“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Liturgia da Palavra: 03 de janeiro de 2015 – Domingo.


Epifania do Senhor 
(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio do Natal – Ofício da solenidade)




Oração do dia

Ó Deus, que hoje revelastes o vosso filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas, que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Isaías (60,1-6):

Levanta-te, sê radiosa, eis a tua luz! A glória do Senhor se levanta sobre ti. Vê, a noite cobre a terra e a escuridão, os povos, mas sobre ti levanta-se o Senhor, e sua glória te ilumina.  As nações se encaminharão à tua luz, e os reis, ao brilho de tua aurora.
Levanta os olhos e olha à tua volta: todos se reúnem para vir a ti; teus filhos chegam de longe, e tuas filhas são transportadas à garupa.
Essa visão tornar-te-á radiante; teu coração palpitará e se dilatará, porque para ti afluirão as riquezas do mar, e a ti virão os tesouros das nações. Serás invadida por uma multidão de camelos, pelos dromedários de Madiã e de Efá; virão todos de Sabá, trazendo ouro e incenso, e publicando os louvores do Senhor.

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (71/72)

As nações de toda a terra
hão de adorar-vos, ó Senhor!

Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus,
vossa justiça ao descendente da realeza!
Com justiça ele governe o vosso povo,
comeqüidade ele julgue os vossos pobres.

Nos seus dias a justiça florirá
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio,
e desde o rio até os confins de toda a terra!

Os reis de Társis e das ilhas hão de vir
e oferecer-lhe seus presentes e seus dons;
e também os reis de Seba e de Sabá
hão de trazer-lhe oferendas e tributos.
Os reis de toda a terra hão de adorá-lo,
e todas as nações hão de servi-lo.

Libertará o indigente que suplica
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
Terra pena do indigente e do infeliz,
e a vida dos humildes salvará.

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Efésios (3,2-3.5-6):

Irmãos, vós deveis ter aprendido o modo como Deus me concedeu esta graça que me foi feita a vosso respeito. Foi por revelação que me foi manifestado o mistério que acabo de esboçar, que em outras gerações não foi manifestado aos homens da maneira como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.
A saber: que os gentios são co-herdeiros conosco (que somos judeus), são membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Jesus Cristo pelo Evangelho.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (2,1-12):

Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. Perguntaram eles: "Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo".
A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo. Disseram-lhe: "Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:´E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo´".
Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse: "Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo". Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram.
E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.
Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

GUIADOS PELA ESTRELA!

A intenção dos magos era muito simples. Guiados pela estrela, procuravam o “rei dos judeus”, com a objetivo de prestar-lhe homenagem. Tratava-se de astrólogos orientais que misturavam seus conhecimentos dos astros com a predição do futuro, o qual, segundo eles, os próprios astros comunicavam. Este foi o motivo que os levou à cidade santa de Jerusalém. Entretanto, o desfecho de sua busca foi encontrar o Messias de Israel, salvador da humanidade.

Um texto do Antigo Testamento afirmava: “Surgirá um astro de Jacó e se levantará um cetro em Israel”. A partir disto, passou-se a relacionar o Messias e com a estrela. Tanto assim que um dos muitos pretendentes ao título de Messias ficou conhecido, em Israel, com o apelido de “Filho da Estrela”. Portanto, a estrela apontava para o recém-nascido Messias Jesus, e guiou os magos até o lugar onde ele se encontrava.

As lideranças religiosas de Jerusalém, seguras com a sabedoria que possuíam, não chegavam a perceber o que para os pagãos parecia visível: a presença da salvação na história humana. Quiçá a segurança religiosa que julgavam possuir os tornava pouco atentos aos verdadeiros desígnios de Deus. Os pagãos demonstraram mais sensibilidade. Por isso, foram recompensados com a graça de serem de fato os primeiros a reconhecer o Messias Jesus, mesmo não sendo este o motivo primeiro de sua viagem. Sua busca, portanto, foi recompensa muito além de suas expectativas.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 

Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total


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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Liturgia da Palavra: 1º de janeiro de 2015 - Sexta-feira.


