“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

terça-feira, 28 de abril de 2015

Liturgia da Palavra: 3 de maio de 2015 - Domingo


V DOMINGO DA PÁSCOA
(Cor branca, Glória, Creio – I semana do Saltério)



ORAÇÃO DO DIA

Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que creem no Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I LEITURA

Leitura dos Atos dos Apóstolos (9,26-31):

Naqueles dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos tinham medo dele, pois não acreditavam que ele fosse discípulo. Então Barnabé tomou Saulo consigo, levou-o aos apóstolos e contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, como o Senhor lhe havia falado e como Saulo havia pregado, em nome de Jesus, publicamente, na cidade de Damasco. Daí em diante, Saulo permaneceu com eles em Jerusalém e pregava com firmeza em nome do Senhor. Falava também e discutia com os judeus de língua grega, mas eles procuravam matá-lo.
Quando ficaram sabendo disso, os irmãos levaram Saulo para Cesareia, e dali o mandaram para Tarso. A Igreja, porém, vivia em paz em toda a Judéia, Galileia e Samaria. Ela consolidava-se e progredia no temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo.

 Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL (21/22)

 Senhor, sois meu louvor * em meio à grande assembleia!

Sois meu louvor em meio à grande assembleia;
cumpro meus votos ante aqueles que vos temem.
Vossos pobres vão comer e saciar-se,
e os que procuram o Senhor o louvarão;
“seus cora- ções tenham a vida para sempre!”

Lembrem-se disso os confins de toda a terra,
para que voltem ao Senhor e se convertam
e se prostrem, adorando, diante dele
todos os povos e as famílias das nações.
somente a ele adorarão os poderosos
e os que voltam para o pó, o louvarão.

Para ele há de viver a minha alma,
toda a minha descendência há de servi-lo;
às futuras gerações anunciará
o poder e a justiça do Senhor;
ao povo novo que há de vir, ele dirá:
“Eis a obra que o Senhor realizou!”


II LEITURA

Leitura da Primeira Carta de São João (3,18-24):

Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! Aí está o critério para saber que somos da verdade para sossegar diante dele o nosso coração, pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas.
Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. E qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu.

Palavra do Senhor.

EVANGELHO

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (15,1-8):

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei.
Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permaneceu em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”.

Palavra da salvação




Comentário ao Evangelio

Cristo a Videira, nós os ramos

No A.T., a “vinha de Javé” era Israel. Mas não produziu seu fruto. O NT traz uma parábola de Jesus, dizendo que foram os vinhateiros que não quiseram dar a devida parte do produto ao proprietário; este, depois de ter mandado servos, enviou finalmente seu próprio filho, mas os vinhateiros o mataram, e a vinha foi dada a outros arrendatários. Assim, a vinha se tornou imagem do novo povo de Deus. É nesse sentido que Jo recorre à imagem da videira (evangelho). Decerto, ela se aplica em primeiro lugar a Jesus mesmo: “A verdadeira videira sou eu” (em oposição à videira provisória ou tipológica, que era Israel). Mas trata-se de Jesus unido aos seus: naqueles que estão unidos a  ele é que Jesus produz os frutos que glorificam o Pai, os frutos da caridade (cf. próximo domingo).

Além da idéia principal – produzir frutos pela união vital com Cristo -, encontramos também algumas aplicações secundárias da imagem: a poda, que significa a purificação pela palavra de Cristo, pela opção que esta nos impõe; ou, no caso dos ramos secos, a condenação.

Em que  consiste essa união vital com Cristo? Em permanecer em sua palavra, o mandamento do amor fraterno. É o “amar, não só com palavras, mas em atos e verdade”, de que fala a 2ª leitura. Esse “amor eficaz” faz com que reconheçamos que “somos da verdade” e tenhamos paz em nosso coração. Para João, a verdade se mostra em gestos concretos. Com seu estilo associativo, Jo passa a outra idéia: se  nosso coração não tem paz, mas nos condena, que fazer então? Então devemos crer que Deus é maior que nosso coração. Se nosso coração nos acusa, devemos confia-lo a Deus: conversão. E se não nos acusa, podemos viver da comunhão com Deus, pedindo o que um filho pode pedir do Pai (1Jo 3,22; cf. Jo 15,7).

Na 1ª leitura continua a história da primeira comunidade cristã. Traz o relato de Lucas referente às primeiras atividades apostólicas de Paulo, seu contato com os apóstolos de Jerusalém, mediante Barnabé, suas discussões com os judeus do helenismo (Paulo e Barnabé eram judeu-helenistas), sua missão a Tarso. Na Carta aos Gálatas, Paulo descreve este período, dizendo que “viu” somente a Pedro; mas isso não contradiz o que Lc aqui escreve. Quer dizer que Paulo só submeteu seus  planos ao chefe dos apóstolos, Pedro, e não está sob a jurisdição do chefe da igreja de Jerusalém, Tiago, para o qual apelam os “judaizantes”, que Paulo combate na carta. Podemos, portanto, dizer que, desde a sua primeira atividade, existe harmonia dos principais apóstolos em torno da missão de Paulo. A comunhão preconizada pela imagem da videira é uma realidade.

A liturgia de hoje oferece ensejo para realçar a unidade da “mesa da Palavra” e da “mesa eucarística”. O canto da comunhão sugere essa ligação. A linguagem dos símbolos poderá visualizar que a “videira verdadeira” (cf. liturgia da Palavra) produziu, como primeiro de seus frutos, o “vinho da salvação”, ou seja, o sangue derramado na cruz (cf. liturgia eucarística). Os nossos frutos deverão ser da mesma natureza!

(Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes) 



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