“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Liturgia da Palavra: 04 de outubro de 2015 – Domingo.



XXVII Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – III semana do Saltério)


Oração do dia

Ó Deus eterno e todo poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa missericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. 
Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura
  
Leitura do Livro do Gênesis (2,18-24):

O Senhor Deus disse: 'Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele'. Então o Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu, e trouxe-os a Adão para ver como os chamaria; todo o ser vivo teria o nome que Adão lhe desse.
E Adão deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens; mas Adão não encontrou uma auxiliar semelhante a ele. Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando este adormeceu, tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Depois, da costela tirada de Adão,o Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão.
E Adão exclamou: Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada 'mulher' porque foi tirada do homem'. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial
 (127,1-2.3.4-5.6)

O Senhor te abençoe de Sião,
cada dia de tua vida.

Feliz és tu se temes o Senhor*
e trilhas seus caminhos!
Do trabalho de tuas mãos hás de viver,*
serás feliz, tudo irá bem!

A tua esposa é uma videira bem fecunda*
no coração da tua casa;
os teus filhos são rebentos de oliveira*
ao redor de tua mesa.

Será assim abençoado todo homem*
que teme o Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião,
cada dia de tua vida,*
para que vejas prosperar Jerusalém,

E os filhos dos teus filhos.
Ó Senhor, que venha a paz a Israel,*
que venha a paz ao vosso povo!

II   Leitura

Leitura da Carta aos Hebreus (2,9-11):

Irmãos: Jesus, a quem Deus fez pouco menor do que os anjos, nós o vemos coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte. Sim, pela graça de Deus em favor de todos, ele provou a morte. Convinha de fato que aquele, por quem e para quem todas as coisas existem, e que desejou conduzir muitos filhos à glória, levasse o iniciador da salvação deles à consumação, por meio de sofrimentos. 
Pois tanto Jesus, o Santificador, quanto os santificados, são descendentes do mesmo ancestral; por esta razão, ele não se envergonha de os chamar irmãos.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (10,2-16):

Naquele tempo: Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. Jesus perguntou: O que Moisés vos ordenou?' Os fariseus responderam: 'Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio
e despedi-la'. Jesus então disse: 'Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!'
Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. Jesus respondeu: 'Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira.E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério'.
Depois disso, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse:
'Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele'.
16Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos.


Palavra da Salvação.


Comentário do Evangelho

DEFESA DO MATRIMÔNIO

O divórcio, prática comum na época, foi fortemente condenado por Jesus. Baseados na Lei mosaica, os maridos não tinham escrúpulos de se desfazer das próprias mulheres, mesmo por motivos banais. Os fariseus, com más intenções, sondaram Jesus para saber a opinião dele a esse respeito. No fundo, queriam saber como ele se posicionava diante da Lei: se a respeitava e se submetia a seus ditames, ou não.

A resposta de Jesus não permitiu aos fariseus concretizar seu intento. O Mestre retomou o relato da criação, fundamento bíblico do matrimônio, e explicitou o projeto de Deus a partir daí. Segundo a vontade divina, ele consiste numa união tão profunda entre homem e mulher, a ponto de atingir o auge da comunhão. Aí, a diversidade é superada por uma unidade indissolúvel, representada pela expressão: "serão os dois uma só carne". Na raiz desta união está o Pai. Ele é quem une. E o que for unido por ele não poderá dissolver-se.

Em última análise, Jesus estava afirmando que, quando se dá o divórcio, é porque, de fato, não houve matrimônio. Um homem que se sente à vontade para mandar embora sua mulher é porque não chegou a formar com ela uma só carne. Quando, porém, Deus une homem e mulher nada e ninguém tem o direito de desuni-los.


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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Liturgia da Palavra: 27 de setembro de 2015 – Domingo.


XXVI Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – II semana do Saltério)


Oração do dia

Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que reservais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro dos Números  (11,25-29):

O Senhor desceu na nuvem e falou a Moisés; tomou uma parte do espírito que o animava e a pôs sobre os setenta anciãos. Apenas repousara o espírito sobre eles, começaram a profetizar; mas não continuaram.
Dois homens tinham ficado no acampamento: um chamava-se Eldad e o outro, Medad, e o espírito repousou também sobre eles, pois tinham sido alistados, mas não tinham ido à tenda; e profetizaram no acampamento.
Um jovem correu a dar notícias a Moisés: “Eldad e Medad, disse ele, profetizam no acampamento.” Então Josué, filho de Nun, servo de Moisés desde a sua juventude, tomou a palavra: “Moisés, disse ele, meu senhor, impede-os.” Moisés, porém, respondeu: “Por que és tão zeloso por mim? Prouvera a Deus que todo o povo do Senhor profetizasse, e que o Senhor lhe desse o seu espírito!”