 

Santa Maria, Mãe de Deus 

(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio de Maria – Ofício da solenidade)


Oração do dia

Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro dos Números (6,22-27):

O Senhor disse a Moisés: “Dize a Aarão e seus filhos o seguinte: eis como abençoares os filhos de Israel: O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça! O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz! E assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei”.

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 66/67

Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção,
e sua face resplandeça sobre nós!
Que na terra se conheça o seu caminho
e a sua salvação por entre os povos.

Exulte de alegria a terra inteira,
pois julgais o universo com justiça;
os povos governais com retidão
e guiais, em toda a terra, as nações.

Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor,
que todas as nações vos glorifiquem!
Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe,
e o respeitem os confins de toda a terra!

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas (4,4-7):

Irmãos, quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (2,16-21):

Os pastores foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura.  Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino. Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores. Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração.
Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito. Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno.

Palavra da Salvação.


 
Comentário ao Evangelho

O MISTÉRIO DE DEUS EM MARIA

A figura de Maria foi toda envolvida pelo mistério de Deus. Ao aceitar ser a mãe do "Filho do Altíssimo", ela estabeleceu um relacionamento profundo com a divindade. Lenta e gradativamente, Maria foi compreendendo a real dimensão desta experiência, que exigiu dela empenho e discernimento.

A visita dos pobres pastores ao Menino Jesus, na gruta de Belém, ofereceu a Maria elementos de reflexão. Eles falavam do que lhes fora revelado sobre o recém-nascido, sua identidade e sua missão de Salvador, o Messias esperado. Sua origem divina evidenciava-se pela presença do Anjo do Senhor. Ele estava todo envolvido pelo mistério divino.

A história do Menino ligava-se radicalmente à existência de Maria. Foi com ela que o Pai havia contado para a gestação física de seu filho amado, que haveria de ser, também, filho dela. A vida de Maria, portanto, definia-se pela relação com o Pai e com o filho Jesus, redundando em serviço exclusivo a ambos.

Por que Deus escolheu aquela pobre mulher de Nazaré, para concretizar seu plano de amor em relação à humanidade? Nem mesmo Maria deve ter sabido dar uma resposta definitiva a esta questão. Por isso, ela guardava, no coração, todas as palavras dos pastores, tentando discernir o sentido e as exigências da presença de Deus em sua vida.

 
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total

 


MARIA, MÃE DE DEUS
 (Comemoração)

Hoje, oito dias depois da Natividade, primeiro dia do ano novo, o calendário dos santos se abre com a festa de Maria Santíssima, no mistério de sua maternidade divina. Escolha acertada, porque de fato Ela é "a Virgem mãe, Filha de seu Filho, humilde e mais sublime que toda criatura, objeto fixado por um eterno desígnio de amor" (Dante). Ela tem o direito de chamá-lo "Filho", e Ele, Deus onipotente, chama-a, com toda verdade, Mãe! 

Foi a primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental. Substituiu o costume pagão das dádivas (strenae) e começou a ser celebrada em Roma, no século IV. Desde 1931 era no dia 11 de outubro, mas com a última revisão do calendário religioso passou à data atual, a mesma onde antes se comemorava a circuncisão de Jesus, oito dias após ter nascido. 

Num certo sentido, todo o ano litúrgico segue as pegadas desta maternidade,começando pela solenidade da Anunciação, a 25 de Março, nove meses antes da Natividade. Maria concebeu por obra do Espírito Santo. Como todas as mães, trouxe no próprio seio aquele que só ela sabia que se tratava do Filho unigênito de Deus, que nasceu na noite de Belém. 

