“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Liturgia da Palavra: 23 de Novembro de 2014 – Domingo


Nosso Senhor Jesus Cristo, 
Rei do Universo 


(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio próprio – Ofício da solenidade)



Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura da profecia de Ezequiel (34,11-12.15-17): 

Pois eis o que diz o Senhor Javé: vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas.  Como o pastor se inquieta por causa de seu rebanho, quando se acha no meio de suas ovelhas tresmalhadas, assim me inquietarei por causa do meu; eu o reconduzirei de todos os lugares por onde tinha sido disperso num dia de nuvens e de trevas. 
Sou eu que apascentarei minhas ovelhas, sou eu que as farei repousar - oráculo do Senhor Javé.  A ovelha perdida eu a procurarei; a desgarrada, eu a reconduzirei; a ferida, eu a curarei; a doente, eu a restabelecerei, e velarei sobre a que estiver gorda e vigorosa. Apascentá-las-ei todas com justiça.  Quanto a vós, minhas ovelhas, eis o que diz o Senhor Javé: vou julgar entre ovelha e ovelha, vou julgar os carneiros e os bodes. 

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (22/23)

O Senhor é o pastor que me conduz;
Não me falta coisa alguma. 


Pelos prados e campinas verdejantes
Ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha
e restaura as minhas forças.

Preparais à minha frente uma mesa,
bem à vista do inimigo,
E com óleo vós ungis minha cabeça;
o meu cálice transborda.

Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida;
E, na casa do Senhor, habitarei
pelos tempos infinitos.

II   Leitura

Leitura da primeira careta de são Paulo aos Coríntios (15,20-26.28): 

Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos.  Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão.  Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda. 
Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação.  Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés.  O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés.  E, quando tudo lhe estiver sujeito, então também o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos. 

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (25,31-46): 

Disse Jesus a seus discípulos: “Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.  Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.  Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 
Então o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;  nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’. 
Perguntar-lhe-ão os justos: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?  Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?’
Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’. 
Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: ‘Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.  Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;  era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes’. 
Também estes lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?’ 
E ele responderá: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer’. 
E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna”. 

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

Temos neste texto do evangelho de Mateus uma das páginas mais expressivas no sentido de indicar que a comunhão com os excluídos e oprimidos é a própria comunhão com Jesus e com Deus. Na solidariedade com os excluídos, os famintos, os sedentos, os sem teto, os nus, os doentes e os presos, encontramos com o próprio Jesus, realizando-se, assim, a sua "vinda na glória".

A promoção da vida é a comunhão com Jesus em sua vida divina e eterna, em qualquer tempo e em qualquer povo. Desde a sua criação, os homens e as mulheres foram predestinados a participar da vida eterna, através da prática do amor e do serviço.

Nas comunidades, o verdadeiro "pastor" (primeira leitura) é aquele que se dedica ao serviço em atender as necessidades de todos, estando atento a cada um. Quem se dedica ao cultivo da vida está vencendo a morte e promovendo a ressurreição (segunda leitura). [In: Dom Total]

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CRISTO REI DO UNIVERSO
História da Solenidade de Cristo Rei

Por Padre Paulo Ricardo de Azevedo Jr.

Viva Cristo Rei!

Sabe-se que a Igreja encerra seu Ano Litúrgico com a Solenidade Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. No entanto, poucos se dão conta de que se trata de uma festa relativamente recente, pois só foi instituída em 1925, portanto há menos de cem anos.

Mas o que levou o papa Pio XI a dedicar a primeiríssima encíclica de seu pontificado à criação de uma festa de Cristo Rei?  (cf. carta encíclica Quas primas, 11/12/1925).

No início do século XX, o mundo, que ainda estava se recuperando da Primeira Guerra Mundial, fora varrido por uma onda de secularismo e de ódio à Igreja, como nunca visto na história do Ocidente. O fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o comunismo na Rússia, a revolução maçônica no México, anti-clericalismos e governos ditatoriais grassavam por toda parte.

É neste contexto que, sem medo de ser literalmente “politicamente incorreto”, o papa Pio XI institui uma festa litúrgica para celebrar uma verdade de nossa fé: mesmo em meio a ditaduras e perseguições à Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo continua a reinar, soberano, sobre toda a história da humanidade.

Recordar que Jesus é Rei do Universo foi um gesto de coragem do Santo Padre. Com as revoluções que se seguiram ao fim do primeiro conflito mundial, em 1917, o título de Cristo Rei tornara-se um tanto impopular. Se o Papa tivesse exaltado Jesus como profeta, mestre, curador de enfermos, servo humilde, vá lá! Qualquer outro título teria sido mais aceitável. Mas Cristo Rei?!…

Mesmo assim, nadando contra a correnteza e se opondo ao secularismo ateu e anti-clerical, o Vigário de Cristo na terra instituiu esta solenidade para nos recordar que todas as coisas culminam na plenitude do Cristo Senhor: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim de todas as coisas” (Ap 1, 8). É necessário reavivar a fé na restauração e na reparação universal realizadas em Cristo Jesus, Senhor da vida e da história.

Com esta solenidade o Papa Pio XI esperava algumas mudanças no cenário mundial:

- Que as nações reconhecessem que a Igreja dever estar livre do poder do Estado (Quas primas, 32).
- Que os líderes das nações reconhecessem o devido respeito e obediência a Nosso Senhor Jesus Cristo (Quas primas, 31).
Que os fieis, com a celebração litúrgica e espiritual desta solenidade, retomassem coragem e força e renovassem sua submissão a Nosso Senhor, fazendo com que ele reine em seus corações, suas mentes, suas vontades e seus corpos (Quas primas, 33).
- Encerrar o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei é consagrar a Nosso Senhor o mundo inteiro, toda a nossa história e toda nossa vida. É entregar à sua infinita misericórdia um mundo onde reina o pecado.

Pilatos pergunta a Jesus se ele é rei. Nosso Salvador responde que seu Reino não é deste mundo. Ou seja, não é deste mundo “inventado” pelo homem e pelo pecado: o mundo da injustiça, da escravidão, da violência, do ódio, da morte e da dor. Ele é rei do Reino de seu Pai e, como rei-pastor, desde o alto da cruz, guia a sua Igreja em meio às tribulações.

Sabemos que o Reinado de Cristo não se realizará por um triunfo histórico da Igreja. É isto que nos recorda o Catecismo da Igreja Católica em seu número 677. Mesmo assim, no final, haverá sem dúvida uma vitória de Deus sobre o mal. Só que esta vitória acontecerá como acontecem todas as vitórias de Deus: através da morte e da ressurreição. A Igreja só entrará na glória do Reino se passar por uma derradeira Páscoa. A Esposa deve seguir o caminho do Esposo.

É assim que, nesta festa, o manto vermelho de Cristo assinala a realeza de Nosso Senhor, mas também nos recorda o sangue de tantos mártires Cristãos de nossa história recente. Foram fieis católicos que, ouvindo os apelos do Sucessor de Pedro, não tiveram medo de entregar suas próprias vidas e de morrer aos brados de “viva Cristo Rei!”
[In: Carmelitas Mensageiras]



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