“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Liturgia da Palavra: 4 de setembro de 2016 – Domingo.

XXIII Domingo do Tempo Comum
(Cor verde, Glória, Creio; III Semana do Saltério)

Oração do dia

Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro da Sabedoria (9,13-18):

Que homem, pois, pode conhecer os desígnios de Deus, e penetrar nas determinações do Senhor? Tímidos são os pensamentos dos mortais, e incertas as nossas concepções; porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e a morada terrestre oprime o espírito carregado de cuidados. Mal podemos compreender o que está sobre a terra, dificilmente encontramos o que temos ao alcance da mão. Quem, portanto, pode descobrir o que se passa no céu? E quem conhece vossas intenções, se vós não lhe dais a Sabedoria, e se do mais alto dos céus vós não lhe enviais vosso Espírito Santo? Assim se tornaram direitas as veredas dos que estão na terra; os homens aprenderam as coisas que vos agradam e pela sabedoria foram salvos.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial (89/90)

Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós. 

Vós fazeis voltar ao pó todo mortal
quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”
Pois mil anos para vós são como ontem,
qual vigília de uma noite que passou.

Eles passam como o sono da manhã,
são iguais à erva verde pelos campos:
de manhã ela floresce vicejante,
mas à tarde é cortada e logo seca.

Ensinai-nos a contar os nossos dias
e daí ao nosso coração sabedoria!
Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos!

Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exultaremos de alegria todo o dia!
Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.

II   Leitura

Leitura da carta de são Paulo a Filêmon (9-10.12-17):

Caríssimo, prefiro fazer apenas um apelo à tua caridade. Eu, Paulo, idoso como estou, e agora preso por Jesus Cristo, venho suplicar-te em favor deste filho meu, que gerei na prisão, Onésimo. Torno a enviá-lo para junto de ti, e é como se fora o meu próprio coração. Quisera conservá-lo comigo, para que em teu nome ele continuasse a assistir-me nesta minha prisão pelo Evangelho. Mas, sem o teu consentimento, nada quis resolver, para que tenhas ocasião de praticar o bem (em meu favor), não por imposição, mas sim de livre vontade. Se ele se apartou de ti por algum tempo, foi sem dúvida para que o pudesses reaver para sempre. Agora, não já como escravo, mas bem mais do que escravo, como irmão caríssimo, meu e sobretudo teu, tanto por interesses temporais como no Senhor. Portanto, se me tens por amigo, recebe-o como a mim.

Palavra do Senhor.

Evangelho
  
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (14,25-33):

Muito povo acompanhava Jesus. Voltando-se, disse-lhes: “Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, querendo fazer uma construção, antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la? Para que, depois que tiver lançado os alicerces e não puder acabá-la, todos os que o virem não comecem a zombar dele, dizendo: ‘Este homem principiou a edificar, mas não pode terminar’”.

Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho

OPÇÃO E RENÚNCIA

A observação feita por Jesus visava levar a multidão que o seguia a deixar de lado a exaltação ingênua e colocar os pés no chão, para evitar possíveis frustrações. A empolgação do momento podia desviar as pessoas do verdadeiro significado do gesto de colocar-se no seguimento do Mestre. Quem quisesse segui-lo, deveria estar consciente das implicações de sua opção.

A primeira exigência consistia em romper com os laços familiares, por causa do Reino, colocando, em segundo plano, o amor aos entes mais queridos. O texto bíblico fala em "odiar pai, mãe etc.". Evidentemente, a palavra "odiar" não tem o mesmo sentido que nós lhe damos, hoje. Na boca de Jesus, ela quer dizer "dar preferência ao pai, à mãe"; colocá-los acima do Reino e de suas exigências.

A segunda exigência aponta para a predisposição de aceitar todas as conseqüências decorrentes da opção pelo Reino. Isto significa "tomar a própria cruz". Não é apto para seguir Jesus quem se intimida diante das perseguições, da indiferença, das calúnias sofridas por causa de seu testemunho de vida. Só quem é suficientemente forte para enfrentá-las, está em condições de se tornar seguidor de Jesus.
Portanto, a opção por se tornar seu discípulo funda-se numa dupla disposição para a liberdade: diante dos laços de parentesco e diante da cruz que se há de encontrar nesse seguimento.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
 Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total



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