Ela assumiu para si a missão confiada por Deus. Sabendo, por conhecer as profecias, que teria também seu próprio calvário, enquanto mãe daquele que seria sacrificado em nome da salvação da Humanidade. Deus se fez carne por meio de Maria. Ela é o ponto de união entre o céu e a Terra. Contribuiu para a obtenção da plenitude dos tempos. Sem Maria, o Evangelho seria apenas ideologia, somente "racionalismo espiritualista", como registram alguns autores. 

O próprio Jesus através do apóstolo São Lucas (6,43) nos esclarece: "Uma árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto". Portanto, pelo fruto se conhece a árvore. Santa Isabel, quando recebeu a visita de Maria já coberta pelo Espírito Santo, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre." (Lc1,42). O Fruto do ventre de Maria é o Filho de Deus Altíssimo, Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor. Quem aceita Jesus, fruto de Maria, aceita a árvore que é Maria. Maria é de Jesus e Jesus é de Maria. Ou se aceita Jesus e Maria ou se rejeita a ambos. 

Por tomar esta verdade como dogma é que a Igreja reverencia, no primeiro dia do ano, a Mãe de Jesus. Que a contemplação deste mistério exerça em nós a confiança inabalável na Misericórdia de Deus, para nos levar ao caminho reto, com a certeza de seu auxílio, para abandonarmos os apegos e vaidades do mundo, e assimilarmos a vida de Jesus Cristo, que nos conduz à Vida Eterna. Assim, com esses objetivos entreguemos o novo ano à proteção de Maria Santíssima que, quando se tornou Mãe de Deus, fez-se também nossa Mãe, incumbiu-se de formar em nós a imagem de seu Divino Filho, desde que não oponhamos de nossa parte obstáculos à sua ação maternal. 

A comemoração de Maria, neste dia, soma-se ao Dia Universal da Paz. Ninguém mais poderia encarnar os ideais de paz, amor e solidariedade do que ela, que foi o terreno onde Deus fecundou seu amor pelos filhos e de cujo ventre nasceu aquele que personificou a união ente os homens e o amor ao próximo, o Cristo. Celebrar Maria é celebrar O nosso Salvador. Dia da Paz, dia da Mãe Santíssima. Nos tempos sofridos e sangrentos em que vivemos, um dia de reflexão e esperança. (
In: Dom Total)

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Liturgia da Palavra: 27 de Dezembro de 2015 – Domingo.

Sagrada Família de Jesus
 
(Cor branca, Glória, Prefácio do Natal – Ofício da festa)



Oração do dia

Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa. or Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do Eclesiástico (3,3-7.14-17):

Pois Deus quis honrar os pais pelos filhos, e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles. Aquele que ama a Deus o roga pelos seus pecados, acautela-se para não cometê-los no porvir. Ele é ouvido em sua prece cotidiana. Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro. Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração. Quem honra seu pai gozará de vida longa; quem lhe obedece dará consolo à sua mãe.
Meu filho, ajuda a velhice de teu pai, não o desgostes durante a sua vida. Se seu espírito desfalecer, sê indulgente, não o desprezes porque te sentes forte, pois tua caridade para com teu pai não será esquecida, e, por teres suportado os defeitos de tua mãe, ser-te-á dada uma recompensa; tua casa tornar-se-á próspera na justiça.
Lembrar-se-ão de ti no dia da aflição, e teus pecados dissolver-se-ão como o gelo ao sol forte.

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 127/128

Felizes os que temem o Senhor
e trilham seus caminhos!

Felizes és tu se temes o Senhor
e trilhas seus caminhos!
Do trabalho de tuas mãos hás de viver,
serás feliz, tudo irá bem!

A tua esposa é uma videira bem fecunda
no coração da tua casa;
os teus filhos são rebentos de oliveira
ao redor de tua mesa.

Será assim abençoado todo homem
que teme o Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião
cada dia de tua vida.