Palavra do Senhor.


 
Salmo responsorial 
(18/19)

A lei do Senhor Deus é perfeita, alegria do coração!

A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto par a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes.

É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente.

É vosso servo, instruído por elas,
se empenha em guardá-las.
Mas quem pode perceber suas faltas?
Perdoai as que não vejo!

E preservai o vosso servo do orgulho:
não domine sobre mim!
E assim puro eu serei preservado
dos delitos mais perversos.

II   Leitura

Leitura da carta de são Tiago (5,1-6):

Vós, ricos, chorai e gemei por causa das desgraças que sobre vós virão. Vossas riquezas apodreceram e vossas roupas foram comidas pela traça. Vosso ouro e vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e devorará vossas carnes como fogo. Entesourastes nos últimos dias! Eis que o salário, que defraudastes aos trabalhadores que ceifavam os vossos campos, clama, e seus gritos de ceifadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos.
Tendes vivido em delícias e em dissoluções sobre a terra, e saciastes os vossos corações para o dia da matança! Condenastes e matastes o justo, e ele não vos resistiu.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (9,38-43.45.47-48):

Naquele tempo,  João disse-lhe: “Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu nome, e lho proibimos”. Jesus, porém, disse-lhe: “Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim.
Pois quem não é contra nós, é a nosso favor. E quem vos der de beber um copo de água porque sois de Cristo, digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa. Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e o lançassem ao mar! Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o fogo inextinguível. Se o teu pé for para ti ocasião de queda, corta-o fora; melhor te é entrares coxo na vida eterna do que, tendo dois pés, seres lançado à geena do fogo inextinguível. Se o teu olho for para ti ocasião de queda, arranca-o; melhor te é entrares com um olho de menos no Reino de Deus do que, tendo dois olhos, seres lançado à geena do fogo, ‘onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga’”.

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

EM NOME DE JESUS 

Um fenômeno de exorcismo causou preocupação no grupo de discípulos de Jesus. A pessoa que expulsava demônios, em nome de Jesus, não pertencia ao grupo dos doze. A reação espontânea foi a de proibi-la, como se estivesse agindo de maneira abusiva.
A atitude intolerante dos discípulos escondia uma forte dose de sectarismo. Pareciam mais preocupados em garantir sua fama e o sucesso do grupo, do que com a expansão do Reino, que prescindia deles. O exorcismo, feito por um desconhecido, fora considerado como uma forma de concorrência. Os discípulos sentiam que estavam perdendo o controle da missão que lhes fora confiada por Jesus. Talvez se julgassem detentores exclusivos desta missão, não admitindo a participação de outros.

Jesus assumiu uma atitude de extrema tolerância em relação ao exorcista anônimo e não aprovou a proibição que lhe fora imposta. Se o indivíduo, de fato, foi capaz de realizar um milagre, invocando o nome de Jesus, é porque, de alguma forma, sabia-se em comunhão com ele. Seria impensável que, logo em seguida, se pusesse a falar mal do Mestre e desmerecer sua obra. Portanto, podia continuar livremente a fazer o bem em nome dele.

A orientação de Jesus evitou que a comunidade dos discípulos se fechasse em si mesma, transformando-se numa seita intolerante. Foi um orientação ecumênica.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total

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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Liturgia da Palavra: 20 de setembro de 2015 – Domingo.


XXV Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – I semana do Saltério)



Oração do dia

Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro da Sabedoria (2,12.17-20):

Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas ações; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação. Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte, porque, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários. Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência. Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir.

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 
(53/54)

É o Senhor quem sustenta minha vida!

Por vosso nome, salvai-me, Senhor;
e dai-me a vossa justiça!
Ó meu Deus, atendei minha prece
e escutai as palavras que eu digo!

Pois contra mim orgulhosos se insurgem,
e violentos perseguem-me a vida:
não há lugar para Deus aos seus olhos.
Quem me protege e me ampara é meu Deus;
é o Senhor quem sustenta minha vida!

Quero ofertar-vos o meu sacrifício
de coração e com muita alegria;
quero louvar, ó Senhor, vosso nome,
quero cantar vosso nome que é bom!

II   Leitura

Leitura da carta de são Tiago (3,16-4,3):

Onde houver ciúme e contenda, ali há também perturbação e toda espécie de vícios. A sabedoria, porém, que vem de cima, é primeiramente pura, depois pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, nem fingimento.
O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz. Donde vêm as lutas e as contendas entre vós? Não vêm elas de vossas paixões, que combatem em vossos membros? Cobiçais, e não recebeis; sois invejosos e ciumentos, e não conseguis o que desejais; litigais e fazeis guerra. Não obtendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as vossas paixões.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (9,30-37):

Tendo partido dali, Jesus e seus discípulos atravessaram a Galiléia. Não queria, porém, que ninguém o soubesse. E ensinava os seus discípulos: “O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e ressuscitará três dias depois de sua morte”. Mas não entendiam estas palavras; e tinham medo de lho perguntar.

