“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

sábado, 19 de agosto de 2017


Nota de falecimento


Aviso aos leitores deste blog: 

Pe. Hilário Canal, SVD, faleceu dia 18 de Agosto de 2017, 
em Juiz de Fora, MG.
Dia 19 de Agosto de 2017, após a Missa de corpo presente na Igreja 
São Sebastião nesta cidade, o corpo do Pe. Hilário foi levado 
para o Cemitério Municipal local 
e sepultado no jazígo da Congregação do Verbo Divino.

Pe. Hilário, descanse em Paz!

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Liturgia da Palavra: 20 de agosto de 2017 – Domingo.



ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio Próprio; Ofício da Solenidade)

Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu, em corpo e alma, a imaculada virgem Maria, mãe do vosso filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do Apocalipse (11,19;12,1.3-6.10):

Abriu-se o templo de Deus no céu e apareceu, no seu templo, a arca do seu testamento. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e forte saraiva. Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas. Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. A Mulher fugiu então para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser sustentada por mil duzentos e sessenta dias. Eu ouvi no céu uma voz forte que dizia: Agora chegou a salvação, o poder e a realeza de nosso Deus, assim como a autoridade de seu Cristo, porque foi precipitado o acusador de nossos irmãos, que os acusava, dia e noite, diante do nosso Deus.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (44/45)

À vossa direita se encontra a rainha
com veste esplendente de ouro de Ofir.

As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
e à vossa direita se encontra a rainha
com veste esplendente de ouro de Ofir.

Escutai, minha filha, olhai, ouvi, isto:
“Esquecei vosso povo e a casa paterna!
Que o rei se encante com vossa beleza!
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!

Entre cantos de festa e com grande alegria,
ingressam, então, no palácio real”.

II   Leitura

Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios (15,20-27):

Irmãos, Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão. Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda. Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés. Mas, quando ele disser que tudo lhe está sujeito, claro é que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (1,39-56):

 Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”
E Maria disse: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa”.

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

SANTIFICADA PELO AMOR

A assunção de Maria ao céu deve ser entendida no contexto da totalidade de sua vida. Sem este enraizamento histórico, correr-se-á o risco de divinizá-la, a ponto de esquecer que o desfecho de sua vida está em perfeita sintonia com sua caminhada terrena. E mais: deve ser entendida como o reconhecimento divino de sua plena adesão ao desígnio que Deus tem reservado para cada ser humano. Maria soube viver com radicalidade este projeto.

Refletindo sobre a visita de Maria a Isabel, é possível detectar o elemento centralizador de sua existência: o amor entranhado pelo próximo, caminho de santificação.

Ao saber da gravidez da prima Isabel, Maria pôs-se, apressadamente, a caminho. Sem medir esforços nem intimidar-se pelos eventuais perigos que poderia encontrar ao longo do caminho, ela se sentiu no dever de colocar-se a serviço da parenta. Assim, durante três meses, a "humilde escrava do Senhor" tornou-se a "humilde serva de Isabel". O serviço à prima era uma forma de desdobramento do serviço a Deus. Ou então, o serviço a Deus concretizava-se no serviço à sua parenta.Este testemunho de amor gratuito e generoso não constituiu um fato isolado na vida de Maria. Ela se dispôs a servir a Isabel, e sempre esteve disponível para servir também a quantos dela precisassem. Por isso, mereceu ser acolhida na plenitude do amor de Deus.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA


Não há maior glória do que a que recebeu Maria, escolhida para ser a mãe de Jesus, o Filho de Deus. De seu ventre virginal nasceu o Salvador da humanidade. Por isso, Deus lhe reservou a melhor das recompensas. Terminado seu tempo de vida terrestre, Maria foi "assunta", isto é, levada ao céu em corpo e alma. O que a tradição cristã diz é que Ela nem mesmo morreu, apenas "dormiu". Narra também que foram os anjos Gabriel e Miguel que A levaram ao céu. Deus queria conservar a integridade do corpo daquela que gerou seu Filho.

A solenidade da Assunção da Virgem Maria existe desde os primórdios do catolicismo. No início era celebrada a Dormição de Nossa Senhora. Esta festa veio a ser oficializada para os católicos orientais no século VII com um edito do imperador bizantino Maurício. No mesmo século a festa da Dormição foi introduzida também em Roma pelo Papa Sérgio I, de origem oriental. Foi em 687, quando, em procissão, foi até a basílica de Santa Maria Maior, celebrar o Santo Ofício.

Mas foi preciso transcorrer um outro século para que o nome "dormição" cedesse o lugar àquele mais explicito de assunção", usado até os nossos dias. Em 1950 foi solenemente definido este dogma de Maria, pelo Papa Pio XII. Pela singular importância de Sua missão como Mãe de Jesus, Maria não só foi proclamada Rainha do céu, quando levada para viver ao lado de Deus, mas proclamada Mãe da Igreja, portanto de todos nós.

