“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Liturgia da Palavra: 1º de novembro de 2015 – Domingo.


Todos os Santos e Santas 
(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio próprio – Ofício da solenidade)


Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os santos, concedei-nos, por intercessores tão numerosos, a plenitude da vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do Apocalipse de são João (7,2-4.9-14):

Vi ainda outro anjo subir do oriente; trazia o selo de Deus vivo, e pôs-se a clamar com voz retumbante aos quatro Anjos, aos quais fora dado danificar a terra e o mar, dizendo: “Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes”.
Ouvi então o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel; Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão, e bradavam em alta voz: "A salvação é obra de nosso Deus, que está assentado no trono, e do Cordeiro".
E todos os Anjos estavam ao redor do trono, dos Anciãos e dos quatro Animais; prostravam-se de face em terra diante do trono e adoravam a Deus, dizendo: "Amém, louvor, glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder e força ao nosso Deus pelos séculos dos séculos! Amém".
Então um dos Anciãos falou comigo e perguntou-me: "Esses, que estão revestidos de vestes brancas, quem são e de onde vêm?"
Respondi-lhe: "Meu Senhor, tu o sabes". E ele me disse: "Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro".

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (23/24)

É assim a geração dos que procuram o Senhor!

Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares,
e, sobre as águas, a mantém inabalável.

"Quem subirá até o monte do Senhor,
quem ficará em sua santa habitação?"
"Quem tem mãos puras e inocente coração,
quem não dirige sua mente para o crime.

Sobre este desce a bênção do Senhor
e a recompensa de seu Deus e Salvador".
“É assim a geração dos que o procuram,
e do Deus de Israel buscam a face".

II   Leitura

Leitura da primeira carta de são João (3,1-3):

Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (5,1-12):

Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
"Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós".

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

ENTREGUES NAS MÃOS DO SENHOR

A santidade não é um artigo de luxo reservado a um grupo de privilegiados. É um ideal para o qual todos os cristãos devem tender, independentemente de sua condição social ou eclesial. Como ninguém é excluído, também ninguém pode eximir-se de dar sua resposta a este apelo divino. O importante é ter uma visão correta da santidade, para se evitar esmorecimentos diante de concepções falsas, e também para não ir atrás de um projeto de santidade incompatível com a proposta de Jesus.

O Evangelho entende a santidade como a capacidade de entregar-se totalmente nas mãos do Pai, de quem tudo se espera e em nome de quem se age em favor do semelhante. Neste caso, santidade e bem-aventurança identificam-se.

A bem-aventurança dos pobres em espírito, dos mansos, dos aflitos e dos que têm fome e sede de justiça acontece quando as pessoas, nestas condições, contam apenas com o auxílio que vem de Deus. Seria inútil contar com as criaturas e esperar delas o socorro.

Por outro lado, também os misericordiosos, os puros de coração, os construtores de paz e os perseguidos por causa da justiça trilham um caminho de santidade. Sem uma profunda adesão a Deus e a seu Reino, jamais se disporiam a prestar ao próximo um serviço gratuito e desinteressado, e a escolher um projeto de vida em que os interesses pessoais passam para um segundo plano. A santidade, neste caso, consiste em imitar o modo divino de agir.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
 Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total

  


TODOS OS SANTOS E SANTAS

"Vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do Trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão." 

A visão narrada por são João Evangelista, no Apocalipse, fala dos santos aos quais é dedicado o dia de hoje. A Igreja de Cristo possui muitos santos canonizados e a quantidade de dias do calendário não permite que eles sejam homenageados com exclusividade. Além desses, a Igreja tem, também, muitos outros santos sem nome, que viveram no mundo silenciosamente e na nulidade, carregando com dignidade a sua cruz, sem nunca ter duvidado dos ensinamentos de Jesus.

Enfim, santos são todos os que foram canonizados pela Igreja ao longo dos séculos e também os que não foram e nem sequer a Igreja conhece o nome e que nos precederam em vida na terra perseverando na fé em Cristo. 

Portanto, são mesmo multidões e multidões, porque para Deus não existe maior ou menor santidade. Ele ama todos do mesmo modo. O que vale é o nosso testemunho de fidelidade e amor na fé em seu Filho, o Cristo, e que somente Deus conhece. 