II    Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses (3,12-21):

Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós. Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição.
Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede agradecidos. A palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais.
Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
Mulheres, sede submissas a vossos maridos, porque assim convém, no Senhor.
Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com aspereza.
Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor.
Pais, deixai de irritar vossos filhos, para que não se tornem desanimados.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (2,40-52):

Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem. Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos. Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele. 
Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas. 
Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: “Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição”. Respondeu-lhes ele: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera.
Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.

Palavra da Salvação.



Comentário ao Evangelho

A FAMÍLIA DO SENHOR

A cena evangélica apresenta os traços fundamentais da família de Jesus. Sua marca característica foi a obediência a Deus e a submissão a seu projeto de salvação para a humanidade. Jesus, Maria e José viviam em função do desígnio salvífico divino. Jesus era o Filho de Deus, enviado com a missão de reconciliar a humanidade com Deus. Maria foi escolhida para ser a mãe do Filho de Deus e, com o seu sim, aceitou colocar-se toda, como serva, a serviço do Senhor. José acolheu a proposta divina de apresentar-se como pai humano de Jesus, de forma a garantir-lhe a identidade social. Cada um realizava a parte que lhe cabia na obra da salvação, partilhando a vida em comum. A vida da Sagrada Família, portanto, pode resumir-se na obediência a Deus e no serviço amoroso à humanidade.

Outro traço da família de Jesus é a pobreza e a simplicidade. A relação privilegiada com Deus não a envaidecia. Tampouco se sentia diminuída por habitar numa cidade pouco apreciada e quase desconhecida, longe dos centros importantes. Foi Jesus quem, por força do seu ministério, deixou Nazaré, indo pregar pelo mundo a fora. Até então, vivera com seus pais no escondimento, exercendo a profissão de carpinteiro, herdada de José. Por sua vez, Maria desempenhava as tarefas próprias de uma dona de casa. Somente o Pai sabia o que realmente se passava com aquela família e o papel que ela desempenhava em favor da humanidade.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 

Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total



SAGRADA FAMÍLIA

O projeto de Deus para a redenção de toda a humanidade tem como centro a encarnação do seu Filho como homem vivendo entre nós. Quis que seu amado Filho fosse o exemplo de tudo. Por isso ele foi acolhido no seio de uma verdadeira família. Uma humilde, boa e honrada família, ligada pela fé e os bons costumes. Ele escolheu, seus anjos agiram e a Sagrada Família foi constituída. 

Deus Pai enviou Jesus com a natureza divina e a natureza humana: o Verbo encarnado, trazendo a sua redenção para todos os seres humanos. Ou seja: a salvação do ser humano somente se dá através de Jesus, quem crer e seguir terá a vida eterna no Reino de Deus. 

Assim, Jesus nasceu numa verdadeira família para receber tudo o que necessitava para crescer e viver, mesmo sendo muito pobre. Teve o amor dos pais unidos pela religião, trabalhadores honrados, solidários com a comunidade, conscientes e responsáveis por sua formação escolar, cívica, religiosa e profissional. Maria, José e Jesus são o símbolo da verdadeira família idealizada pelo Criador. 

A única diferença, que a tornou a "Sagrada Família", foi a sua abnegação, a aceitação e a adesão ao projeto de Deus, com a entrega plena às suas disposições. Mesmo assim, não perderam sua condição humana, imprescindível para que todas as profecias se cumprissem.

A família residiu em Nazaré até que Jesus estivesse pronto para desempenhar sua missão. 

Lá, Jesus aprendeu a andar, correr, brincar, comer, rezar, cresceu, estudou, foi aprendiz e auxiliar de seu pai adotivo, José, a quem amava muito e que por ele era muito amado também. Foi um filho obediente à mãe, Maria, e demonstrou isso já bem adulto, e na presença dos apóstolos, nas bodas de Caná, quando, a pedido de Maria, operou o milagre do vinho. 

