“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

quarta-feira, 24 de abril de 2013

4. Uma alegria que ninguém nos tirará



Autoria: François X. N. Van Thuan¹

4.  
Devido  a essa atitude de  purificação, de retorno a Cristo, a nossa tristeza transforma-se em alegria. Jesus havia prometido e agora a realiza: “A vossa tristeza se transformará em alegria [...].  Mas eu vos verei  de novo e vosso coração  se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria” (Jo 16, 20.22). Ele  é realmente o  amigo fiel. Os discípulos viram-no novamente e  experimentaram a alegria de uma presença que ninguem jamais lhes tirará.

Ninguém mais nos pode dar uma alegria como essa, que  ultrapassa toda possibilidade e conhecimento humano. Quando alguém adoece, é normal que se cuide  dele até quando estiver com vida. Mas quem é que vai cuidar de um cadáver? Seria uma loucura! E, ao contrário, Jesus morreu, foi sepultado e ressuscitou! É daqui que brota a nossa alegria, uma alegria imensa, sempre nova, perene, porque  é divina. “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e sempre nova, tarde te amei!” (Agostinho, 1999, X, 27, p. 285).

Na história recente da Igreja não faltam situações em que se vive “esperando contra toda esperança”: no sofrimento de sentir-se abandonada pelo Pai, no sofrimento que  é fruto da  divisão entre os cristãos, no sofrimento do martírio e da condição de minoria. Justamente a essa Igreja é dirigida a promessa  do Apocalipse: “Nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram” (Ap 21, 4.1). Haverá “um Céu novo e uma nova terra”. (...)



(Do livro Testemunhas da Esperança, de François X. N. Van Thuan, São Paulo 2002, Ed. Cidade Nova, p.226.)
 Continua...
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¹ François Xavier Nguyen Van Thuan (nasc. Em 1923, em Hue, no Vietnã). Ordenado padre em 1953, formou-se em Direito Canônico, em Roma, em 1959. Foi bispo de Nhu Trang, de 1967 a 1975. Durante regime comunista, no seu país, estava  preso de 1975 a 1988. Libertado da  prisão foi chamado a Roma pelo Papa João Paulo II, e atuaou no Pontifício Conselho Justiça e Paz, como vice, e depois,  como presidente.
No ano 2000, foi convidado para  pregar retiro na presença do papa João Paulo II.
As meditações apresentadas acima, fizeram parte das palestras e meditações proferidas durante esse retiro.
 


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