Como mesmo entre os canonizados muitos santos não têm um dia exclusivo para sua homenagem, a Igreja reverencia a lembrança de todos, até os sem nome, numa mesma data. A celebração começou no século III, na Igreja do Oriente, e ocorria no dia 13 de maio. 

A festa de Todos os Santos ocorreu pela primeira vez em Roma, no dia 13 de maio de 69, quando o papa Bonifácio IV transformou o Panteão, templo dedicado a todos os deuses pagãos do Olimpo, em uma igreja em honra à Virgem Maria e a Todos os Santos. 

A mudança do dia começou com o abade inglês Alcuíno de York, professor de Carlos Magno, perto do ano 800. Os pagãos celtas entendiam o dia 1o de novembro como um dia de comemoração que anunciava o início do inverno. Quando eles se convertiam, queriam continuar com a tradição da festa. Assim, a veneração de Todos os Santos lembrando os cristãos que morreram em estado de graça foi instituída no dia primeiro de novembro. 


O papa Gregório IV, em 835, fixou e estendeu para toda a Igreja a comemoração em 1o de novembro. Oficialmente, a mudança do dia da festa de Todos os Santos, de 13 de maio para 1o de novembro, só foi decretada em 1475, pelo do papa Xisto IV. Mas o importante é que a solenidade de Todos os Santos enche de sentido a homenagem de Todos os Finados, que ocorre no dia seguinte. (In: Dom Total)


******************

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Liturgia da Palavra: 25 de outubro de 2015 – Domingo.


XXX Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – II semana do Saltério)



Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Jeremias (31,7-9).

Porque isto diz o Senhor: “Lançai gritos de júbilo por causa de Jacó. Aclamai a primeira das nações. E fazei retumbar vossos louvores, exclamando: ‘O Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel’.
Eis que os trago da terra do norte, e os reúno dos confins da terra. O cego e o coxo estarão entre eles, e também a mulher grávida e a que deu à luz. Será imensa a multidão que há de voltar, e que voltará em lágrimas.
Conduzi-la-ei em meio às suas preces; levá-la-ei à beira de águas correntes, por caminhos em que não tropeçarão, porque sou para com Israel qual um pai, e Efraim é o meu primogênito”.

Palavra do Senhor.


 
Salmo responsorial 
(125/126)

Maravilhas fez conosco o Senhor, 
exultemos de alegria! 

Quando o Senhor reconduziu nossos cativos,
parecíamos sonhar;
encheu-se de sorriso nossa boca,
nossos lábios, de canções.

Entre os gentios se dizia: “Maravilhas
fez com eles o Senhor!”
Sim, maravilhas fez conosco o Senhor,
exultemos de alegria!

Mudai a nossa sorte, ó Senhor,
como torrentes no deserto.
Os que lançam as sementes entre lágrimas
ceifarão com alegria.

Chorando de tristeza sairão,
espalhando suas sementes;
cantando de alegria voltarão,
carregando os seus feixes!

II   Leitura

Leitura da carta aos Hebreus (5,1-6):

Em verdade, todo pontífice é escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Sabe compadecer-se dos que estão na ignorância e no erro, porque também ele está cercado de fraqueza.
Por isso, ele deve oferecer sacrifícios tanto pelos próprios pecados quanto pelos pecados do povo. Ninguém se apropria desta honra, senão somente aquele que é chamado por Deus, como Aarão.
Assim também Cristo não se atribuiu a si mesmo a glória de ser pontífice. Esta lhe foi dada por aquele que lhe disse: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”, como também diz em outra passagem: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec”.

Palavra do Senhor.

Evangelho


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (10,46-52):

Naquele tempo, Jesus e seus discípulos chegaram a Jericó. Ao sair dali Jesus, seus discípulos e numerosa multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, Bartimeu, que era cego, filho de Timeu.

Sabendo que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: "Jesus, filho de Davi, em compaixão de mim!" Muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: "Filho de Davi, tem compaixão de mim!".