Em seguida, voltaram para Cafarnaum. Quando já estava em casa, Jesus perguntou-lhes: “De que faláveis pelo caminho?” Mas eles calaram-se, porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles seria o maior. Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. E tomando um menino, colocou-o no meio deles; abraçou-o e disse-lhes: “Todo o que recebe um destes meninos em meu nome, a mim é que recebe; e todo o que recebe a mim, não me recebe, mas aquele que me enviou”.

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

O SERVIDOR DE TODOS 

O testemunho de vida de Jesus, baseado na humildade e no espírito de serviço, não foi suficiente para conscientizar os discípulos a respeito do modo de proceder que lhes estava sendo proposto. Nem mesmo a alusão à sua morte violenta e à sua ressurreição bastou para abrir-lhes os olhos. Entre eles, permanecia um espírito mesquinho de competição. Sua preocupação era saber qual deles seria o maior.

Jesus enunciou, com clareza, uma norma de conduta válida para regular as relações entre eles: quem quisesse ser considerado o primeiro e mais importante de todos, deveria ser capaz de se colocar no último lugar e assumir a condição de servo dos demais. O colocar-se em último lugar deveria resultar de um ato livre, sem nenhum complexo de inferioridade. O fazer-se servidor seria conseqüência da superação do próprio egoísmo, não uma atitude resignada de quem não sabe fazer valer seus direitos. Quebra-se, assim, o ciclo da ambição e fica banida do seio da comunidade a tentação da tirania. O Reino, portanto, tem uma escala de valores que não corresponde àquela do mundo.

A orientação de Jesus exigiu dos discípulos uma reformulação de seus esquemas mentais. Não dava para aplicar ao Reino a visão mundana com que estavam contaminados.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total

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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Liturgia da Palavra: 13 de setembro de 2015 – Domingo.

XXIV Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – IV semana do Saltério)

Oração do dia

Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Isaías (50,5-9):

O Senhor Deus abriu-me o ouvido e eu não relutei, não me esquivei. Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros.
Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado.
Aquele que me fará justiça aí está. Quem ousará atacar-me? Vamos medir-nos! Quem será meu adversário? Que se apresente!
O Senhor Deus vem em meu auxílio: quem ousaria condenar-me? Cairão em frangalhos como um manto velho; a traça os roerá.

Palavra do Senhor.

 
Salmo responsorial 
(114/115)

Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.

Eu amor o Senhor, porque ouve
o grito da minha oração.
Inclinou para mim seu ouvido
no dia em que eu o invoquei.

Prendiam-me a cordas da morte,
apertavam-me os laços do abismo;
invadiam-me angústias e tristeza.
Eu então invoquei o Senhor:
“Salvai, ó Senhor, minha vida!”

O Senhor é justiça e bondade,
nosso Deus é amor-compaixão.
É o Senhor quem defende os humildes:
eu estava oprimido, e salvou-me.

Libertou minha vida da morte,
enxugou de meus olhos o pranto
e livrou os meus pés do tropeço.
Andarei na presença de Deus,
junto a ele na terra dos vivos.

II   Leitura

Leitura da carta de são Tiago (2,14-18):

De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos”, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará?
Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas alguém dirá: “Tu tens fé, e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (8,27-35):

Naquele tempo, Jesus saiu com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe, e pelo caminho perguntou-lhes: “Quem dizem os homens que eu sou?” Responderam-lhe os discípulos: “João Batista; outros, Elias; outros, um dos profetas”.
Então perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Respondeu Pedro: “Tu és o Cristo”. E ordenou-lhes severamente que a ninguém dissessem nada a respeito dele.
E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muito, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, e fosse morto, mas ressuscitasse depois de três dias. E falava-lhes abertamente dessas coisas.
Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo. Mas, voltando-se ele, olhou para os seus discípulos e repreendeu a Pedro: “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens”.
Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: “Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.  Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á”.

Palavra da Salvação.

 

Comentário ao Evangelho

TU ÉS O MESSIAS

A pessoa de Jesus não se enquadrava nas categorias da época e era interpretada de formas as mais variadas. Seu modo de ser austero e a maneira incisiva de sua pregação levavam alguns a confundi-lo com João Batista ou com Elias. Pensava-se que Jesus tivesse como que feito reviver em si estas figuras. A postura de Jesus era também identificada com as dos profetas do passado, cujas vidas pareciam servir-lhe de inspiração.

