“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Liturgia da Palavra: 11 de outubro de 2015 – Domingo.


XXVIII Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – IV semana do Saltério)

Oração do dia

Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça, para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro da Sabedoria (7,7-11):

Assim implorei e a inteligência me foi dada, supliquei e o espírito da sabedoria veio a mim. Eu a preferi aos cetros e tronos, e avaliei a riqueza como um nada ao lado da Sabedoria. Não comparei a ela a pedra preciosa, porque todo o ouro ao lado dela é apenas um pouco de areia, e porque a prata diante dela será tida como lama.
Eu a amei mais do que a saúde e a beleza, e gozei dela mais do que da claridade do sol, porque a claridade que dela emana jamais se extingue. Com ela me vieram todos os bens, e nas suas mãos inumeráveis riquezas.

Palavra do Senhor.

 
Salmo responsorial
(89/90)

Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor,
e exultaremos de alegria! 

Ensinai-nos a contar os nossos dias
e dai ao nosso coração sabedoria!
Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos!

Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exultaremos de alegria todo o dia!
Alegrai-nos pelos dias que sofremos,
pelos anos que passamos na desgraça!

Manifestai a vossa obra a vossos servos
e as seus filhos revelai a vossa glória!
Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.

II   Leitura

Leitura da carta aos Hebreus (4,12-13):

Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.

Palavra do Senhor.

 
Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (10,17-30):

Tendo Jesus saído para se pôr a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançara vida eterna?" 
Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom. Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe."  
Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade." 
Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.
Ele entristeceu-se com estas palavras e foi-se todo abatido, porque possuía muitos bens.
E, olhando Jesus em derredor, disse a seus discípulos: "Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os ricos!"
Os discípulos ficaram assombrados com suas palavras. Mas Jesus replicou: "Filhinhos, quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que põem a sua confiança nas riquezas! É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus."
Eles ainda mais se admiravam, dizendo a si próprios: "Quem pode então salvar-se?" Olhando Jesus para eles, disse: "Aos homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível.
Pedro começou a dizer-lhe: "Eis que deixamos tudo e te seguimos."
Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna.

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

O PERIGO DA RIQUEZA

A opção radical pelo Reino exige liberdade interior que torne o cristão capaz de colocar sua vida integralmente nas mãos de Deus. A relativização dos bens destes mundo, quando se trata de fazer a vontade divina, é expressão desta liberdade. Quando estes bens  impedem o cristão de obedecer a essa vontade, é sinal de que Deus tem um concorrente em seu coração. É isso um indício de idolatria.

O homem rico pensava estar em dia com Deus pelo fato de cumprir o Decálogo. Desde o tempo de sua juventude, não havia transgredido os mandamentos. A pergunta que dirigiu a Jesus: "o que devo fazer para possuir a vida eterna?" talvez manifestasse sua preocupação por algo mais, requerido por Deus. O passo básico havia sido dado. Era possível avançar?

A resposta de Jesus foi para ele um grande desafio: seria uma prova de sua liberdade diante da riqueza, de sua disposição para partilhar e de seu desejo de servir.

Ao dar as costas para Jesus e ir embora, triste e aflito, o homem rico demonstrou que sua riqueza estava acima da vontade de Deus, e sua obediência aos mandamentos não tinha consistência. Talvez a riqueza dele tivesse sido acumulada de forma egoísta, sem solidariedade com os pobres, aos quais nunca fora motivado a ajudar. Preferiu garantir o tesouro terreno, em detrimento do tesouro nos céus, por estar ainda muito distante da vida eterna.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total

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