Jesus parou e disse: "Chamai-o" Chamaram o cego, dizendo-lhe: "Coragem! Levanta-te, ele te chama." Lançando fora a capa, o cego ergueu-se dum salto e foi ter com ele.

Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: "Que queres que te faça?” “Rabôni”, respondeu-lhe o cego, “que eu veja!”.

Jesus disse-lhe: “Vai, a tua fé te salvou." No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.

Palavra da Salvação.


 Comentário ao Evangelho

A GRANDEZA DE SERVIR

O Reino de Deus introduziu nova ordem de relações entre as pessoas, muito diferente da mentalidade do mundo. Para quem é mundano, a grandeza consiste em exercer o domínio sobre as pessoas, e mostrar-se cheio de poder, porque a submissão lhe parece fruto do medo. O serviço prestado ao tirano não resulta de um ato amoroso, mas revela-se uma pesada obrigação.

O Reino, pelo contrário, segue na direção oposta. O domínio transforma-se em serviço. O dominado assume a feição do irmão a quem se deve amar e servir. O poder não é utilizado para oprimir, antes, para libertar. A relação de escravidão transforma-se em relação de fraternidade. A grandeza, portanto, para o discípulo do Reino não consiste em ser servido mas em servir e oferecer a própria vida para que o outro possa crescer.

Foi por esta razão que Jesus convidou Tiago e João a mudarem de mentalidade e pensarem segundo os critérios do Reino. O pedido que fizeram ao Mestre talvez escondesse o desejo de exercerem poder sobre os demais companheiros de discipulado, numa espécie de dominação. Pretendiam ocupar um lugar de destaque junto de Jesus, para usufruir do poder. Jesus denunciou esta maneira errada de pensar.

O discípulo deve espelhar-se nele, enviado pelo Pai para colocar-se a serviço da humanidade e dar a vida pela salvação de todos. Esta é a sua grandeza!



(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total 

*****************

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Liturgia da Palavra: 18 de outubro de 2015 – Domingo.


XXIX Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – I semana do Saltério)



Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor e vos servir de todo o coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Isaías (53,10-11):

Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada. Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades.

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial
(32/33)

Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
pois, em vós, nós esperamos!

Pois reta é a palavra do Senhor
e tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,
transborda em toda a terra a sua graça.

Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem
e que confiam, esperando em seu amor,
para da morte libertar as suas vidas
e alimentá-los quando é tempo de penúria.

No Senhor nós esperamos confiantes,
porque ele é nosso auxílio e proteção!
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!

II   Leitura

Leitura da carta aos Hebreus (4,14-16):

Temos, portanto, um grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus, Jesus, Filho de Deus. Conservemos firme a nossa fé.  Porque não temos nele um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (10,35-45):

Aproximaram-se de Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu, e disseram-lhe: "Mestre, queremos que nos concedas tudo o que te pedirmos."
Ele perguntou: "Que quereis que vos faça?" Eles responderam: "Concede-nos que nos sentemos na tua glória, um à tua direita e outro à tua esquerda."  "Não sabeis o que pedis”, retorquiu Jesus. “Podeis vós beber o cálice que eu vou beber, ou ser batizados no batismo em que eu vou ser batizado?"  "Podemos", asseguraram eles. Jesus prosseguiu: "Vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados no batismo em que eu devo ser batizado. Mas, quanto ao assentardes à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim: o lugar compete àqueles a quem está destinado." Ouvindo isto, os outros dez começaram a indignar-se contra Tiago e João.
Jesus chamou-os e deu-lhes esta lição: "Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas. Entre vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos."

Palavra da Salvação
.


Comentário ao Evangelho

A GRANDEZA DE SERVIR

O Reino de Deus introduziu nova ordem de relações entre as pessoas, muito diferente da mentalidade do mundo. Para quem é mundano, a grandeza consiste em exercer o domínio sobre as pessoas, e mostrar-se cheio de poder, porque a submissão lhe parece fruto do medo. O serviço prestado ao tirano não resulta de um ato amoroso, mas revela-se uma pesada obrigação.

O Reino, pelo contrário, segue na direção oposta. O domínio transforma-se em serviço. O dominado assume a feição do irmão a quem se deve amar e servir. O poder não é utilizado para oprimir, antes, para libertar. A relação de escravidão transforma-se em relação de fraternidade. A grandeza, portanto, para o discípulo do Reino não consiste em ser servido mas em servir e oferecer a própria vida para que o outro possa crescer.

