“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Liturgia da Palavra: 09 de agosto de 2015 – Domingo.


XIX  Domingo do Tempo Comum.
(Cor verde, Glória, Creio – III semana do Saltério)



 ORAÇÃO DO DIA

Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. 
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 

Amém.

I   LEITURA

Leitura do Primeiro Livro dos Reis  (19, 4-8):

Naqueles dias, Elias entrou deserto adentro e caminhou o dia todo. Sentou-se finalmente debaixo de um junípero e pediu para si a morte, dizendo: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais”.  E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: “Levanta-te e come!” Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado debaixo da cinza e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. Mas o anjo do Senhor veio pela segunda vez, tocou-o e disse: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”. Elias levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus.

Palavra do Senhor.
  
SALMO RESPONSORIAL (33/34)

PROVAI E VEDE QUÃO SUAVE É O SENHOR!

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor,
que ouçam os humildes e se alegrem.

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,
e o Senhor o libertou de toda angústia.

O anjo do Senhor vem acampar
ao redor dos que o temem e os salva.
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

II   LEITURA

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios (4, 30-5,2):

Irmãos: Não contristeis o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação. Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós, como toda espécie de maldade. Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama. Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor.

Palavra do Senhor.

EVANGELHO

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (6, 41-51):

Naquele tempo, os judeus começaram a murmurar a respeito de Jesus, porque havia dito: “Eu sou o pão que desceu do céu”. Eles comentavam: “Não é este Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como então pode dizer que desceu do céu?” Jesus respondeu: “Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia.
Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.

Palavra da Salvação. 

  
Comentário

Na primeira leitura, logo de início, surpreende-nos a figura do grande profeta Elias, prostrado, à espera da morte. Mesmo quem vive uma profunda relação com Deus pode ter seus momentos de crise. Por causa da sua luta contra a idolatria do povo e a corrupção dos poderosos, o profeta é perseguido pelo rei Acab e pela rainha Jezabel. Assustado com as consequências de sua pregação, cansado de ter que “dar murro em ponta de faca”, o profeta foge para o deserto, e pede a Deus a morte, pois já não aguenta mais o peso da missão. Esse é o “deserto” interior de Elias, causado pela incompreensão das pessoas, pela rejeição ao anúncio que Deus lhe confiou, e pela consciência da sua limitação e fragilidade. Ele está em crise. Quando pensamos que chegamos ao limite de nossas possibilidades, a experiência de Deus reforça a nossa fé e nos põe de novo a caminho. Se cremos em Deus, mesmo nas crises mais fortes de desânimo conseguiremos forças para nos levantar.

O evangelho de hoje é a continuação do discurso de Jesus sobre o sinal do pão. Muitos dos que ouviram Jesus dizer que Ele é o pão vivo descido do céu, pão da vida, alimento para a vida eterna, começaram a questionar suas palavras, porque conheciam apenas sua dimensão humana: diziam que era filho de José e, por isso, não acreditaram Nele. Deus jamais nos abandona, mas é preciso ter fé, abrir-se a seu amor em qualquer que seja a dificuldade, atender à sua proposta por mais desafiadora que nos pareça. É preciso ter a certeza que nos propõe o Salmo: “Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou.” Deus jamais abandona os que vivem segundo seu amor. Ele enviou-nos seu próprio Filho para ser nosso alimento na caminhada e, desta forma, propõe que vivamos de acordo com o espírito de Jesus, seguindo o modo como Ele mesmo viveu.

São Paulo nos explica, na segunda leitura: “Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama”. Esta é uma proposta realmente desafiadora, para não dizer que parece mesmo impossível: imitar a Deus, como fazer isto? O próprio Paulo nos explicita: “Sede bons uns com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente como Deus vos perdoou por meio de Cristo”. Na verdade, esta proposta está totalmente sintonizada no mandamento do amor que Jesus nos deixou; seu único mandamento: amar-vos uns aos outros como Ele nos amou. Na radicalidade de seu amor por nós, entregou-se a si mesmo por nossa salvação.

Como diz o documento de Aparecida, “para ficarmos verdadeiramente parecidos com o Mestre, é necessário assumir a centralidade do mandamento do Amor”, mas não da nossa forma de amar, selecionando a quem amar, como amar, e sim, como nos diz o mesmo documento: amando “com a medida de Jesus”. Esta é a diferença.

[Comentário – In: Arquidiocese de Cuiabá]


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