“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Liturgia da Palavra: 02 de julho de 2017 – Domingo.


SÃO PEDRO E SÃO PAULO
(Cor vermelha, Glória, Creio, Prefácio Próprio; Ofício da Solenidade)


Oração do dia

Senhor nosso Deus, concedei-nos os auxílios necessários à salvação pela intercessão dos apóstolos são Pedro e são Paulo, pelos quais destes à vossa Igreja os primeiros benefícios da fé.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura dos Atos dos Apóstolos (12,1-11):

Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para os maltratar. Assim foi que matou à espada Tiago, irmão de João. Vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro. Eram então os dias dos pães sem fermento. Mandou prendê-lo e lançou-o no cárcere, entregando-o à guarda de quatro grupos, de quatro soldados cada um, com a intenção de apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele a Deus. Ora, quando Herodes estava para o apresentar, naquela mesma noite dormia Pedro entre dois soldados, ligado com duas cadeias. Os guardas, à porta, vigiavam o cárcere. De repente, apresentou-se um anjo do Senhor, e uma luz brilhou no recinto. Tocando no lado de Pedro, o anjo despertou-o: “Levanta-te depressa”, disse ele. Caíram-lhe as cadeias das mãos. O anjo ordenou: “Cinge-te e calça as tuas sandálias”. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: “Cobre-te com a tua capa e segue-me”. Pedro saiu e seguiu-o, sem saber se era real o que se fazia por meio do anjo. Julgava estar sonhando. Passaram o primeiro e o segundo postos da guarda. Chegaram ao portão de ferro, que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo. Saíram e tomaram juntos uma rua. Em seguida, de súbito, o anjo desapareceu.
Então Pedro tornou a si e disse: “Agora vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus”.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (33/34)

De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

Bendirei o Senhor Deus em todo tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
que ouçam os humildes e se alegrem!

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.

O anjo do Senhor vem acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

II   Leitura

Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo (4,6-8. 17-18):

Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição.
Contudo, o Senhor me assistiu e me deu forças, para que, por meu intermédio, a boa mensagem fosse plenamente anunciada e chegasse aos ouvidos de todos os pagãos. E fui salvo das fauces do leão. O Senhor me salvará de todo mal e me preservará para o seu Reino celestial. A ele a glória por toda a eternidade!

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (16,13-19):

Naquele tempo, chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?”
Responderam: “Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas”. Disse-lhes Jesus: “E vós quem dizeis que eu sou?”
Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”
Jesus então lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.
E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

FÉ E MISSÃO

A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios.

Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer.

Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer.

Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido. Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.

 (O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total

SÃO PEDRO E SÃO PAULO

A solenidade de são Pedro e de são Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis.

E mais: depois da Virgem Santíssima e de são João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.

Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia, nem quanto ao ano desses martírios.

A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma, durante a perseguição de Nero. Há outras raízes ainda envolvendo a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. São Pedro e são Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os "Pais de Roma". Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue "fundaram" a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre.

São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.


São Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos Gentios". São Pedro e são Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre.

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segunda-feira, 19 de junho de 2017

Liturgia da Palavra: 25 de junho de 2017 – Domingo.


XII Domingo do Tempo Comum 
                                                                    (Cor verde, Glória, Creio; IV Semana do Saltério)

Oração do dia

Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do profeta Jeremias (20,10-13):

Jeremias disse: “Ouço as invectivas da multidão: Cerca-nos o terror! ‘Denunciai-o! Vamos denunciá-lo’! Os que eram meus amigos espiam-me agora os passos. ‘Se cair em abusos, tiraremos vantagem, e dele nos vingaremos’. O Senhor, porém, está comigo, qual poderoso guerreiro. Por isso, longe de triunfar, serão esmagados meus perseguidores. Sua queda os mergulhará na confusão. Será, então, a vergonha eterna, inesquecível. Senhor, Deus dos exércitos, vós que sondais o justo, e que escrutais os rins e os corações, concedei-me o poder de contemplar a vingança que deles ides tirar! Pois em vossas mãos depositei a minha causa. Cantai ao Senhor, glorificai-o, porque salvou a vida do miserável das mãos do mau”.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (68/69)
  
 Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos
O vosso coração reviverá!

Por isso elevo para vós minha oração
Neste tempo favorável, Senhor Deus!
Respondei-me pelo vosso imenso amor
Pela vossa salvação que nunca falha!
Senhor, ouvi-me, pois suave é vossa graça
Ponde os olhos sobre mim com grande amor!

Pobre de mim, sou infeliz e sofredor!
Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus!
Cantando, eu louvarei o vosso nome
E, agradecido, exultarei de alegria!

Humildes, vede isto e alegrai-vos
O vosso coração reviverá
Se procurardes o Senhor continuamente!
Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres
E não despreza o clamor de seus cativos

Sim, Deus virá e salvará Jerusalém
Reconstruindo as cidades de Judá
A descendência de seus servos há de herdá-las
E os que amam o santo nome do Senhor
A descendência de seus servos há de herdá-las
E dentro delas fixarão sua morada!