Na Assunção da Virgem Maria, vemos a nossa esperança de ressurreição já realizada. Nela a Igreja atinge a plenitude do triunfo final, a vitória definitiva sobre a morte e o mal.

Por isto esta festa é uma das solenidades mais comemoradas pelos católicos. Depois da Assunção, Nossa Senhora com maternal benevolência participa com Sua oração e intercessão na obra de seu Filho: a salvação da humanidade. Ela que é a mediadora de todas as graças.


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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Liturgia da Palavra: 13 de agosto de 2017 – Domingo.


XIX Domingo do Tempo Comum
(Cor verde, Glória, Creio; III Semana do Saltério)

Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do primeiro livro dos Reis (19,9.11-13):

Naqueles dias, chegando ali, passou a noite numa caverna. Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida: "Que fazes aqui, Elias?"
O Senhor desse-lhe: "Sai e conserva-te em cima do monte na presença do Senhor: ele vai passar". Nesse momento passou diante do Senhor um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos; mas o Senhor não estava naquele vento. Depois do vento, a terra tremeu; mas o Senhor não estava no tremor de terra. Passado o tremor de terra, acendeu-se um fogo; mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma brisa ligeira. Tendo Elias ouvido isso, cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da caverna.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (84/85)

Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade
e a vossa salvação nos concedei! 

Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.

A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.

O Senhor nos dará tudo o que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Romanos (9,1-5):

Irmãos, digo a verdade em Jesus Cristo, não minto; a minha consciência me dá testemunho pelo Espírito Santo: sinto grande pesar, incessante amargura no coração. Porque eu mesmo desejaria ser reprovado, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são do mesmo sangue que eu, segundo a carne. Eles são os israelitas; a eles foram dadas a adoção, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promessas e os patriarcas; deles descende Cristo, segundo a carne, o qual é, sobre todas as coisas, Deus bendito para sempre. Amém.

Palavra do Senhor.

Evangelho


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (14,22-33):

Logo depois da multiplicação dos pães, Jesus obrigou seus discípulos a entrar na barca e a passar antes dele para a outra margem, enquanto ele despedia a multidão. Feito isso, subiu à montanha para orar na solidão. E, chegando a noite, estava lá sozinho.  Entretanto, já a boa distância da margem, a barca era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário.
Pela quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar. Quando os discípulos o perceberam caminhando sobre as águas, ficaram com medo: "É um fantasma!" disseram eles, soltando gritos de terror. Mas Jesus logo lhes disse: "Tranqüilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!" 
Pedro tomou a palavra e falou: "Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti!" Ele disse-lhe: "Vem!" Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!" No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: "Homem de pouca fé, por que duvidaste?" Apenas tinham subido para a barca, o vento cessou. Então aqueles que estavam na barca prostraram-se diante dele e disseram: "Tu és verdadeiramente o Filho de Deus".

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

UMA CHANCE PARA CRESCER

O apóstolo Pedro teve uma chance para crescer, quando fez a experiência de fracassar na fé. Foi ele quem colocou em dúvida a presença do Mestre, que estava encorajando o grupo de discípulos colhidos por uma tempestade numa travessia do mar da Galiléia. Jesus acolheu o pedido de Pedro, ordenando-lhe que fosse até ele, caminhando sobre as águas.

Pedro, descendo da barca, pôs-se a caminhar na direção do Mestre. Mas a violência do vento fê-lo entrar em pânico, e começar a afundar. Sua fé fraquejou. E ele suplicou ao Senhor para salvá-lo, sendo prontamente ajudado.

A fé do discípulo entrou em crise num momento de tribulação. A presença do Senhor passou a significar pouca coisa para ele. Pode ser que estivesse confiado em sua capacidade pessoal de enfrentar as provações. Por isso, acabou por ser vencido. Foi preciso agarrar-se nas mãos de Jesus para não ser tragado pelas ondas.

A iminência do fracasso exigiu de Pedro um reforço em sua fé em Jesus, reconhecendo-o como Filho de Deus. Sendo assim, não havia motivo para duvidar da palavra do Mestre. Cabia-lhe deixar-se guiar por ela, sem hesitar, sobretudo, nos momentos de tempestade, quando parece que tudo está perdido. Sua fé em Jesus teve chance de crescer.


 (O comentário litúrgico é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 

Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total


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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Liturgia da Palavra: 06 de agosto de 2017 – Domingo.


TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR
(Cor branca, Glória, Prefácio Próprio; Ofício da Festa)


Oração do dia

Ó Deus, que na gloriosa transfiguração de vosso Filho confirmastes os mistérios da fé pelo testemunho de Moisés e Elias e manifestastes, de modo admirável, a nossa glória de filhos adotivos, concedei aos vossos servos e servas ouvir a voz do nosso filho amado e compartilhar da sua herança.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura da profecia de Daniel (7,9-10.13-14):

Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um ancião chegou e se sentou. Brancas como a neve eram suas vestes, e tal como a pura lã era sua cabeleira; seu trono era feito de chamas, com rodas de fogo ardente. Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos. Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido. A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (96/97)

Deus é rei, é o Altíssimo,
muito acima do universo.

Deus é rei! Exulte a terra de alegria,
e as ilhas numerosas rejubilem!
Treva e nuvem o rodeiam no seu trono,
que se apóia na justiça e no direito.

As montanhas se derretem como cera
ante a face do Senhor de toda a terra;
e assim proclama o céu sua justiça,
todos os povos podem ver a sua glória.

Porque vós sois o Altíssimo, Senhor,
muito acima do universo que criastes,
e de muito superais todos os deuses.

II    Leitura

Leitura da segunda carta de são Pedro (1,16-19):

Pois não foi seguindo fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas oculares da sua grandeza. Efetivamente, ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: “Este é o meu Filho bem-amado, no qual está o meu agrado”. Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele na montanha santa. E assim se tornou ainda mais firme para nós a palavra da profecia, que fazeis bem em ter diante dos olhos, como uma lâmpada que bri­lha em lugar escuro, até clarear o dia e levantar-se a estrela da manhã em vossos corações.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (17,1-9):

Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha. Lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele.
Pedro tomou então a palavra e disse-lhe: "Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias". Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: "Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o".
Ouvindo esta voz, os discípulos caíram com a face por terra e tiveram medo. Mas Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo: Levantai-vos e não temais. Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus.
E, quando desciam, Jesus lhes fez esta proibição: "Não conteis a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos".

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

O DESTINO DO MESSIAS

Pedro, Tiago e João, os mais destacados do grupo dos discípulos, tiveram o privilégio de “ver” a glória do Messias, antecipada na cena da transfiguração. Este estava destinado a ser glorificado por Deus, e revestido de imortalidade divina.

O episódio evangélico está todo envolvido pela presença divina. O monte, para o qual Jesus e seus discípulos se dirigiram, simboliza o lugar da presença e da comunicação divinas. Dirigiram-se para o alto monte, porque o ser humano deve elevar-se para poder contemplar a manifestação da glória divina.

O rosto de Jesus, “brilhante como o sol”, apontava para a glória dos justos no reino do Pai. Igualmente, o esplendor luminoso de suas vestes.

A presença de Moisés e Elias indicava que as Escrituras – Palavra de Deus – estão todas centradas na pessoa de Jesus. Tudo quanto Deus havia falado a seu povo eleito tinha sido em função do seu Filho amado. Moisés e Elias evocavam o monte Sinai, lugar da manifestação de Deus, onde ambos estiveram.

O auge da presença divina revela-se quando uma nuvem luminosa envolveu Jesus, e a voz celeste se fez ouvir: “Este é o meu filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz!”.

Assim, os discípulos estavam em condições de compreender a verdadeira identidade de Jesus, na sua condição humana e divina. Este seria um dado importante para quem haveria de ver o Mestre tornar-se vítima da incompreensão das lideranças religiosas do povo.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total


TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

A festa da "Transfiguração do Senhor" acontece no mundo cristão desde o século V. Ela nos convida a dirigir o olhar para o rosto do Filho de Deus, como o fizeram os apóstolos Pedro, Tiago e João, que viram a Sua transfiguração no alto do monte Tabor, localizado no coração da Galiléia. O episódio bíblico é relatado distintamente pelos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas. Assim, segundo São Mateus 9,2-10, temos: "Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. E transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia fazer assim tão brancas. Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus. Pedro tomou a palavra: "Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias". Com efeito, não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados. Formou-se então uma nuvem que os encobriu com a sua sombra; e da nuvem veio uma voz: "Este é o meu Filho muito amado; ouvi-O". E olhando eles logo em derredor, já não viram ninguém, senão só a Jesus com eles. Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do homem houvesse ressurgido dos mortos. E guardaram esta recomendação consigo, perguntando entre si o que significaria: Ser ressuscitado dentre os mortos".

A intenção de Jesus era a de fortalecer a fé destes três apóstolos, para que suportassem o terrível desfecho de Sua paixão, antecipando-lhes o esplendor e glória da vida eterna. Também foi Pedro, que depois, recordando com emoção o evento, nos afirmou: "Fomos testemunhas oculares da Sua majestade" (2 Pd 1, 16).

O significado dessa festa é, e sempre será, o mesmo que Jesus pretendeu, naquele tempo, ao se transfigurar para os apóstolos no monte, ou seja, preparar os cristãos para que, em qualquer circunstância, permaneçam firmes na fé no Cristo.