Foi por esta razão que Jesus convidou Tiago e João a mudarem de mentalidade e pensarem segundo os critérios do Reino. O pedido que fizeram ao Mestre talvez escondesse o desejo de exercerem poder sobre os demais companheiros de discipulado, numa espécie de dominação. Pretendiam ocupar um lugar de destaque junto de Jesus, para usufruir do poder. Jesus denunciou esta maneira errada de pensar.

O discípulo deve espelhar-se nele, enviado pelo Pai para colocar-se a serviço da humanidade e dar a vida pela salvação de todos. Esta é a sua grandeza!

 
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
 Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.)  In: Dom Total



**************

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Liturgia da Palavra: 11 de outubro de 2015 – Domingo.


XXVIII Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – IV semana do Saltério)

Oração do dia

Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça, para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro da Sabedoria (7,7-11):

Assim implorei e a inteligência me foi dada, supliquei e o espírito da sabedoria veio a mim. Eu a preferi aos cetros e tronos, e avaliei a riqueza como um nada ao lado da Sabedoria. Não comparei a ela a pedra preciosa, porque todo o ouro ao lado dela é apenas um pouco de areia, e porque a prata diante dela será tida como lama.
Eu a amei mais do que a saúde e a beleza, e gozei dela mais do que da claridade do sol, porque a claridade que dela emana jamais se extingue. Com ela me vieram todos os bens, e nas suas mãos inumeráveis riquezas.

Palavra do Senhor.

 
Salmo responsorial
(89/90)

Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor,
e exultaremos de alegria! 

Ensinai-nos a contar os nossos dias
e dai ao nosso coração sabedoria!
Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos!

Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exultaremos de alegria todo o dia!
Alegrai-nos pelos dias que sofremos,
pelos anos que passamos na desgraça!

Manifestai a vossa obra a vossos servos
e as seus filhos revelai a vossa glória!
Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.

II   Leitura

Leitura da carta aos Hebreus (4,12-13):

Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.

Palavra do Senhor.

 
Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (10,17-30):

Tendo Jesus saído para se pôr a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançara vida eterna?" 
Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom. Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe."  
Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade." 
Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.
Ele entristeceu-se com estas palavras e foi-se todo abatido, porque possuía muitos bens.
E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos!"
Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: "Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas! É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus."
Eles ainda mais se admiravam, dizendo a si próprios: "Quem pode então salvar-se?" Olhando Jesus para eles, disse: "Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível.
Pedro começou a dizer-lhe: "Eis que deixamos tudo e te seguimos."
Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna.

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

O PERIGO DA RIQUEZA

A opção radical pelo Reino exige liberdade interior que torne o cristão capaz de colocar sua vida integralmente nas mãos de Deus. A relativização dos bens destes mundo, quando se trata de fazer a vontade divina, é expressão desta liberdade. Quando estes bens  impedem o cristão de obedecer a essa vontade, é sinal de que Deus tem um concorrente em seu coração. É isso um indício de idolatria.

O homem rico pensava estar em dia com Deus pelo fato de cumprir o Decálogo. Desde o tempo de sua juventude, não havia transgredido os mandamentos. A pergunta que dirigiu a Jesus: "o que devo fazer para possuir a vida eterna?" talvez manifestasse sua preocupação por algo mais, requerido por Deus. O passo básico havia sido dado. Era possível avançar?

A resposta de Jesus foi para ele um grande desafio: seria uma prova de sua liberdade diante da riqueza, de sua disposição para partilhar e de seu desejo de servir.

Ao dar as costas para Jesus e ir embora, triste e aflito, o homem rico demonstrou que sua riqueza estava acima da vontade de Deus, e sua obediência aos mandamentos não tinha consistência. Talvez a riqueza dele tivesse sido acumulada de forma egoísta, sem solidariedade com os pobres, aos quais nunca fora motivado a ajudar. Preferiu garantir o tesouro terreno, em detrimento do tesouro nos céus, por estar ainda muito distante da vida eterna.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total

***************