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Romanos (5,12-15):

Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram. De fato, até a lei o mal estava no mundo. Mas o mal não é imputado quando não há lei. No entanto, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre aqueles que não pecaram à imitação da transgressão de Adão (o qual é figura do que havia de vir). Mas, com o dom gratuito, não se dá o mesmo que com a falta. Pois se a falta de um só causou a morte de todos os outros, com muito mais razão o dom de Deus e o benefício da graça obtida por um só homem, Jesus Cristo, foram concedidos copiosamente a todos.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (10,26-33):

Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos: “Não os temais, pois; porque nada há de escondido que não venha à luz, nada de secreto que não se venha a saber. O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados. 
Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena. Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai. Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós. 
Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus”.

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

A INTREPIDEZ DO DISCÍPULO

Uma das virtudes que se requer do discípulo de Jesus é a intrepidez, de modo especial quando se trata de dar testemunho público de sua fé, no exercício do ministério apostólico recebido do Mestre. Sem ela, tenderá a capitular diante da primeira dificuldade. Por isso, Jesus exorta os seus seguidores a serem valorosos nas tribulações, mostrando-se intrépidos, mormente, diante dos adversários e perseguidores. As provações não haveriam de abater as pessoas simples e receptivas. Os perseguidores sim, deixar-se-iam tomar pelo ódio, ao ver os discípulos proclamarem, com toda a coragem as palavras do Mestre. Porque o Evangelho do Reino, proclamado "em cima do telhados", de maneira pública e sem meias palavras, poria a descoberto as mazelas desses adversários, constituindo-se numa verdadeira denúncia de sua injustiça e maldade.

Obviamente, a reação deles seria tentar eliminar quem os denunciava. Caso o discípulo fosse fraco e temeroso, ou não abriria a boca ou pôr-se-ia em fuga diante da menor ameaça, numa evidente infidelidade à missão recebida.

A coragem do discípulo brota de sua confiança na proteção divina. O Pai é o Senhor da vida do discípulo. Ele abate a prepotência dos perseguidores. Basta ao discípulo ser fiel à missão recebida, e entregar-se, confiante, nas mãos de Deus. Assim, sua vitória estará garantida.



 (O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total


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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Liturgia da Palavra: 18 de junho de 2017 – Domingo.

XI Domingo do Tempo Comum

(Cor verde, Glória, Creio ; III Semana do Saltério)

Oração do dia

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do Êxodo (19,2-6):

Naqueles dias, os israelitas, partindo de Rafidim, chegaram ao deserto do Sinai, onde acamparam. Israel acampou ali, diante da montanha, enquanto Moisés subiu ao encontro de Deus. O Senhor o chamou do alto da montanha e disse: “Assim deverás falar à casa de Jacó e anunciar aos israelitas:
Vistes o que fiz aos egípcios,e como vos levei sobre asas de águia
e vos trouxe a mim. Agora, se realmente ouvirdes minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim a porção escolhida entre todos os povos. Na realidade é minha toda a terra, mas vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. São essas as palavras que deverás dizer aos israelitas”.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (99/100)

Nós somos o povo e rebanho do Senhor.

Aclamai o Senhor, ó terra inteira,
servi ao Senhor com alegria,
Ide a ele, cantando jubilosos!

Sabei que o Senhor, só ele, é Deus,
ele mesmo nos fez, e somos seus,
Nós somos seu povo e seu rebanho.

Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,
sua bondade perdura para sempre,
Seu amor é fiel eternamente!

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Romanos  (5,6-11):

Com efeito, quando éramos ainda fracos, foi então, no devido tempo, que Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa, talvez alguém se anime a morrer. Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores. Muito mais agora que já estamos justificados pelo sangue de Cristo, seremos salvos da ira, por ele. Se, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconcilia­dos com ele pela morte de seu Filho, quanto mais agora, estando já reconciliados, se­remos­ salvos por sua vida! Ainda mais: nós nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. É por ele que, já desde o tempo presente, recebemos a reconciliação.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (9,36-10,8):

Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse aos discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita!”
Chamando os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder para expulsar os espíritos impuros e curar todo tipo de doença e de enfermidade. Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e depois André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; Filipe e Bartolomeu; To­mé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Al­feu, e Tadeu; Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus.
Jesus enviou esses doze, com as seguintes­ recomendações: “Não deveis ir aos territó­rios dos pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! Ide, antes, às ovelhas perdidas­ da casa de Israel! No vosso caminho, pro­clamai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Cu­rai doentes, ressuscitai mortos, puri­ficai leprosos, expulsai demônios. De graça re­ce­bestes, de graça deveis dar!

Palavra da Salvação.