Quando o Messias começou a trilhar os caminhos, aldeias e cidades, pregando o Evangelho, era reconhecido como o filho de José, o carpinteiro da Galiléia. Até ser identificado como o Filho de Deus aguardado pelo povo eleito, Jesus trabalhou como todas as pessoas fazem. Conheceu as agruras dos operários, suas dificuldades e o suor necessário para ganhar o pão de cada dia. 

Essa família é o modelo de todos os tempos. É exemplar para toda a sociedade, especialmente nos dias de hoje, tão atormentada por divórcios e separações de tantos casais, com filhos desajustados e todos infelizes. A família deve ser criada no amor, na compreensão, no diálogo, com consciência de que haverá momentos difíceis e crises formais. Só a certeza e a firmeza nos propósitos da união e a fé na bênção de Deus recebida no casamento fará tudo ser superado. Pedir esse sacramento à Igreja é uma decisão de grande responsabilidade, ainda maior nos novos tempos, onde tudo é passageiro, fútil e superficial.

Esta celebração serve para que todas as famílias se lembrem da humilde Sagrada Família, que mudou o rumo da humanidade. Ela representa o gesto transcendente de Deus, que se acolheu numa família humana para ensinar o modo de ser feliz: amar o próximo como a nós mesmos. A Igreja comemora a festa da Sagrada Família em data móvel, no domingo após o Natal, ou, alternativamente, no dia 29 de novembro.




segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Feliz Natal!


Liturgia da Palavra: NATAL, 25 de dezembro de 2015 - Sexta-feira.

NATAL - Missa do dia 
(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio do Natal – Ofício da solenidade)



Oração do dia

Ó Deus, que admiravelmente criastes o ser humano e mais admiravelmente restabelecestes a sua dignidade, dai-nos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou a assumir a nossa humanidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Isaías (52,7-10):

Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade, que traz as boas novas e anuncia a libertação, que diz a Sião: “Teu Deus reina!”
Ouve! Tuas sentinelas elevam a voz, e todas juntas soltam alegres gritos, porque vêem com seus próprios olhos o Senhor voltar a Sião. Prorrompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor se compadece de seu povo, e resgata Jerusalém!  O Senhor descobre seu braço santo aos olhares das nações, e todos os confins da terra verão o triunfo de nosso Deus.

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial (97/98)

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus. 

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.

O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!

Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa
e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas,
ao Senhor, o nosso rei!

II   Leitura

Leitura da carta aos Hebreus (1,1-6):

Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus, tão superior aos anjos quanto excede o deles o nome que herdou.
Pois a quem dentre os anjos disse Deus alguma vez: “Tu és meu Filho; eu hoje te gerei”? Ou então: “Eu serei seu Pai e ele será meu Filho”?
 E novamente, ao introduzir o seu Primogênito na terra, diz: “Todos os anjos de Deus o adorem”.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (1,1-18):

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.
2
 Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.  A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho dele, e exclama: “Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim”. Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.

Palavra da Salvação
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Comentário ao Evangelho

O VERBO SE FEZ CARNE

Pelo mistério da Encarnação, estabeleceu-se uma comunhão indissolúvel entre a divindade e a humanidade. Jesus foi o ponto de encontro deste movimento que ligou a Terra ao Céu, o homem a Deus, a história à eternidade.
Vindo de junto do Pai, Jesus é a Palavra de Deus que se tornou visível na história humana. Sua existência iria manifestar os desígnios divinos, tanto no seu falar quanto no seu agir. A vida que haveria de transmitir, mediante gestos poderosos, provinha da abundância da vida herdada do Pai. Sua presença se constituiria em luz para orientar a humanidade dacaída, ansiosa de salvação. Por meio dele, seria possível chegar até Deus e experimentar a comunhão divina.

