás de viver,
Serás feliz, tudo irá bem!

A tua esposa é uma videira bem fecunda
No coração da tua casa;
Os teus filhos são rebentos de oliveira
Ao redor de tua mesa.

Será assim abençoado todo homem
Que teme o Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião,
Cada dia de tua vida.

II   Leitura

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses (5,1-6):

A respeito da época e do momento, não há necessidade, irmãos, de que vos escrevamos. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como um ladrão de noite. Quando os homens disserem: Paz e segurança!, então repentinamente lhes sobrevirá a destruição, como as dores à mulher grávida. E não escaparão. Mas vós, irmãos, não estais em trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais. Mas vigiemos e sejamos sóbrios. 

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (25,14-30 ou 14-15.19-21): 

Jesus contou esta parábola: será também como um homem que, tendo de viajar, reuniu seus servos e lhes confiou seus bens.  A um deu cinco talentos; a outro, dois; e a outro, um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu.
Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles; fê-los produzir, e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois. Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro de seu senhor. 
Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas. O que recebeu cinco talentos, aproximou-se e apresentou outros cinco: 'Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei.' Disse-lhe seu senhor: ´Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor.' O que recebeu dois talentos, adiantou-se também e disse: ´Senhor, confiaste-me dois talentos; eis aqui os dois outros que lucrei.´  Disse-lhe seu senhor: ´Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor.´  Veio, por fim, o que recebeu só um talento: ´Senhor, disse-lhe, sabia que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra. Eis aqui, toma o que te pertence.' Respondeu-lhe seu senhor: ´Servo mau e preguiçoso! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei. Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco e, à minha volta, eu receberia com os juros o que é meu. Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez.  Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem, tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter. E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes´. 

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

Esta parábola, tendo provavelmente em sua origem algum dito de Jesus, parece ter sofrido acréscimos e adaptações quando veiculada entre as primeiras comunidades. As imagens da parábola são extraídas de uma sociedade oportunista consagrada ao mercado em busca do lucro.

Na parábola, o senhor ambicioso, ao viajar, determina a seus três servos que façam render seu dinheiro. Os dois servos mais "fieis" fizeram o dinheiro render cem por cento. Contudo um servo mais tímido, temeroso da severidade do patrão, não querendo correr risco, escondeu o dinheiro que recebeu e devolveu-o tal qual.

O senhor , afirmando-se como sendo aquele que "colhe onde não plantou e ajunta onde não semeou", qualifica o servo tímido de mau e preguiçoso. Os dois servos fieis e eficientes foram exaltados e o servo tímido foi lançado fora. A sentença final, "a quem tem será dado mais... daquele que não tem será tirado", é típica da sociedade excludente e concentradora de riquezas.

A parábola tem um certo aspecto de caricatura irônica da sociedade. Suas imagens são pouco condizentes com a revelação de Jesus de Nazaré, manso e humilde de coração, que vem trazer vida para todos, sem exclusões.

O Reino de Deus é o reino dos pobres, mansos, pacíficos e misericordiosos, com fome e sede de justiça e partilha. Com certo constrangimento, a parábola tem sido entendida como uma advertência aos discípulos afim de que façam frutificar seus dons pessoais, a serviço da comunidade e da sociedade.

Na primeira leitura, a mulher que, com seus dons, trabalha tanto no serviço doméstico como na produção para o sustento da família, é louvada. Na segunda leitura Paulo estimula as comunidades à vigilância, a qual significa o serviço e o amor mútuo. [Comentário In: Dom Total]


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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Liturgia da Palavra: 9 de Novembro de 2014 – Domingo.

Dedicação da Basílica de Latrão 
(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio próprio – Ofício da festa)

Oração do dia

Ó Deus, que edificais o vosso templo eterno com pedras vivas e escolhidas, difundi na vossa Igreja o Espírito que lhe destes, para que o vôo povo cresça sempre mais, construindo a Jerusalém celeste.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura da profecia de Ezequiel (47,1-2.8-9.12): 

Naqueles dias, o homem conduziu-me então à entrada do templo. Eis que águas jorravam de sob o limiar do edifício, em direção ao oriente (porque a fachada do templo olhava para o oriente). Essa água escorria por baixo do lado direito do templo, ao sul do altar. Fez-me sair pela porta do norte e contornar o templo do lado de fora até o pórtico exterior oriental; eu vi a água brotar do lado sul. 
“Essas águas”, disse-me ele, “dirigem-se para a parte oriental, elas descem à planície do Jordão; elas se lançarão no mar, de sorte que suas águas se tornarão mais saudáveis. Em toda parte aonde chegar a corrente, todo animal que se move na água poderá viver, e haverá lá grande quantidade de peixes. Tudo o que essa água atingir se tornará são e saudável e em toda parte aonde chegar a torrente haverá vida. 
Ao longo da torrente, em cada uma de suas margens, crescerão árvores frutíferas de toda espécie, e sua folhagem não murchará, e não cessarão jamais de dar frutos: todos os meses frutos novos, porque essas águas vêm do santuário. Seus frutos serão comestíveis e suas folhas servirão de remédio”.

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (45/46)

Os braços de um rio vêm trazer alegria
à cidade de Deus, à morada do Altíssimo.


