“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Liturgia da Palavra: 26 de junho de 2016 – Domingo.


XIII Domingo do Tempo Comum
(Cor verde, Glória, Creio, I semana do Saltério)

Oração do dia

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do primeiro livro dos Reis (19,16.19-21):

Jeú, filho de Namsi, como rei de Israel, e Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar. Elias, partindo dali, encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando com doze juntas de bois diante dele; ele mesmo conduzia a duodécima junta. Elias aproximou-se e jogou o seu manto sobre ele. Eliseu, deixando imediatamente os seus bois, correu atrás de Elias, e disse: Deixa-me ir beijar meu pai e minha mãe, depois te seguirei. Vai, disse-lhe Elias, mas volta, porque sabes o que te fiz. Eliseu, deixando Elias, tomou uma junta de bois e imolou-os. Com a lenha do arado cozeu as carnes e deu-as a comer à sua gente. Em seguida partiu e seguiu Elias, para servi-lo.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (15/16)

Ó Senhor, sois minha herança para sempre!

Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor:
nenhum bem eu posso achar fora de vós!”
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,
meu destino está seguro em vossas mãos!

Eu bendigo o Senhor, que me aconselha
e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.

Eis por que meu coração está em festa,
minha alma rejubila de alegria
e até meu corpo no repouso está tranqüilo;
pois não haveis de me deixar entregue à morte
nem vosso amigo conhecer a corrupção.

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas (5,1.13-18):

É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão. Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade, porque toda a lei se encerra num só preceito: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18).
Mas, se vos mordeis e vos devorais, vede que não acabeis por vos destruirdes uns aos outros. Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne. Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que quereríeis. Se, porém, vos deixais guiar pelo Espírito, não estais sob a lei.

Palavra do Senhor.

Evangelho

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (9,51-62):

Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém. Enviou diante de si mensageiros que, tendo partido, entraram em uma povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada. Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém. Vendo isto, Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?” 
Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente. O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las.

Foram então para outra povoação. Enquanto caminhavam, um homem lhe disse: “Senhor, seguir-te-ei para onde quer que vás”. Jesus replicou-lhe: “As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. A outro disse: “Segue-me. Mas ele pediu: Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai”. Mas Jesus disse-lhe: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus”. Um outro ainda lhe falou: “Senhor, seguir-te-ei, mas permite primeiro que me despeça dos que estão em casa”. Mas Jesus disse-lhe: “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus”.

Palavra da Salvação.

 


Comentário ao Evangelho

NÃO À VIOLÊNCIA

O Reino apresenta-se, na vida das pessoas, como uma proposta a ser livremente acolhida ou rejeitada. Jamais poderá haver coerção sobre o destinatário da mensagem, sob pena de invalidar a opção que ele fez.

É tentador querer levar as pessoas a acolherem o Reino, independentemente de sua liberdade. Ou seja, impô-lo à força! Sem liberdade plena, o Reino não chegará a fincar raízes consistentes no coração humano, a ponto de transformá-lo em coração de discípulo.
A tentação de compelir as pessoas a abraçar o Reino pode levar o discípulo a recorrer à violência, caso elas o rejeitem. Foi o que aconteceu com os discípulos de Jesus em relação aos samaritanos. Porque se recusaram a acolher Jesus, de passagem para Jerusalém, Tiago e João sugeriram ao Mestre que mandasse fogo do céu para consumi-los, a exemplo do que aconteceu, no passado, com as cidades impenitentes.

Jesus censurou os dois discípulos, pois tinham uma mentalidade contrária à sua. Eles pensavam que, com a destruição dos samaritanos, pudessem dar uma lição a todos os demais impenitentes. Enganavam-se! Esse castigo mortal daria a entender que o Deus anunciado por Jesus era impaciente e incapaz de respeitar o ritmo das pessoas. Na verdade, ele é um Deus paciente e misericordioso, pronto a esperar o momento de ser livremente acolhido.

 

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE.) In: Dom Total


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