Comentário ao Evangelho

A GRANDEZA DA MESSE
           
A contemplação das multidões cansadas e abatidas, semelhantes a ovelhas sem pastor, permitiu a Jesus constatar a vastidão do trabalho evangelizador a ser levado a cabo. Recorrendo a uma metáfora tirada do ambiente agrícola, ele constatou que "o campo semeado é imenso e está a ponto de ser ceifado. Mas faltam operários para fazer a colheita". Qual seria o sentido desta declaração?
           
No processo de evangelização, existe um trabalho prévio, independente da ação do evangelizador. É a ação divina no coração humano, predispondo-o para acolher a mensagem da salvação. Sem este trabalho prévio, fica inviabilizada qualquer tentativa de fazer o Reino frutificar na vida de quem escuta a Palavra.
          
A percepção de Jesus ia muito além da multidão que tinha diante de si. A imensidão da seara abarcava todos quantos ansiavam pela chegada do Reino de Deus e eram vítimas de falsos messias. A experiência de terem sido enganadas levava as pessoas ao desânimo, fazendo-as perder as esperanças, ou as fazia passar de messias em messias, sem encontrarem uma palavra que as satisfizesse.

Urgia que operários zelosos e fiéis se pusessem à disposição do Pai, como seus colaboradores, para levar a cabo a obra divina no coração da humanidade sedenta de salvação. Os apóstolos de Jesus somar-se-iam ao número dos servidores do Reino.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In:  Dom Total




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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Liturgia da Palavra: 11 de junho de 2017 – Domingo.


SANTÍSSIMA TRINDADE
(Cor branca, Glória, Creio, Prefácio Próprio; IV Semana do Saltério)

Oração do dia

Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da Verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso inefável mistério. Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a Unidade onipotente.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro de Êxodo (34,4-6.8-9):

Naqueles dias, Moisés talhou, pois, duas tábuas de pedra semelhantes às primeiras e, no dia seguinte, pela manhã, subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe havia ordenado, segurando nas mãos as duas tábuas de pedra. O Senhor desceu na nuvem e esteve perto dele, pronunciando o nome de Javé. O Senhor passou diante dele, exclamando: “Javé, Javé, Deus compassivo e misericordioso, lento para a cólera, rico em bondade e em fidelidade”.
Moisés inclinou-se incontinente até a terra e prostrou-se, dizendo: “Se tenho o vosso favor, Senhor, dignai-vos marchar no meio de nós: somos um povo de cabeça dura, mas perdoai nossas iniqüidades e nossos pecados, e aceitai-nos como propriedade vossa”.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (Dn 3)

A vós louvor, honra e glória
eternamente!

1. Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais.
2. Sede bendito, nome santo e glorioso.
3. No templo santo onde refulge a vossa glória.
4. E em vosso trono de poder vitorioso.
5. Sede bendito, que sondais as profundezas.
6. E superior aos querubins vos assentais.
7. Sede bendito no celeste firmamento.


II   Leitura 

Leitura da carta de são Paulo aos Coríntios (13,11-13):


Por fim, irmãos, vivei com alegria. Tendei à perfeição, animai-vos, tende um só coração, vivei em paz, e o Deus de amor e paz estará convosco. Saudai-vos uns aos outros no ósculo santo. Todos os santos vos saúdam.
A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (3,16-18):

Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus.

Palavra da Salvação.




Comentário ao Evangelho

SOMOS AMADOS POR DEUS

A contemplação da Santíssima Trindade abre o nosso coração para o Deus amoroso, revelado por Jesus Cristo. Consciente de ser Filho, Jesus nos falou do Pai e prometeu o dom do Espírito Santo a quem tivesse fé. Revelou que tinha vindo do Pai e para o Pai voltaria, confiando ao Espírito Santo a missão de dinamizar a caminhada da comunidade de fé. Sempre que falava de Deus, referia-se à Trindade.

O envio do Filho, por parte do Pai, foi uma prova de amor imenso ao ser humano corrompido pelo pecado. Visando libertar da morte a humanidade, Jesus veio, na qualidade de portador de vida eterna. Entretanto, a perfeita salvação – o dom da vida eterna – depende de como se acolhe Jesus, e se adere à sua pessoa. Deste modo, vive-se como verdadeiros filhos e filhas de Deus, regenerados pelo Espírito.

Engana-se quem atribui a Jesus a missão primordial de julgar e condenar o mundo. A condenação depende da incredulidade em relação ao Filho enviado pelo Pai. Rejeitar o Filho significa, por extensão, rejeitar o Pai que o enviou. Por sua vez, recusar a este comporta a rejeição da vida eterna, que só ele pode oferecer. Esta insensatez, em última análise, resulta do fechamento ao dom do Espírito Santo, o único que tem o poder de atrair o ser humano para Deus. Portanto, embora o desígnio primeiro da  Trindade seja o de salvar a humanidade, resta sempre a possibilidade de o ser humano servir-se de sua liberdade para fazer-se prisioneiro de seu egoísmo.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,

 Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE).  In: Dom Total



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