O Senhor para nós é refúgio e vigor,
sempre pronto, mostrou-se um socorro na angústia;
assim não tememos, se a terra estremece,
se os montes desabam, caindo nos mares.

Os braços de um rio vêm trazer alegria
à Cidade de Deus, à morada do Altíssimo.
Quem a pode abalar? Deus está no seu meio!
Já bem antes da aurora, ele vem ajudá-la.

Conosco está o Senhor do universo!
O nosso refúgio é o Deus de Jacó!
Vinde ver, contemplai os prodígios de Deus
e a obra estupenda que fez no universo:
reprime as guerras na face da terra.

II   Leitura

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (3,9-11.16-17): 

Irmãos, nós somos operários com Deus. Vós, o campo de Deus, o edifício de Deus. Segundo a graça que Deus me deu, como sábio arquiteto lancei o fundamento, mas outro edifica sobre ele. Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo. Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado - e isto sois vós. 

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (2,13-22): 

Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os negociantes de bois, ovelhas e pombas, e mesas dos trocadores de moedas. Fez ele um chicote de cordas, expulsou todos do templo, como também as ovelhas e os bois, espalhou pelo chão o dinheiro dos trocadores e derrubou as mesas.
Disse aos que vendiam as pombas: “Tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes”. Lembraram-se então os seus discípulos do que está escrito: “O zelo da tua casa me consome”. Perguntaram-lhe os judeus: “Que sinal nos apresentas tu, para procederes deste modo?” Respondeu-lhes Jesus: “Destruí vós este templo, e eu o reerguerei em três dias”. Os judeus replicaram: “Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu hás de levantá-lo em três dias?” Mas ele falava do templo do seu corpo. 
Depois que ressurgiu dos mortos, os seus discípulos lembraram-se destas palavras e creram na Escritura e na palavra de Jesus. 


Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

No evangelho de João percebe-se uma exaltação dos samaritanos e uma censura aos judeus. Assim, por um lado, temos a narrativa do diálogo de Jesus com a mulher samaritana, em pleno dia, à beira do poço, que termina com todo os moradores desta região da Samaria vindo aclamar Jesus, professando nele sua fé. Por outro lado, Nicodemos, um dos chefes dos fariseus, vem conversar com Jesus, ocultando-se na penumbra da noite, e não entende a sua mensagem.

O evangelho de hoje menciona que estava próxima a Páscoa "dos judeus", dando a entender que Jesus se distancia do sistema religioso que a promove, sediado em Jerusalém. Nesta primeira viagem de Jesus a Jerusalém o destaque é a perda de sentido do Templo. Em vez de lugar de oração, o Templo tornou-se um lugar de comércio e exploração do povo piedoso. A situação não era nova, pois o profeta Jeremias, muito tempo antes, já fizera tal denúncia (Jr 7,11). O culto no Templo, com o acesso de multidões de peregrinos durante o ano, era fonte de riqueza para o comércio em Jerusalém e, principalmente para a casta religiosa, que recolhia imensos valores como dízimos, ofertas, e sacrifícios dos fieis. O Templo, desde sua primeira construção por Salomão, tinha um anexo, o Tesouro (ou Gazofilácio), onde eram acumuladas estas riquezas.

Com Jesus a presença de Deus não está no Templo, mas sim no próprio Jesus e em cada membro da comunidade (segunda leitura) que vive o serviço e a partilha, com amor e misericórdia. [In: Dom Total]

Sobre a festa litúrgica de hoje

Dedicação da Basílica de Latrão


A Basílica Lateranense é considerada a mãe de todas as Igrejas da Urbe (Roma) e do Orbe (mundo). Esta Igreja conhecida por Basílica de São João de Latrão, foi construída por Constantino entre 310-315 na era cristã em Roma, sendo Papa, Silvestre I. Ela foi dedicada ao Santíssimo Redentor.

Por que a data da consagração desta Igreja é comemorada pelaliturgia? A consagração de uma Igreja-Catedral, de forma solene, é como o batismo de uma nova comunidade que surge e se organiza ao redor do bispo, pai da comunidade. Retoma, também, o costume judaico de celebrar a dedicação do templo de Jerusalém.

O importante é que nas igrejas se celebre “um culto perfeito” e se alcance a “plena salvação” como diz a oração do dia de hoje. De fato, os cristãos tiveram necessidade de lugares onde pudessem se reunir para proclamar a palavra de Deus, louvar e agradecer a Deus e celebrar a eucaristia, presença de Jesus ressuscitado junto dos seus.
O evangelho nos alerta, neste domingo, para que façamos da casa de Deus uma casa de oração. Quando Jesus percebe que o templo está servindo para explorar o povo e que está perdendo o sentido verdadeiro, sendo lugar de comércio, expulsa os vendilhões.

Como estão nossas igrejas? São espaço de celebração, de oração a Deus? Por meio dos encontros comunitários nossas comunidades estão se fortalecendo na fé e no compromisso cristão? Ou nossas comunidades litúrgicas são apáticas, sem vibração ou até passarelas e moda?

Nossa Senhora nos ajude a sempre louvar e agradecer ao Pai com cânticos de gratidão.   [In.: Blog Canto da paz]

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