“Para levar Deus aos homens e homens a Deus”

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Liturgia da Palavra: 30 de agosto de 2015 – Domingo.


XXII  Domingo do Tempo Comum 
(Cor verde, Glória, Creio – II semana do Saltério)


Oração do dia

Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

I   Leitura

Leitura do livro do Deuteronômio (4,1-2.6-8:

Moisés falou ao povo: “E agora, ó Israel, ouve as leis e os preceitos que hoje vou ensinar-vos. Ponde-os em prática para que vivais e entreis na posse da terra que o Senhor, Deus de vossos pais, vos dá.
Não ajuntareis nada a tudo o que vos prescrevo, nem tirareis nada daí, mas guardareis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, exatamente como vos prescrevi.
Observai-as, praticai-as, porque isto vos tornará sábios e inteligentes aos olhos dos povos, que, ouvindo todas essas prescrições, dirão: ‘eis uma grande nação, um povo sábio e inteligente’.
Haverá, com efeito, nação tão grande, cujos deuses estejam tão próximos de si como está de nós o Senhor, nosso Deus, cada vez que o invocamos? Qual é a grande nação que tem mandamentos e preceitos tão justos como esta lei que vos apresento hoje?”

Palavra do Senhor.

 
Salmo responsorial (14/15)

Senhor, quem morará em vossa casa
e no vosso monte santo habitará?

Aquele que caminha sem pecado
e pratica a justiça fielmente;
que pensa a verdade no seu íntimo
e não solta em calúnias sua língua.

Que em nada prejudica o seu irmão
nem cobre de insultos seu vizinho;
que não dá valor algum ao homem ímpio,
mas honra os que respeitam o Senhor.

Não empresta o seu dinheiro com usura
nem se deixa subornar contra o inocente.
Jamais vacilará quem vive assim!

II   Leitura

Leitura da carta de Tiago (1,17-18.21-22.27):

Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade.
Por sua vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, a fim de que sejamos como que as primícias das suas criaturas. Rejeitai, pois, toda impureza e todo vestígio de malícia e recebei com mansidão a palavra em vós semeada, que pode salvar as vossas almas. Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes; isto equivaleria a vos enganardes a vós mesmos.
A religião pura e sem mácula aos olhos de Deus e nosso Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições, e conservar-se puro da corrupção deste mundo.

Palavra do Senhor.

Evangelho 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos (7,1-8.14-15.21-23):

Naquele tempo, os fariseus e alguns dos escribas vindos de Jerusalém tinham se reunido em torno de Jesus. E perceberam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. (Com efeito, os fariseus e todos os judeus, apegando-se à tradição dos antigos, não comem sem lavar cuidadosamente as mãos; e, quando voltam do mercado, não comem sem ter feito abluções. E há muitos outros costumes que observam por tradição, como lavar os copos, os jarros e os pratos de metal.) Os fariseus e os escribas perguntaram-lhe: “Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos impuras?”
Jesus disse-lhes: “Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: ‘Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos’. Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens”.
Tendo chamado de novo a turba, dizia-lhes: “Ouvi-me todos, e entendei. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem. Porque é do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez. Todos estes vícios procedem de dentro e tornam impuro o homem”.

Palavra da Salvação.


 
Comentário ao Evangelho

PUREZA E IMPUREZA

Num encontro reservado com seus discípulos, Jesus ensinou-os a distinguir, de maneira conveniente, a pureza da impureza. Os critérios usados pelos mestres da Lei e pelos fariseus eram inadequados para quem se fizera discípulo do Reino. Era preciso guiar-se por um parâmetro diferente: a impureza não provém do exterior, e sim de dentro do coração humano. Por conseguinte, o processo de purificação deveria começar do interior. É inútil preocupar-se com lavar as mãos, antes das refeições, ou fazer coisas do gênero, se a pessoa tem o coração carregado de malícias.

O raciocínio de Jesus é elementar. O interior do ser humano é inacessível às realidades materiais. Por exemplo, é bem conhecida a trajetória dos alimentos: eles são consumidos e digeridos; aquilo que não presta é eliminado do corpo. Trata-se de um processo natural. Por que dar-lhe uma relevância que não possui?

A atenção deve concentrar-se no interior, donde provêm as maldades que tornam a pessoa indigna de estar na presença de Deus. Podem os fornicadores, os ladrões, os assassinos, os adúlteros, os cobiçosos, os malvados, os fraudulentos, os despudorados, os invejosos, os maledicentes, os soberbos e os impiedosos apresentar-se diante de Deus, sem antes passarem por um processo radical de purificação? Bastaria que lavassem as mãos ou tomassem apenas um banho? Deus não exige deles algo muito mais profundo?


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, 
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE). In: Dom Total



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