Jesus quis saber a opinião dos discípulos a seu respeito, por não estar bem seguro de como o consideravam. A resposta foi dada por Pedro, em nome do grupo, de maneira correta, e convenceu a Jesus. Ele, de fato, era o Messias.

Entretanto, o Mestre sentiu-se na obrigação de oferecer aos discípulos pistas para a correta compreensão de sua condição messiânica. Seu messianismo leva-lo-ia a confrontar-se com a rejeição das autoridades e com a morte violenta. Ele, no entanto, estava também destinado à ressurreição.

As expectativas em voga giravam em torno de um futuro Messias revestido de glória e poder. Os discípulos, pois, tiveram de fazer um esforço gigantesco para introduzir o sofrimento no messianismo do Mestre. Jamais se esperava um Messias sofredor, como Jesus se proclamava ser. Os discípulos viram-se, portanto, na obrigação de refazer seus esquemas.



(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total


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terça-feira, 1 de setembro de 2015

Liturgia da Palavra: 6 de setembro de 2015 – Domingo.


XXIII   Dmingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – III semana do Saltério)


Oração do dia

Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Isaías (35,4-7):

Dizei àqueles que têm o coração perturbado: “Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem executar a vingança. Eis que chega a retribuição de Deus: ele mesmo vem salvar-vos”. Então se abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos; então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes, na estepe.
A terra queimada se converterá num lago, e a região da sede, em fontes. No covil dos chacais crescerão caniços e papiros.

Palavra do Senhor.

 
Salmo responsorial (145/146)

Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
Bendirei ao Senhor toda a vida!

O Senhor é fiel para sempre,
faz justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,
é o Senhor quem liberta os cativos.

O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído;
o Senhor ama aquele que é justo.
É o Senhor quem protege o estrangeiro.

Ele ampara a viúva e o órfão,
mas confunde os caminhos dos maus.
O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará
para sempre e por todos os séculos!


II   Leitura

Leitura da carta de são Tiago (2,1-5):

Meus irmãos, na vossa fé em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, guardai-vos de toda consideração de pessoas. Suponde que entre na vossa reunião um homem com anel de ouro e ricos trajes, e entre também um pobre com trajes gastos; se atenderdes ao que está magnificamente trajado, e lhe disserdes: “Senta-te aqui, neste lugar de honra”, e disserdes ao pobre: “Fica ali de pé”, ou: “Senta-te aqui junto ao estrado dos meus pés”, não é verdade que fazeis distinção entre vós, e que sois juízes de pensamentos iníquos?
Ouvi, meus caríssimos irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para que fossem ricos na fé e herdeiros do Reino prometido por Deus aos que o amam?

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (7,31-37):

Naquele tempo, Jesus deixou de novo as fronteiras de Tiro e foi por Sidônia ao mar da Galiléia, no meio do território da Decápole. Ora, apresentaram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse a mão. Jesus tomou-o à parte dentre o povo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva. E levantou os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: “Éfeta!”, que quer dizer “abre-te!”
No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente. Proibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam. E tanto mais se admiravam, dizendo: “Ele fez bem todas as coisas. Fez ouvir os surdos e falar os mudos!”

Palavra da Salvação.


  
Comentário ao Evangelho

A IMPOSIÇÃO DAS MÃOS

A mão é considerada como portadora de força. De certo modo, concentra a força da pessoa e, através dela, é possível transmitir aos outros esta força. Desta forma, torna-se símbolo de poder. Por isso, as pessoas aproximavam-se de Jesus, implorando que lhes impusesse aos mãos. Essa era a maneira de usufruir da força divina que Jesus possuía e obter o benefício da cura.

De sua parte, Jesus nunca se recusava a atender o pedido de quem lhe suplicasse a cura. O efeito da imposição de suas mãos era imediato. Ele agia com a máxima discrição para não suscitar um entusiasmo exagerado e atrair pessoas interessadas apenas em aproveitar-se dele, sem aderir efetivamente ao Reino.

A cura do surdo-mudo, portanto, deu-se longe da multidão e foi seguida da ordem peremptória de não dizer nada a ninguém. Era necessário guardar segredo a respeito do ocorrido. Mas, como era possível manter calado quem fora surdo-mudo e agora tinha recuperado a capacidade de falar corretamente? Como impedi-lo de proclamar, aos quatro ventos, o benefício recebido pela imposição das mãos de Jesus? Eis por que, quanto mais Jesus o proibia de falar, tanto mais ele narrava o ocorrido.

A constatação do povo de que Jesus fazia bem todas as coisas correspondia a reconhecer que, pela imposição de sua mão, o Reino se fazia presente na história humana.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total


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