Todavia, este Jesus era plenamente humano, excluindo-se apenas a experiência do pecado. Não lhe foram concedidas regalias, pelo fato de ser o Filho de Deus. Por isso, experimentou a rejeição exatamente daqueles para os quais fora enviado. Sua não-acolhida revelar-se-ia em forma de perseguição, hostilidades e abandono, para culminar na morte de cruz. Na medida em que descia aos porões da humanidade, Jesus ia comunicando ao ser humano, ferido pelo pecado, o lenitivo da salvação. Desta forma, as pessoas reconciliavam-se com Deus e recuperavam sua dignidade original. Nisto consiste o mistério do Natal!

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total

NATAL DE JESUS

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós e nós vimos a sua glória..." (Jo 1,14). 

A encarnação do Verbo de Deus assinala o início dos "últimos tempos", isto é, a redenção da humanidade por parte de Deus. Cega e afastada de Deus, a humanidade viu nascer a luz que mudou o rumo da sua história. O nascimento de Jesus é um fato real que marca a participação direta do ser humano na vida divina. Esta comemoração é a demonstração maior do amor misericordioso de Deus sobre cada um de nós, pois concedeu-nos a alegria de compartilhar com ele a encarnação de seu Filho Jesus, que se tornou um entre nós. Ele veio mostrar o caminho, a verdade e a vida, e vida eterna. A simbologia da festa do Natal é o nascimento do Menino-Deus. 

No início, o nascimento de Jesus era festejado em 6 de janeiro, especialmente no Oriente, com o nome de Epifania, ou seja, manifestação. Os cristãos comemoravam o natalício de Jesus junto com a chegada dos reis magos, mas sabiam que nessa data o Cristo já havia nascido havia alguns dias. Isso porque a data exata é um dado que não existe no Evangelho, que indica com precisão apenas o lugar do acontecimento, a cidade de Belém, na Palestina. Assim, aquele dia da Epifania também era o mais provável em conformidade com os acontecimentos bíblicos e por razões tradicionais do povo cristão dos primeiros tempos. 

Entretanto, antes de Cristo, em Roma, a partir do imperador Júlio César, o 25 de dezembro era destinado aos pagãos para as comemorações do solstício de inverno, o "dia do sol invencível", como atestam antigos documentos. Era uma festa tradicional para celebrar o nascimento do Sol após a noite mais longa do ano no hemisfério Norte. Para eles, o sol era o deus do tempo e o seu nascimento nesse dia significava ter vencido a deusa das trevas, que era a noite. 

Era, também, um dia de descanso para os escravos, quando os senhores se sentavam às mesas com eles e lhes davam presentes. Tudo para agradar o deus sol. 

No século IV da era cristã, com a conversão do imperador Constantino, a celebração da vitória do sol sobre as trevas não fazia sentido. O único acontecimento importante que merecia ser recordado como a maior festividade era o nascimento do Filho de Deus, cerne da nossa redenção. Mas os cristãos já vinham, ao longo dos anos, aproveitando o dia da festa do "sol invencível" para celebrar o nascimento do único e verdadeiro sol dos cristãos: Jesus Cristo. De tal modo que, em 354, o papa Libério decretou, por lei eclesiástica, a data de 25 de dezembro como o Natal de Jesus Cristo. 

A transferência da celebração motivou duas festas distintas para o povo cristão, a do nascimento de Jesus e a da Epifania. Com a mudança, veio, também, a tradição de presentear as crianças no Natal cristão, uma alusão às oferendas dos reis magos ao Menino Jesus na gruta de Belém. Aos poucos, o Oriente passou a comemorar o Natal também em 25 de dezembro. 

Passados mais de dois milênios, a Noite de Natal é mais que uma festa cristã, é um símbolo universal celebrado por todas as famílias do mundo, até as não-cristãs. A humanidade fica tomada pelo supremo sentimento de amor ao próximo e a Terra fica impregnada do espírito sereno da paz de Cristo, que só existe entre os seres humanos de boa vontade. Portanto, hoje é dia de alegria, nasceu o Menino-Deus, nasceu o Salvador.