Melhor explicação, só através das inspiradas palavras do Papa João Paulo II, quando nesta solenidade em 2002, nos lembrou que: "O rosto de Cristo é um rosto de luz que rasga a obscuridade da morte: é anúncio e penhor da nossa glória, porque é o rosto do Crucificado Ressuscitado, o único Redentor da humanidade, que continua a resplandecer sobre nós (cf. Sl 67, 3)".


Somente em 1457, esta celebração se estendeu para toda a cristandade, por determinação do Papa Calisto III, que quis enaltecer a vitória, do ano anterior, das tropas cristãs sobre os turcos muçulmanos que ameaçavam a liberdade na Europa.


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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Liturgia da Palavra: 30 de julho de 2017 – Domingo.


XVII Domingo do Tempo Comum
(Cor verde, Glória, Creio; I Semana do Saltério)

Oração do dia

Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do primeiro livro dos Reis (3,5.7-12):

Naqueles dias, o Senhor apareceu a Salomão em sonhos em Gabaon durante a noite, e disse-lhe: "Pede-me o que queres que eu te dê".   "Sois vós, portanto, ó Senhor meu Deus, que fizestes reinar o vosso servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, e não sei como me conduzir. E, sem embargo, vosso servo se encontra no meio de vosso povo escolhido, um povo imenso, tão numeroso que não se pode contar, nem calcular. Dai, pois, ao vosso servo um coração sábio, capaz de julgar o vosso povo e discernir entre o bem e o mal; pois sem isso, quem poderia julgar o vosso povo, um povo tão numeroso?"
O Senhor agradou-se dessa oração, e disse a Salomão: "Pois que me fizeste esse pedido, e não pediste nem longa vida, nem riqueza, nem a morte de teus inimigos, mas sim inteligência para praticar a justiça, vou satisfazer o teu desejo; dou-te um coração tão sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti e nem haverá depois de ti".

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (118/119)

Como eu amo, Senhor, a vossa lei, vossa palavra!

É esta a parte que escolhi por minha herança:
observar vossas palavras ó Senhor!
A lei de vossa boca, para mim,
vale mais do que milhões em ouro e prata.

Vosso amor seja um consolo para mim,
conforme a vosso servo prometestes.
Venha a mim o vosso amor e viverei,
porque tenho em vossa lei o meu prazer!

Por isso amo os mandamentos que nos destes
mais que o ouro, muito mais que o ouro fino!
Por isso eu sigo bem direito as vossas leis,
detesto todos os caminhos da mentira.

Maravilhosos são os vossos testemunhos,
eis por que meu coração os observa!
Vossa palavra, ao revelar-se, me ilumina,
ela dá sabedoria aos pequeninos.

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Romanos (8,28-30):

Irmãos, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios. Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos. E aos que predestinou, também os chamou; e aos que chamou, também os justificou; e aos que justificou, também os glorificou.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (13,44-52):

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos, "O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo. O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra.
O Reino dos céus é semelhante ainda a uma rede que, jogada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. Quando está repleta, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e separam nos cestos o que é bom e jogam fora o que não presta. Assim será no fim do mundo: os anjos virão separar os maus do meio dos justos e os arrojarão na fornalha, onde haverá choro e ranger de dentes. Compreendestes tudo isto?" "Sim, Senhor", responderam eles.
"Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas".

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

EM BUSCA DO "MAIS"

O tesouro descoberto por acaso e a pérola preciosa encontrada após uma longa busca indicam uma postura imprescindível para quem se faz discípulo do Reino: capacidade de abrir mão do que lhe parecia ser valioso – a riqueza acumulada – para ficar apenas com o que é fundamental, o verdadeiramente necessário. Surge, então, uma questão implacável: vale a pena?

A disposição para obter o "mais" choca-se muitas vezes com o que é "menos". Neste sentido, o discípulo necessita de muita audácia para que o apego ao "menos" não o impeça de adquirir o que é "mais". É a audácia do agricultor que encontrou o tesouro e do comerciante em busca de uma pérola preciosa. Eles venderam tudo quanto possuíam, e que haviam conseguido à custa de longos e penosos anos de trabalho e esforço, para adquirir apenas um bem: o primeiro, o campo onde se escondia o tesouro, e o segundo, uma única pérola. Sabiam, porém, que aquele não era um campo qualquer, nem uma pérola como tantas outras. Ao dar-se conta do valor incomensurável do bem a ser adquirido e da chance que tinham diante de si, não hesitaram em se decidir.

A "aquisição" do Reino exige do discípulo abrir mão de tantas coisas tidas como valiosas, mas que são um bem menor, se comparadas com ele. Afinal, o Reino é o próprio Deus desejoso de fazer-se senhor de cada pessoa e da história humana.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
 Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total



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